8 de ago. de 2009

Luiz Gonzaga no Jornal Hoje (TV Globo)

Aos admiradores e fãs do rei do baião, segue o clipe da entrevista de Luiz Gonzaga concedida à apresentadora Leda Nagle, no Jornal Hoje da TV Globo, em 30/05/1987, apresentando um papo descontraído sobre sua vida e sua música.


7 de ago. de 2009

Últimos momentos de Luiz Gonzaga


Luiz Gonzaga - A Morte do Vaqueiro

O cantor, compositor e instrumentista Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912 (Dia de Santa Luzia) no povoado de Araripe, próximo à cidade de Exu, estado de Pernambuco.


Vários escritores retrataram sua vida e sua obra como mencionei alguns no post anterior. Transcrevo aqui trechos sobre a última entrevista com o cantor, pouco antes de sua morte e os últimos momentos de sua vida, publicados no livro "Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz", de José Fábio da Mota:

A última entrevista de Luiz Gonzaga concedida a imprensa, foi para o jornalista Gildson Oliveira através de Ivan Ferraz no dia 02 de junho de 1989. Recife foi o local escolhido por Luiz Gonzaga para passar seus últimos momentos de vida. O último show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o Rei do Baião proferiu estas palavras:

“Boa Noite minha gente! (...) Minha gente, não preciso dizer que estou enfermo. Venho receber essa Homenagem. Estou feliz, graças a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou até melhor um pouquinho. Quem sabe, né?
Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.
Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. 
Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor. (...) Muito obrigado.”


Na quarta feira, 21 de junho de 1989, às 10:00h, o velho Lua foi levado às pressas ao Hospital Santa Joana, permanecendo 42 dias internado, onde veio a falecer. Palavras de Luiz Gonzaga na UTI do hospital: “VOCÊS NÃO ME LEVEM A MAL. SINTO MUITAS DORES E GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER.” Luiz Gonzaga travava naquele hospital uma luta imensa contra a morte, e o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com o estado de saúde de seu maior defensor. Luiz Gonzaga não resistiu, o Brasil e o mundo ficou enlutado com o seu último suspiro. O Asa Branca da Paz voava para a eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.


O Rei do Baião faleceu no dia 02 de agosto de 1989, às 5:15min da manhã no Hospital Santa Joana, em Recife. Foi na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu último suspiro. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 até às 9:45min da manhã, foi velado também em Juazeiro do Norte. CE, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro às 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Cícero Romão Batista, apesar de o corpo do Rei ter chegado no aeroporto de Juazeiro Norte às 15:20min do dia 03 de agosto. Palavras de Gonzaguinha ainda no aeroporto de Juazeiro: “TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER?”


O corpo do Rei do Baião chegou a sua terra natal, sua querida Exu no dia 03, à noite. Foi velado na Igreja Matriz de Exu, durante a noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitério São Raimundo às 15:45min. Das centenas de coroas de flores que estavam espalhadas na igreja Bom Jesus dos Aflitos em Exu, oferecidas por fãs de Luiz Gonzaga, estava esta que o repórter Gildson Oliveira transcreveu a seguinte mensagem: “Amado Lula: o silêncio acende a alma... O País canta sua voz... Os pássaros se entristecem com a partida da Asa Branca, mas fica em nossos corações a sua história. E a nossa festa é esta. Quem crê em Cristo, mesmo que esteja morto viverá.”


O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitério São Raimundo, local onde aconteceram as últimas manifestações de carinho, àquele que só foi alegria. O caixão desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a música ASA BRANCA às 16:50min. Luiz Gonzaga foi embalado no seio da terra na sexta feira, no mesmo dia da semana, que ele nasceu. Uma outra coincidência é que ele morreu no amanhecer do dia, assim como ele nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de 1912.



