12 de set. de 2009

Clipe da Semana: Billy Joel



Considerado o maior sucesso do cantor e compositor Billy Joel e que já foi regravada por vários artistas como Barry White, Diana Krall, entre outros, "Just the Way You Are" é o clipe da semana para todos conferirem.



11 de set. de 2009

Momento Flashback: Bryan Ferry



Na década de 1970, o mundo curtia e ouvia o extravagante som pop da banda Roxy Music, surgida na Grã-Bretanha e inovou na concepção do rock progressivo, além de influenciar o movimento punk e precursor do new wave no início dos anos 80, tornando-se um ícone da música. Mas a figura central da banda tinha um nome e era o seu líder: o vocalista e tecladista Bryan Ferry.

Ferry iniciou sua carreira solo em 1973 com o seu primeiro disco These Foolish Things, em que interpretava sucessos de Bob Dylan, The Beatles e Rolling Stones, mas sem abandonar a Roxy Music que criou em 1970. Após algumas pausas dadas à banda, o cantor só veio a terminar suas atividades em 1983 para seguir sua carreira solo em definitivo.

Para alguns críticos mundiais, Bryan Ferry é considerado um dos melhores vocalistas de todos os tempos. Consolidando-se no estilo mais romântico mesclando com música pop, soul e blues, o cantor possui mais de 10 discos no currículo. Seu grande êxito foi com o sexto disco lançado após sua saída da Roxy Music e que fez do artista um dos mais consagrados no mundo: Boys and Girls, que trazia, entre suas faixas, "Don't Stop the Dance" e "Slave To Love" (uma das músicas mais executadas em todo o mundo e incluida no filme 9 ½ Semanas de Amor, estrelado por Mickey Rourke e Kim Basinger).

Após este disco, o cantor passou a lançar novos trabalhos com relativo sucesso, mas que nada lembre o auge da década de 1980.



10 de set. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 3

Em relação ao sistema tonal são inúmeros os sistemas musicais estabelecidos no correr dos tempos, segundo princípios teóricos diversos. O sistema moderno, que compreende doze graus em uma oitava, nem sempre foi empregado na prática musical. Os mais antigos sistemas, ainda usados por povos primitivos, são baseados em cinco sons ou notas (oitava sem os dois semitons). Na Grécia antiga, apareceu o sistema diatônico de sete graus na oitava, tratando de várias maneiras. Os gregos, reconhecendo a possibilidade de dividir em partes menores os tons inteiros, criaram o cromatismo (doze semitons) e a enarmonia (vinte e quatro quartos de tom). Os antigos árabes dividiram a oitava em dezessete graus. Os modos eclesiásticos medievais são oriundos do sistema grego de sete sons.

Foi somente no século XVII que se estabeleceu a tonalidade, caracterizada pela maneira de ser dos diferentes graus de escala em relação à tônica. O temperamento, isto é, a divisão da oitava em partes iguais (sistema de doze semitons), foi introduzido na prática. A escala temperada, adotada nos instrumentos de sons fixos como piano, órgão, etc. tem, no entanto, certos inconvenientes: seus intervalos são ligeiramente mais afastados que os intervalos naturais. Apenas um sistema de cinquenta e três graus por oitava seria perfeito, mas, se instrumentos desse gênero não são impossíveis, e mesmo já foram construídos em parte, seu manejo e sua afinação oferecem dificuldades quase intransponíveis.

Desde a mais alta antiguidade foi conhecida a repetição da oitava. Existiram exemplos de polifonia rudimentar no Oriente e em Roma, mas foi no Ocidente que nasceu a polifonia erudita, entre Paris, Chartres, Cambrai e Gand, no decorrer dos séculos XII e XIII. A forma mais antiga de polifonia medieval foi a diafonia (séc. IX), movimento paralelo das vozes na quinta superior ou na quarta inferior. À diafonia, seguiu-se o descanto (séc. XII), que consistia em reforçar o canto com uma melodia, empregado em movimento contrário ao do canto principal. O descanto chegou a ter quatro vozes.

