24 de jun. de 2011

Momento Flashback: Betty Wright


Betty Wright - No Pain, No Gain

Bessie Regina Norris nasceu em 1953 na cidade de Miami, estado da Flórida, nos Estados Unidos. Iniciou sua carreira musical em uma banda gospel chamada Echoes of Joy, onde chegou a gravar um disco ainda na infância.

Com 11 anos de idade, ao sair do grupo, adotou o nome artístico Betty Wright, mudando do estilo gospel para rhythm and blues, apresentando shows na cidade local. Em 1967, a jovem Wright foi descoberta por George e Gwen McCrae que reconheceram seu talento e a levaram para conhecer o produtor musical Henry Stone. A partir daí, a cantora lança seu disco de estréia My First Time Around aos 14 anos.

Em 1972, Betty Wright grava seu segundo disco I Love the Way You Love, que emplaca com o single "Clean Up Woman" que fica em segundo lugar do chart Hot R and B/Hip-Hop Songs da Billboard, rendendo o seu primeiro Disco de Ouro. Durante toda a década de 1970, a cantora torna-se um dos grandes nomes da música negra norte-americana, gravando ainda mais 7 discos.

Já na gravadora Epic, grava novo disco Betty Wright em 1981 com destaque para a música "What Are You Gonna Do With It", de Stevie Wonder. Dois anos depois, grava o disco Wright Back at You na Jamaica, apresentando composições de Marlon Jackson (além dos irmãos integrantes dos Jackson 5, exceto Michael) que também produziu o disco. Um dos discos mais promissores de sua carreira foi Mother Wit, lançado em 1987 que emplacou com os hits "No Pain, No Gain" e "After the Pain".

Atualmente, com mais de 15 discos gravados, Betty Wright ainda continua em atividade e é considerada um dos grandes nomes do rhythm and blues e do hip-hop dos EUA, tendo recebido várias premiações notáveis como o Grammy Awards.

23 de jun. de 2011

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 69

A TV Rio era outra emissora de televisão que disputava as audiências dos telespectadores na década de 1960. Criada em 1955, reuniu grandes nomes da tv nacional que conhecemos hoje como Chacrinha, Chico Anysio, Flávio Cavalcanti, Dercy Gonçalves, entre outros. Sua concessão acabou em 1977, embora ainda houve tentativa de retorno em 1987, durando apenas 5 anos no ar.

A razão de citar esta emissora se deve ao fato da mesma realizar, em outubro de 1966, o I Festival Internacional da Canção, no estádio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, paralelamente ao II festival de Música Popular da TV Record, em São Paulo.

A premiação deste festival, no âmbito nacional, era o Galo de Ouro e teve como vencedores na seguinte ordem: Nana Caymmi com "Saveiros" (de seu irmão Dori Caymmi e Nelson Motta) em 1º lugar, que rendeu 20 milhões de cruzeiros velhos aos autores e 5 milhões à intérprete; Tuca com "O Cavaleiro" (de Tuca e Geraldo Vandré) em 2º lugar; e Maysa com "Dia das Rosas" (de Luís Bonfá e Maria Helena Toledo) em 3º lugar. Já no âmbito internacional também ganharam o Galo de Ouro os seguintes classificados: Inge Bruck, da Alemanha, com "Frag' Den Wind" ("Pergunte ao Vento", de Helmut Zacharias e Schaubler) em 1º lugar; Nana Caymmi, do Brasil, com "Saveiros" em 2º lugar; e Guy Mardel, da França, com "L'Amour Tonjours L'Amour" ("O Amor, Sempre o Amor", de Daniel Faure) em 3º lugar. A cantora japonesa Chiemi Eri foi considerada a melhor intérprete e o compositor Hachidai Nakamura, também do Japão, o autor do melhor arranjo.

Em outubro de 1967, a TV Record de São Paulo realizou o seu III Festival de Música Popular no Teatro Paramount, onde revelou grandes clássicos da nossa música com canções que tentavam romper com o tradicionalismo em busca de uma linguagem universal da nossa música. Concorrendo ao Prêmio Sabiá de Ouro, ganharam os seguintes classificados: Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo com "Ponteio" (de Edu Lobo e Capinam) em 1º lugar; Gilberto Gil e os Mutantes com "Domingo no Parque" (de Gilberto Gil) em 2º lugar; Chico Buarque e MPB-4 com "Roda Viva" (de Chico Buarque) em 3º lugar; Caetano Veloso com "Alegria, Alegria" (de sua autoria) em 4º lugar; Roberto Carlos e O Grupo com "Maria, Carnaval e Cinzas" (de Luís Carlos Paraná) em 5º lugar; e MPB-4 com "Gabriela" (de Francisco Maranhão) em 6º lugar. A cantora Elis Regina foi apontada como a melhor intérprete deste festival com "O Cantador" (Dori Caymmi e Nelson Motta), fazendo jus ao prêmio Viola de Prata e a uma passagem de ida e volta a Nova York, EUA. Já como melhor letra, ganhou a canção "A Estrada e o Violeiro", de Sidney Miller. O Momento Marcante foi com a apresentação de Sérgio Ricardo interpretando "Beto Bom de Bola", de sua autoria.