6 de ago. de 2009

Livros sobre Luiz Gonzaga

Sabemos que Luiz Gonzaga é um dos artistas mais receberam homenagens nossa música. Assim como na música, o rei do baião também tem sua história contada na literatura. Vários são os livros publicados sobre sua vida e/ou sua obra, além de servir como obras de pesquisa, curiosidades e informações. Segue abaixo algumas dessas publicações:


01. "Luiz Gonzaga - O Eterno Cantador - o Pernambucano do Século" (Luiz Arcoverde e Eronildes Mergulhão, Ed. Livro Rápido - Elógica: 2005)

02. "Luiz Gonzaga - O Rei do Baião" (Edvaldo Arlego, Edições Edificantes: 1994)

03. "A Oralidade e a Imagética em Luiz Gonzaga: uma análise de conteúdo da obra musical do Rei do Baião" (José Mário Austregésilo, Faculdade Maurício de Nassau: 2006)

04. "Luiz Gonzaga: Suas Canções e Seguidores" (José Marcelo Leal Barbosa, Ed. Halley: 2007)

05. "Vida de Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga" (Dominique Dreyfus, Sã Editora 34: 1997)

06. "Gonzagão e Gonzaguinha: Uma História Brasileira" (Regina Echeverria, Ed. Ediouro: 2006)

07. "Luiz Gonzaga: A Música Como Expressão do Nordeste" (José Farias dos Santos, Ed. Ibrasa, 2004)

08. "Luiz Gonzaga, O Asa Branca da Paz" (José Fábio da Mota, Universidade Estadual Vale do Acaraú: 2001)

09. "Os Três Pilares da Música Popular Nordestina" (Antônio Kyldemir D. de Oliveira, Fundação Vingt-Un Rosado / Coleção Mossoroense: 1998)

10. "Luiz Gonzaga, o Rei do Baião: Sua Vida, Seus Amigos, Suas Canções" (José de Jesus Ferreira, Ed. Ática: 1986)

Fica a sugestão de leitura para quem deseja conhecer sobre este grande músico.

Baião



Luiz Gonzaga - Baião

Dentre os maiores criadores da canção brasileira, Luiz Gonzaga é um daqueles poucos e raros que podem ser colocados na privilegiada categoria dos inventores. Luiz Gonzaga deu forma a um gênero - o baião - que somente por meio de seu trabalho passou a existir, incorporando-se à corrente principal de nossa música popular. 


A origem do baião se associa ao breve trecho instrumental existente no repente nordestino que é chamado justamente de "baião". O termo, sinônimo de rojão, designa as células rítmicas que o violeiro-cantador toca na viola, ao afinar o seu instrumento, antes de começar a cantar. É o mesmo som que faz quando, no meio do desafio, espera vir a inspiração para novos versos. Com esse ritmo, ele preenche o espaço entre uma estrofe e outra. Essa sequência serviu de ponto de partida para Luiz Gonzaga criar o baião. A invenção foi portanto consequência de uma descoberta. A de que, às células rítmicas do repente (de canto recitativo e monocórdio), transplantadas da viola para a sanfona, podia-se justapor uma melodia cantável. Assim começou a se delinear o formato que o baião veio a ter.



Aquela Sanfona Branca...


Benito di Paula - Sanfona Branca

Aquela sanfona branca
Aquele chapéu de couro
É quem meu povo proclama
Luiz Gonzaga é de ouro
Aquele tom nordestino
A voz sai do coração
É ele o rei do baião, é Luiz
É cantador do sertão
É filho de Januário
É quem canta o Juazeiro
É festa, é povo, Luiz alegria
Luiz Gonzaga é poesia

Aquela sanfona branca
Aquele chapéu de couro
É quem meu povo proclama
Luiz Gonzaga é de ouro
Aquele tom nordestino
A voz sai do coração
É ele o rei do baião, é Luiz
É cantador do sertão
É filho de Januário
É quem canta o Juazeiro
É festa, é povo, Luiz alegria
Luiz Gonzaga é poesia



Este caso foi extraído do site Luiz Lua Gonzaga - www.luizluagonzaga.com.br - que fala de um dos grandes sucessos do cantor e compositor Benito di Paula em homenagem ao Rei do Baião, sendo uma curiosidade muito interessante. Como cada caso tem um fundo de verdade, nunca se sabe realmente este fato ocorreu:



Contam que, um dia, Luiz Gonzaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro. Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela! No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época. Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:

- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?
- Seu Luiz... - disse o jovem - eu queria... carregar sua sanfona, até o carro. Posso?
- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.
- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?
- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?
E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.
- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?
- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!
- Iscuta... como é o seu nome? Perguntou Luiz, curioso.
- Benito! - disse o rapaz.
- Benito de que? Tu nun tem sobrenome não, peste?
- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!

Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando: "Aquela sanfona branca,aquele chapéu de couro,é quem meu povo proclama,Luiz Gonzaga é de Ouro".

(Contribuição: Compadre Lemos)

5 de ago. de 2009

Memorial Luiz Gonzaga



Localizado em Recife, estado de Pernambuco, o Memorial Luiz Gonzaga foi criado não só para ser um centro de pesquisa e informação disponibilizando diversos discos, fotos, vídeos e materiais em homenagem ao grande músico nordestino, como também proporcionar diversas atividades culturais feitas através de cursos e palestras para músicos e pesquisadores. É aberto para o público diariamente, com entrada franca. Uma bela iniciativa do jornalista Anselmo Alves (idealizador do local) e da Prefeitura Municipal de Recife que adquiriu o acervo.

O Memorial conta com site na internet para maiores informações:


4 de ago. de 2009

A História de Asa Branca



Asa Branca

Posto aqui uma matéria sobre o grande clássico do Rei do Baião. A música, composta há mais de 60 anos (gravada em 1947, em parceria com Humberto Teixeira), conta com mais de 500 interpretações no Brasil e no mundo, sendo uma das canções que recebeu maior número de gravações.

Há 60 anos, Luiz Gonzaga entrava no estúdio da RCA para gravar uma toada chamada Asa Branca, a primeira parceria sua com o cearense Humberto Teixeira, o maior clássico da música nordestina em todos os tempos, com mais de 500 regravações no Brasil e mundo afora. Teixeira, que estava no estúdio na noite da gravação, relembrou aquela sessão histórica, anos mais tarde, em Fortaleza, ao pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez: “...No dia em que gravamos, com o conjunto de Canhoto, ele disse assim: ‘Mas puxa, vocês depois de um negócio desses, de sucessos, vêm cantar moda de igreja. Que troço horrível’! Aí então, eles com um pires na mão, saíam pedindo, brincando, uma esmola pro Luiz e pra mim, dentro do estúdio. Mal sabiam eles que nós estávamos gravando ali uma das páginas mais maravilhosas da música brasileira”.Na terra de Luiz Gonzaga, os 60 anos de Asa branca, o hino não oficial do Nordeste, não terá comemorações. Em São Paulo, porém, hoje, às 10h, anuncia-se um “pelotão de choque cultural contra a mesmice e a burrice nacionais”, que invadirá a Praça da Sé, no Centro da cidade, para lembrar a efeméride, e cantar sucessos de Luiz Gonzaga. O evento foi idealizado pelo radialista e escritor paraibano Assis Ângelo, que arrebanhou repentistas, coquistas, emboladores e forrozeiros para prestar homenagem a Gonzagão e ao parceiro Humberto Teixeira. Entre os artistas que participam deste arrastão da Asa Branca estão os pernambucanos Caju & Castanha, Anastácia e João Silva, este último o parceiro com a maior quantidade de composições com o Rei do Baião.

Em 1945, Luiz Gonzaga foi levado pelo compositor Lauro Maia, ao escritório de advocacia de Humberto Teixeira, na avenida Calógeras, no Centro do Rio. Gonzagão andava há algum tempo à procura de um compositor com quem pudesse retrabalhar os ritmos do Nordeste, que conhecia tão bem dos forrobodós freqüentados com o pai Januário, sanfoneiro conceituado no sertão do Araripe. Sertanejo de Iguatu, Humberto Teixeira já era compositor de relativa fama e simpatizou com o pernambucano, que conhecia de músicas como Moda da mula preta e Vira e mexe. os dois se reuniram, das quatro da tarde à meia-noite, para formatar uma música nordestina, que tivesse apelo popular para tocar no rádio: “Nesse mesmo dia nós fizemos os primeiros versos, discutimos as primeiras idéias em torno de Asa branca, que só dois anos depois foi gravada”, contou Humberto Teixeira, esquecendo de acrescentar que Asa branca não foi uma composição inédita da dupla. “'Asa Branca' é uma música do meu pai Januário, mas não tinha este nome, era chamada de 'Catingueira do Sertão' (a catingueira é uma árvore comum no semi-árido). Quem gravou com a letra original foi meu irmão Zé Gonzaga”, lembra a cantora Chiquinha Gonzaga, 81, irmã de Luiz Gonzaga. Ela só consegue lembrar dos versos iniciais da música que o pai dela tocava: “catingueira do sertão/fulorou, botou no chão/catingueira miudinha... Não recordo mais, lembro de outras coisas que meu pai tocava. Quem sabia todas aquelas músicas era Antônio da Pata que cantava no conjunto do meu pai”, desculpa-se Chiquinha.