A polifonia floresceu nos séculos XIV e XV, para atingir o apogeu no século seguinte. A palavra "contraponto" data do século XIV para designar uma prática muito anterior, isto é, a superposição de linhas melódicas a um canto dado. Do contraponto (ciência da combinação de melodias simultâneas) nasceu naturalmente a harmonia (ciência dos acordes, abstração feita das melodias).

Próxima semana veremos sobre a música aleatória ou improvisada e seus exemplos.


Samba do Avião


Tom Jobim e Miúcha - Samba do Avião

Nunca foi segredo que, durante toda a vida, Tom Jobim morreu de medo de avião. Tinha verdadeiro pavor cada vez que entrava em uma aeronave, mesmo que fosse para fazer uma viagem rápida, dentro do Brasil. Em sua primeira viagem a Nova York (para cantar no famoso concerto da bossa nova no Carnegie Hall), por exemplo, não foram poucas as tentativas de desistir do vôo.

Quem narra o episódio são Jairo Severiano e Zuza Homem de Melllo, no livro A Canção no Tempo – 85 anos de Músicas Brasileiras. A letra da música é bem essa. Ainda que ele diga que “este samba é só porque, Rio, eu gosto de você”, que “a morena vai sambar, seu corpo todo balançar”, no “Rio de sol, de céu, de mar”, a verdade é que, provavelmente, mais do que a alegria de voltar à Cidade Maravilhosa, o autor sentia um grande alívio, depois de horas de tortura dentro da aeronave, ao saber que “dentro de mais um minuto estaremos no Galeão”.


O convite para que os maiores nomes da recém-nascida bossa nova, cantores, compositores e instrumentistas, tocassem no Carnegie Hall, templo dos maiores músicos da história recente, veio em setembro de 1962. O anúncio foi feito, com a devida pompa, em um coquetel no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Diz Sérgio Cabral que a notícia foi recebida com afobamento pelos artistas brasileiros, a ponto de o Itamaraty comprar as passagens. Mas não por Tom, que só aceitou o convite após muita insistência dos amigos. “Nunca saí do Brasil até os 36 anos”, contou Tom em depoimento a Zuza Homem de Mello. Não que faltassem oportunidades. Depois que Orfeu Negro (1959), filme de Marcel Camus baseado em Orfeu da Conceição, de Tom e Vinícius, foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes, o compositor recebeu inúmeros convites, recusando todos. “Mas em 1962 nós fomos mandados para o Carnegie Hall. Eu tentei não ir, João tentou não ir, mas tínhamos que ir”, contou Tom. Samba do Avião foi gravada em 1962 pelo grupo Os Cariocas. No ano seguinte, em 1963, a canção compôs o repertório do disco The Composer of Desafinado Plays, de Tom, pela gravadora Verve.


Com sua bossa carinhosa sobre o Rio de Janeiro, Tom Jobim descreveu como poucos as belas paisagens da cidade, desde “o Corcovado Redentor, que lindo” até as curvas da “garota de Ipanema”. Samba do Avião funde a sensação que o compositor tinha ao voar com a emoção de reencontrar a beleza da cidade natal. Façanha que levou o poder público a acrescentar seu nome ao do Aeroporto do Galeão, após a sua morte, em 1994. “Aperte o cinto, vamos chegar/ Água brilhando, olha a pista chegando? E vamos nós/ Aterrar...
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Fonte: Revista Bravo - 100 Canções Essenciais da Música Popular Brasileira
Colaboração: Fabio Eça.

9 de set. de 2009

Céu - Lenda

Segue clipe da cantora Céu, no programa Ensaio, da TV Cultura.



Lenda
(Alec Haiat/Céu/Graziella Moretto)

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...(2x)

Seu nome
Ri na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
Em história errada
De carochinha

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...

Seu nome
Ri na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
Em história errada
De carochinha




Entrevista com Céu

Esta entrevista foi dada à revista Contigo, em 2008, para a entrevistadora Elisa Duarte, que eu coloco aqui para todos conhecerem mais um pouco sobre a cantora Céu.


Paulista da gema, Maria do Céu Whitaker Poças está trabalhando em seu segundo CD. ''Será diferente, sim, com toda certeza, porém vou procurar manter uma certa unidade com o primeiro.'' Para isso, ela continua trabalhando com o produtor e instrumentista Beto Villares.