Ainda no mesmo ano foi realizado o II Festival Internacional da Canção realizado pela TV Globo no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Os vencedores foram: Guttemberg Guarabyra e Grupo Manifesto com "Margarida" (do próprio Guttemberg) em 1º lugar; Milton Nascimento com "Travessia" (de Milton Nascimento e Fernando Brant) em 2º lugar; Cynara e Cibele com "Carolina" (de Chico Buarque) em 3º lugar; os grupos 004 e As Meninas com "Fuga e Antifuga" (de Edino Krieger e Vinícius de Moraes) em 4º lugar; Claudionor Germano com "São os do Norte Que Vêm" (de Capiba e Ariano Suassuna) em 5º lugar; MPB-4 com "O Sim Pelo Não" (de Alcivando Luz e Carlos Coquejo) em 6º lugar; Milton Nascimento com "Morro Velho" (do próprio autor) em 7º lugar; Ademilde Fonseca com "Fala Baixinho" (de Pixinguinha e Hermínio Belo de Carvalho) em 8º lugar; MPB-4 com "Cantiga" (de Dori Caymmi e Nelson Motta); finalmente Cinara e Cibele com "Oferenda" (de Luisinho Eça e Lenita Eça) em 10º lugar. O vencedor no âmbito internacional foi Jimmy Fontana, da Itália, com "Per Una Donna" (de Marcello de Martino e F. Perrota), ganhando o Galo de Ouro. Em segundo e terceiro lugar, classificaram, respectivamente: Pat Austin, dos EUA, com "The World Goes On" ("O Mundo Continua", de Quincey Jones, Marilyn e Alan Bergman) em 2º lugar; e Guttemberg e Grupo Manifesto com "Margarida" em 3º lugar. O prêmio do IBC conferido à revelação de intérprete foi dado à cantora israelense Geula Gill, já o prêmio de melhor arranjo foi dado a Quincey Jones. Como melhor intérprete, ganhou o jamaicano Hugh Falkner.

Semana que vem, falarei dos festivais ocorridos em 1968. Até lá!

22 de jun. de 2011

Gláucia Nasser por Gláucia Nahsser

Gláucia Nahsser - Diário

Todas as vezes que li uma biografia minha escrita por outra pessoa, senti que algo faltava. Os dados estavam todos ali, assim como as coisas que eu tinha feito e "acumulado" ao longo da minha vida, mas, ainda assim, eu não me sentia ali.Talvez por acreditar que uma pessoa é o somatório daquilo que sente e não somente daquilo que faz. Muitas vezes fazemos tanto, mas nosso coração nem sempre está em tudo. De certa forma, fazemos por que foi assim que aprendemos a viver. Enfim, as biografias que eu li refletiam meus feitos, mas não meus sentimentos e foi por isso que aceitei o desafio de escrever a minha biografia e assim poder falar sobre o que sinto e sobre quem sou.

Nasci numa cidade do interior de Minas Gerais, Patos de Minas, e sempre quis ser artista. Quando criança era apaixonada por Regina Duarte e Eva Wilma, as duas atrizes que mais me marcaram. Assistia as novelas e depois criava meus próprios personagens com os quais passava o tempo. Era uma deliciosa sensação. Na música adorava ouvir Raul Seixas e, um pouco mais velha, já perto da adolescência, imitava Gal Costa. Ouvia, ainda, Elis Regina, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Amelinha, Milton Nascimento, 14 Bis e bandas de rock internacionais como Yes, Genesis e Supertramp.

Fiz muitas coisas antes de ser cantora e compositora. Mas nada fiz com tanta alma, com tanta vontade. Minhas músicas autorais refletem minha história de vida. Meus sentimentos, meus feitos, meus desejos, meus limites, buscas, contradições e continuarão a refletir isso, pois só assim me sinto inteira, cantando.