O velho Januário nunca escondeu de ninguém que Asa Branca era uma música sua. Dominguinhos conta que um dia estava em Exu, na casa de Januário: “Enquanto seu Luiz tocava "Asa Branca" na sanfona, Januário comentou comigo: ‘Esta música aí foi esse negro safado que roubou de mim’, claro que em tom de brincadeira. Januário também havia se apropriado da música, que fazia parte do repertório de dos sanfoneiros da região, como também dos cegos que tocavam nas feiras em troca de dinheiro. Além do mais "Juazeiro", "Meu Pé de Serra", "Vira e Mexe", sucessos inaugurais de Luiz Gonzaga também eram temas musicais correntes no Sertão, e foram levado por ele em seu matolão, quando deixou o povoado do Araripe, Exu, em 1930.
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Fonte: Jornal do Commercio. Recife-PE: 03/03/07.


Luiz Lua Gonzaga

Para quem quiser obter maiores informações, curiosidades, assim como conhecer sua vasta obra com maiores detalhes, inclusive com áudio para ouvir, visitem o ótimo site de Paulo Vanderley, com colaboração de Walmar Pessoa: Luiz Lua Gonzaga. Recentemente passou por novas modificações e atualizações, tornando seu design mais organizado e atrativo. Recomendo a todos os fãs e admiradores do Rei do Baião. O endereço é:

http://www.luizluagonzaga.com.br/



Depoimentos sobre Luiz Gonzaga


Luiz Gonzaga - Olha Pro Céu


Luiz Gonzaga teve influência forte e marcante para vários artistas da música popular brasileira e da cultura em geral. Segue alguns depoimentos famosos sobre o Rei do Baião:

"É assim a música - não só a letra - de Luiz Gonzaga. Ela identifica a geografia física e humana do Nordeste de um modo flagrante e definitivo como um signo, que provoca o reconhecimento tácito por si mesmo evidente. É a evidência do inconsciente coletivo, um padrão arquétipo.
Por isso que a gente fala em raiz quando ouve Luiz Gonzaga. Por isso que a gente ousa empregar até essa palavra terrível: telúrico. Luiz Gonzaga é telúrico. Está na terra de nossa alma, da alma do nosso povo. É eterno."
(Nelson Xavier - ator, autor e diretor brasileiro. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Luiz Gonzaga deixou uma descendência artística, como Dominguinhos, Oswaldinho e toda uma geração de sanfoneiros que está atuando por aí. Abriu, também, caminhos para Jackson do Pandeiro e para os artistas nordestinos que vêm para o Sul. Como criador e estilista, não há ninguém que se compare, até agora, àquele que é chamado até hoje de Rei do Baião. Ele agora voltou ao ponto de partida, a cidade de Exu, para finalmente cuidar do seu pé de serra."
(Chiquinho do Acordeon - cantor, compositor e instrumentista. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Sempre achei Luiz Gonzaga a maravilha máxima. Cantando e contando a verdade nordestina, Gonzaga nos mostra, com um lirismo incomum, as dores e a sensibilidade de um povo extraordinário."
(Nara Leão - cantora. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão" )

"Ele sempre batalhou muito para que a nossa voz fosse ouvida. É o Mestre Maior."
(Raimundo Fagner - cantor. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Sua voz e sua sanfona mostram ao país a riqueza musical do Nordeste."
(Ilmar Carvalho - crítico musical. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Desde criança, sempre ouvia Luiz Gonzaga, Ataulfo Alves, Tito Fuentes, Xavier Cougar. Misturo todos esses ritmos na minha música."
(Benito di Paula - cantor e compositor que homenageou o rei do baião em sua música "Sanfona Branca", em entrevista no Gazeta On Line)