No ano passado, gravou ao lado de músicos como Rica Amabis do Instituto, Pupillo e Dengue, ambos do Nação Zumbi. A idéia do projeto até parecia simples, juntar músicos extraordinários à cantoras talentosas. Da junção, nasceu o 3 na Massa, com disco lançado no exterior e promessa de chegada ao Brasil em 2009. Com seu primeiro CD, Céu, a cantora conquistou primeiro os bares descolados de São Paulo. Tranqüila, come-quieta, emplacou em 2007 seu álbum de estréia no ranking Heatseekers, da Billboard. A seleta lista indica revelações da música. Não à toa, a cantora tem sensibilidade em achar e harmonizar novos sons. Seu pai, Edgard Poças, é maestro e compositor multifacetado. São dele as canções Ursinho Pimpão e Superfantástico, sucessos de vinte anos atrás na voz do grupo Balão Mágico e atualíssimas em festas dos anos 80.

Segue a entrevista:

Algumas de suas letras são bem femininas, falam de amor, meninos... outras não, falam mais das influências das cidades, dos ritmos. Sobre o que você mais gosta de escrever?
Minhas letras são resultado de uma espécie de diário pessoal. Adoro escrever, desenhar, tenho muitos cadernos pra rabiscar mesmo. São impressões minhas, experiências próprias e às vezes histórias que crio, sem necessariamente tê-las vivido. A cidade, o dia-a-dia, o amor, são assuntos que me interessam sempre.

Você começou a pensar na carreira musical quando cantava Nana Caymmi dentro de casa, foi por aí?
Esse foi só um dos episódios que acabaram me levando a virar cantora. Eu imitava todas as favoritas, Betty Carter, Nana, homens também, João Gilberto, Ray Charles, etc. A história da Nana foi que um dia meu irmão me pediu pra testar um esquema de gravação de som, um home estúdio que ele tinha montado. Então gravamos juntos uma canção que ela cantou de Dolores Duran num cassete. Ele tocando piano e eu cantando. Aí a coisa começou a se formatar...

Seu pai é músico. Ele teve alguma influência em seus gostos musicais, na escolha da sua carreira?
Meu pai teve total influência na minha carreira. Ele sempre me motivou a cantar, nós sempre conversamos muito de música. Desde muito menina estou habituada a escutar preciosidades como Pixinguinha, Baden Powell, João Gilberto, etc. Foi sorte mesmo.

Você é paulistana, seu sotaque é até acentuado, mas sua música é bem cadenciada, africana, baiana até. O toque urbano vem do DJ, das suas misturas. Quais são suas maiores influências?
De casa eu trouxe essas referências da música brasileira, porém a gente cresce, fica adolescente e começa a procurar outros sons... Foi aí que passei a ouvir Erykah Badu, que é uma grande referência pra mim, sons da Jamaica, da África. Talvez venha daí essa cadência... E o lado urbano vem mesmo de quem não “suaviza” o sotaque e se inspira muito na cidade, em seus vários prós e contras, nas figuras que por aqui passam, na rua mesmo.

A que você atribui o sucesso do seu primeiro álbum?
Não sei direito, não penso muito nisso. Mas sinto que tem a ver com uma certa sinceridade com a música, "olhá-la" com respeito e fazer o que você gosta mesmo, sem fórmulas, o que vem do seu coração. Infelizmente, às vezes o difícil mesmo é escutar o que ele te diz.

O que podemos esperar do seu segundo álbum?
O segundo ainda não tem previsão exata, mas acredito que no segundo semestre do ano que vem devo lançar. Já iniciei o primeiro processo, mas está longe do resultado final, então não tenho como especificar mais. Será diferente, sim, com toda certeza, porém vou procurar manter uma certa unidade com o primeiro.

Você tem trabalhado junto com o pessoal da Nação Zumbi, do Três na Massa, certo? Qual é esse projeto?
Nós somos amigos, já fizemos algumas coisas juntos... O projeto mais recente é o Sonantes, uma banda que reúne eu, Dengue (baixista da Nação), Pupilo (baterista da Nação) e os produtores musicais e irmãos Gui e Rica Amabis. Ainda não lançamos o disco no Brasil, infelizmente, mas é questão de tempo. Em 2009 será lançado.

Você continua com a parceria com o Beto Villares?
Sim, estamos trabalhando juntos

E as viagens ao exterior, como está a carreira lá fora?
Viajei muito desde o lançamento do disco, em 2005. Fiz algumas turnês pela Europa, depois Canadá e finalmente Estados Unidos. Parei agora um tempo pra me dedicar à minha filha.

Você acabou de ter uma filhinha, como você está?
Pois é, estou apaixonada por ela e por essa nova fase da vida.

Como é esta sua nova fase?
É muito bom, um amor que se espalha cada dia mais e mais. É a fase mais rica que já passei, sem dúvida.

Você já compôs uma música pra ela? Pensa em compor?
Hmm... Posso dizer que já andei cantarolando umas letras pra ela, sim.




Céu e Paulinho Moska - 10 Contados

10 Contados
(Alec Haiat/Céu)

Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor não, não, não
Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor, meu amor, meu amor, quem mandou?

Mandei uma mensagem a jato às entidades do tempo
Já me foi verificado que nem mesmo haverá segundos
Que os minutos foram reavaliados e que pra cada suspiro serão 10 contados

Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor, meu amor, meu amor, quem mandou?
Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor não, não, quem mandou, quem mandou?

Mandei uma mensagem a jato às entidades do tempo
Já me foi verificado que nem mesmo haverá segundos
Que os minutos foram reavaliados e que pra cada suspiro serão 10 contados



A Sonoridade de Céu


Céu - Malemolência

Com influências em Caetano Veloso, Lauryn Hill e Erykah Badu, a cantora Céu já figurou na primeira posição da Billboard em world music e na 57ª posição no top-200 americano, chegando a igualar à marca da cantora Astrud Gilberto como a melhor cantora brasileira colocada no ranking devido ao sucesso do disco Céu, que foi lançado em 2005 , tendo como seu primeiro sucesso a música "Malemolência".

Para a cantora, nascida em São Paulo, a boa receptividade nos Estados Unidos (onde ela morou por um ano) e na França fez com que a crítica e o público brasileiro passassem a observar esta jovem cantora e compositora com ótimos elogios ao seu trabalho, cuja sonoridade veio do som que ela ouvia na sua infância e adolescência como jazz, samba, rap e mangue-beat.

O primeiro disco Céu, lançado em 2005, teve três singles incluidos na trilha sonora das novelas da TV Globo: "Lenda" (Pé na Jaca), "Malemolência" (Beleza Pura) e "10 Contados" (Três Irmãs). Este ano, a cantora e composita Céu lançou seu segundo disco - Vagarosa - reforçando seu lado de compositora em quase todas as faixas e trazendo uma regravação de Jorge Ben em "Rosa Menina Rosa"
para completar seu novo trabalho. Ainda conta com a participação de Luiz Melodia na faixa "Vira Lata" e de Beto Villares com "Espaçonave".

REVELAÇÃO MPB: Céu


Céu - Roda

Maria do Céu Whitaker Poças é o nome completo de uma das mais novas reveleções da nossa música brasileira, que busca mesclar vários estilos musicais, mas pautados principalmente no samba. Com menos de 5 anos de carreira, já despertou curiosidades do público e da crítica como uma das jovens cantoras mais talentosas do Brasil e indificada no exterior com dois prêmios ligados à música: O Grammy Latino, em 2006, como nova artista do ano e o Grammy (prêmio máximo da música mundial), em 2007, como melhor álbum de world music contemporânea.

Senhoras e senhores, nesta quarta-feira, trago para vocês, um pouco do trabalho da cantora Céu.

8 de set. de 2009

Sintonia::: Especial Moraes Moreira



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e interpretações de Moraes Moreira.

Moraes Moreira - Brasil Pandeiro

Clipe de sua apresentação no show A História dos Novos Baianos e Outros Versos, projeto iniciado a partir do sucesso seu primeiro livro publicado e logo depois transformou-se em cd e dvd, lançado pela gravadora Biscoito Fino, que mostra a história do grupo criado no final da década de 1960. Aqui, Moraes canta "Brasil Pandeiro", um dos sucessos do grupo.