"Dentre aqueles gêneros diretamente criados a partir da matriz folclórica, está o Baião e toda a sua família. E da família do baião Luiz Gonzaga foi o pai. Seu nome se inscreve na galeria dos grandes inventores da música popular brasileira, como aquele que, graças a uma imaginativa e inteligente utilização de células rítmicas extraídas do pipocar dos fogos, de moléculas melódicas tiradas da cantoria lúdica ou religiosa do povo caatingueiro, e, sobretudo da alquímica associação com o talento poético e musical de alguns nativos nordestinos emigrantes como ele, veio a inventar um gênero musical. Eu, como discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe, associo-me às eternas homenagens que a História continuada prestará ao nosso Rei do Baião."
(Gilberto Gil - cantor e compositor. Prefácio do livro "Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga", de Dominique Dreyfus)

"O mais importante artista criador que esteve na sustentação da música popular nordestina. Ele foi essa figura que, sem atentar muito para isso, deixou uma imensa obra para seguir e aprender para que ele continue sendo lembrado e sua herança jamais se perca."
(Dominguinhos - cantor, compositor e instrumentista em entrevista a André Dib, no Diário de Pernambuco)

"Enquanto Presley foi o "Cavalo de Tróia" da negritude num país racista, Gonzaga colocou o Nordeste, com sua cultura refinada e seus costumes peculiares, no mapa da MPB. Era um momento de urbanização do sudeste, em que nordestino era encarado como peão de obra, cabeça chata, ser inferior. O Rei do Baião desvelou a diversificada cultura deste povo, então encarado de forma pejorativa. Está entre os maiores de todos, os fundadores de escolas: Pixinguinha, Noel Rosa, Dorival Caymmi, Tom Jobim - e não muitos mais."
(Tárik de Souza - jornalista e crítico musical em entrevista a Cristiano Bastos, no site Rolling Stone Brasil)



20 Anos Sem Luiz Gonzaga

Nascido em Exu, estado de Pernambuco, Luiz Gonzaga escreveu seu nome na história da nossa música, mostrando a dura realidade do Nordeste e de seu povo. Considerado "Rei do Baião", seu legado musical vai muito além de seus 50 anos de estrada, consagrando-se como autêntico representante da cultura nordestina e um dos pilares da música popular brasileira.

Sua obra até hoje desperta curiosidades e admirações, tornando ainda mais viva na memória do brasileiro.

Ontem, dia 02 de agosto de 2009, fazem 20 anos que o Brasil perdeu a genialidade, a poesia e a música de Gonzagão. Esta semana, será dedicada ao "Velho Lua", com muita música, estórias e depoimentos daqueles que conviveram e estiveram ao seu lado.

A seguir, um clipe de seu maior sucesso e um clássico do Nordeste - "Asa Branca" (composição de Luiz em parceria com Humberto Teixeira) - contando com participações memoráveis de Altamiro Carrilho, João Bosco, Caçulinha, Waldir Azevedo e Clara Nunes, exibido no programa Fantástico, da TV Globo:

Fonte: http://www.luizluagonzaga.com.br/


3 de ago. de 2009

Apresentação

Antes de tudo, esta iniciativa não é nova. Há um bom tempo, já escrevia comentários, colocações e opiniões acerca dos fatos relacionados à música em sites de amigos, tendo uma coluna própria. Partindo do mesmo nome que usava no início, passo a apresentar meu blog com as curiosidades, novidades e fatos ligados à música (em especial, à música baiana, à mpb e à música internacional), partindo de informações que a vida vem me proporcionando através dos amigos e da internet.

Assim sendo, o objetivo é levar informação e muita música a quem tem curiosidade e bom gosto, fazendo com que todos sintonizem com as novidades neste blog, sem qualquer incitação e apoio à pirataria. Sugestões também serão bem vindas. Espero que gostem!

Saudações!
Junior Silva ®