7 de set. de 2009

A Música de Moraes

Tendo mais de 25 discos em seu currículo musical, Moraes Moreira sempre buscou mesclar diversos ritmos em suas músicas, além de composições feitas para outros artistas e colaboração para o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar (com quem criou grandes clássicos do carnaval baiano como "Vassourinha Elétrica", "Chame Gente", "Viva Dodô e Osmar", "Pombo Correio", entre outros) e da parceria com Pepeu Gomes, companheiro desde os tempos dos Novos Baianos, com quem lançou dois discos juntos.

Segue aqui, pelo menos, três dos grandes sucessos da carreira de Moraes Moreira em três fases distintas com os Novos Baianos ("Acabou Chorare"), em carreira solo ("Sintonia") e em parceria com Dodô e Osmar ("Eu Sou o Carnaval"), para que todos possam ouvir e conhecer um pouco do seu trabalho.


Acabou Chorare


Sintonia


Eu Sou o Carnaval




Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira

Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (Moraes/Pepeu)


Quem desce do morro
Não morre no asfalto
Lá vem o Brasil descendo a ladeira
Na bola, no samba, na sola, no salto
Lá vem o Brasil descendo a ladeira
Na sua escola é a passista primeira
Lá vem o Brasil descendo a ladeira
No equilíbrio da lata não é brincadeira
Lá vem o Brasil descendo a ladeira

E toda cidade que andava quieta
Naquela madruga acordou mais cedo
Arriscando um verso, gritou o poeta
Respondeu o povo num samba sem medo
Enquanto a mulata em pleno movimento
Com tanta cadência descia a ladeira
A todos mostrava naquele momento
A força que tem a mulher brasileira
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Moraes Moreira, durante o show de seu cd MTV Acústico (1995), contou duas histórias sobre uma de suas grandes influências. Após cantar "Acabou Chorare", o cantor falou para seu público:

"É impossível cantar essa música sem se lembrar de João Gilberto e sua presença na minha vida e na vida dos Novos Baianos. Quando ele veio para nosso apartamento em Botafogo, chegou à meia-noite. Ele começou a cantar com a gente e saiu às oito da manhã, depois de um almoço maravilhoso. Ele voltou no dia seguinte, à meia-noite, e cantou durante toda a noite".


E prosseguiu sua apresentação, cantando "Mistério do Planeta". Mais adiante, outra pausa antes de cantar "Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira", novamente Moraes fala para o público:

"Outra vez João Gilberto está presente em minha vida. Estávamos no Rio de Janeiro na madrugada. - João adora a noite, não é? - E em uma dessas maravilhosas montanhas do Rio, João viu uma mulata descendo pela manhã com a energia cheia, com pleno funcionamento, prontos para a vida . Ele olhou e disse: 'Olha lá, olha para o Brasil descendo a ladeira' ".

E assim surgiu a inspiração para Moraes compor um de seus grandes sucessos que levaria o nome de seu quarto disco de sua carreira solo - Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira - em 1979, que também teve como destaque os sucessos "Chão da Praça", "Eu Sou o Carnaval" (também regravada pelo Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar) e "Assim Pintou Moçambique".

Moraes Moreira e Seus Livros

Moraes Moreira - Pombo Correio

Quando não está compondo ou se apresentando, Moraes Moreira se dedica a escrever livros que falam sobre sua vida e suas vivências no mundo musical. O cantor já tem um livro publicado e outro em andamento.

O primeiro livro foi lançado no final de 2007 pela Editora Língua Geral e se chama A História dos Novos Baianos e Outros Versos, que fala de sua trajetória musical em carreira solo e no grupo que lançou no final da década de 1960 junto com os amigos Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo e Pepeu Gomes, e que fez história na música popular brasileira, sendo apadrinhado pelo pai da bossa nova João Gilberto.

Neste livro, dividido em cinco partes, trata da história dos Novos Baianos em primeiro plano, sob forma de cordel, com colaboração de seu filho Davi Moraes. Nas outras quatro partes, fala de seus sucessos de sua carreira solo, apresentando suas parcerias, composições, história, além de destacar o momento político e artístico da época. Deste livro, originou o dvd e o cd com mesmo nome, gravados ao vivo na Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro e lançados pela gravadora Biscoito Fino.

Este ano, Moraes está escrevendo o seu segundo livro que prepara para ser publicado em breve, chamado Sonhos Elétricos. Devido à aproximação dos 60 anos do trio elétrico que se completarão em 2010 (e que será tema do carnaval de Salvador no próximo ano), o cantor irá contar em detalhes a história do trio elétrico, criado pela dupla Dodô e Osmar, bem como suas experiências que vivenciou na década de 1970, após sua saída dos Novos Baianos e vindo a contribuir junto com o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar, tornando-se o primeiro cantor de trio (antes o Trio fazia apresentações instrumentais).

6 de set. de 2009

Novos Baianos - Preta Pretinha




Clipe da apresentação feita no programa MPB Especial, da TV Cultura com os Novos Baianos cantando "Preta Pretinha", de Moraes e Galvão.




Moraes Moreira e o Início da Carreira

Capa do disco É Ferro na Boneca (1970)

Novos Baianos - É Ferro na Boneca

Antônio Carlos Moreira Pires, nome verdadeiro do cantor, compositor e músico nascido na cidade de Ituaçu, na Bahia, começou como sanfoneiro tocando em bailes nas festas juninas em sua cidade. Na Universidade Federal da Bahia, conheceu Tom Zé que lhe deu aulas de violão e lhe apresentou a outro amigo: Luiz Galvão. Mais tarde conheceu Baby Consuelo (de passagem por Salvador) e Paulinho Boca de Cantor. Juntos formariam o futuro grupo Novos Baianos e convidariam o guitarrista Pepeu Gomes, que entraria em definitivo, completando sua formação. Para acompanhar o grupo, chamaram o baterista Jorginho Gomes (irmão de Pepeu), o baixista Dadi e o percussionista Baxinho.

Após sua formação, os Novos Baianos se inscreveram no Festival Internacional da Canção, da TV Record, em 1969 (o nome saiu de improviso antes da apresentação da música "De Vera"). De contrato com a RGE, lançam seu primeiro compacto com a música apresentada no festival e, no ano seguinte, lançam seu primeiro disco É Ferro na Boneca, trazendo composições do compacto ("De Vera" e "Colégio de Aplicação") e novas músicas. Em 1971, recebem a visita de João Gilberto que viria a influenciar o grupo para o lançamento do segundo disco Acabou Chorare, considerado por diversos críticos musicais como um dos melhores discos da música brasileira, lançado pela Som Livre, em 1972, que teve como destaque os sucessos "Brasil Pandeiro" (samba de Assis Valente), "Acabou Chorare", "A Menina Dança", "Besta é Tu" e "Preta Pretinha". Ainda lançou outro disco de sucesso - Novos Baianos Futebol Clube - em 1973, pela Continental, mesclando vários ritmos como samba, baião, choro e frevo.

Após desligar-se do grupo em 1975 onde participou de cinco discos, Moraes Moreira parte para a carreira solo bem sucedida na mpb e contribuindo também com o carnaval baiano ao compor sucessos para o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar, vindo a ser considerado como o primeiro cantor de trio elétrico e renovador da música baiana, misturando o ritmo dos trios elétricos com o afoxé dos blocos afros, destacando pelos sucessos "Pombo Correio", "Festa do Interior", "Vassourinha Elétrica", entre outros.

Homenageado do Dia: Moraes Moreira


Moraes Moreira - Grito de Guerra

Anteontem, dia 04, o blog completou um mês de existência. E com muito som e alegria, trago mais uma belíssima homenagem a um dos baianos mais queridos do Brasil, em comemoração aos 40 anos de sua carreira: Moraes Moreira.

Assim, dedicarei este espaço para mostrar um pouco sobre sua vida e sua carreira, além de suas músicas e apresentações feitas ao longo nessas quatro décadas de sucesso. Espero que gostem!