Na adolescência cantei em festivais e pequenos shows. Fui chamada para fazer um teste em uma gravadora profissional, mas naquele momento tive que adiar meus planos. Voltei a cantar numa banda de baile da minha cidade. Durante dois anos fiz aula de canto lírico e popular em Belo Horizonte que fica a 400km da cidade onde morava, mas minha vontade de cantar era tanta que eu enfrentava esses 400kms para fazer minhas aulas.

Em 2002 conheci Anísio Dias e começamos o projeto do meu primeiro CD – Glaucia Nahsser - gravado em Belo Horizonte, com produção de Renato Motha. No repertório desse CD está a música "Lábios de Cetim" que foi escolhida pelo selo Putumayo para compor a coletânea de MPB, Acoustic Brazil, lançada em 2005. Essa faixa foi escolhida também para a trilha sonora do filme americano The Visitor, do conhecido diretor Tom McCarthy.

Quando gravei o primeiro CD eu não tinha a menor ideia dos caminhos que deveria seguir para me tornar uma cantora bem sucedida. Fatos como a minha música ter chamado a atenção do maior diretor da world music e também de um premiado diretor de cinema americano eram sinais de que eu poderia conseguir. Eu já sabia que a música é o que mais amo fazer e decidi, definitivamente, colocar o pé na estrada. Em 2006 lancei meu segundo CD, Bem Demais, produzido por Sérgio de Carvalho. No repertório, canções inéditas de Ivan Lins, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro e Isabela Taviani, além de releituras de Gilberto Gil e Pato Fu. A música "Balanço Zona Sul", de Tito Madi, ganhou nova versão e também um remix que foi gravado em vídeoclipe.

Em 2007 me redescobri compositora. As canções que cantava na infância e a memória musical do jazz de Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan me ajudaram a compor minhas músicas, “scateando” improvisos a partir das minhas inspirações melódicas. No inicio, eu mesma não acreditava que era possível compor assim. Depois, cheguei à conclusão que não podia descartar uma inspiração melódica por não saber tocar um instrumento.

Em fevereiro de 2008 lancei A Vida Num Segundo, meu terceiro disco de carreira e primeiro autoral. Um CD no qual cada um colocou todo o seu talento. Fizemos um trabalho de banda de garagem, onde todos interferiram nas levadas, nos arranjos de seus instrumentos. Foi delicioso fazer isso e ver todos envolvidos em um trabalho nosso, não apenas meu.

Agora, em outubro de 2010, estou lançando Vambora que tem direção de André Abujamra e produção de Márcio Nigro. Este novo trabalho traz parcerias minhas com Tiago Vianna, nas melodias, e com letristas como Chico César, Carlos Rennó, Edu Krieger, Alexandre Lemos, Chico Amaral, Rodrigo Bergamota, Carlos Careqa, Magno Mello, André Abujamra e Márcio Nigro. É um trabalho totalmente diferente dos anteriores. Um CD de Música Pop Brasileira que amei fazer. Deixo aqui pra vocês, com muito carinho, a melhor parte desta artista em permanente construção. Bem vindos a este site! Deixem aqui também, um pouco de vocês pra mim.

Um abraço, Glaucia Nahsser.
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Fonte: http://www.glaucianahsser.potpracy.com.br/. Depoimento dado em 2010.

Gláucia Nahsser - Vida Em Cena


Clipe oficial de um dos sucessos da cantora Gláucia Nahsser.

REVELAÇÃO MPB: Gláucia Nahsser


Gláucia Nahsser - O Começo do Infinito

Nesta quarta-feira, trago mais um talento vindo de Minas Gerais. Gláucia Nahsser é a Revelação MPB de hoje para todos os leitores deste blog.

19 de jun. de 2011

Sintonia::: Especial Anastácia - 50 Anos de Forró


Coletânea com os melhores sucessos de Anastácia.

A carreira de Anastácia

Anastácia - Lá Vai Forró

A cantora e compositora Anastácia é o pseudônimo de Lucinete Ferreira, vinda de Recife, estado de Pernambuco, onde nasceu em 1941. O gosto pela música veio ainda na infância quando, aos 13 anos, começou cantando profissionalmente na Rádio Jornal do Comércio de Recife, onde cantava sucessos de cantores da mpb da época.

Em 1960, Lucinete muda-se para São Paulo para seguir sua carreira musical. Chega a participar de shows no interior do estado com a Caravana do Peru que Fala, de Sílvio Santos e depois com a dupla Venâncio e Corumba. Ao conhecer o compositor e produtor musical Palmeira, este a leva para a gravadora Chantecler onde irá gravar seu primeiro compacto. Foi quem lhe sugeriu usar o nome artístico Anastácia, vindo a se tornar um dos grandes nomes do forró e da música nordestina. No ano seguinte, ela grava seu primeiro LP.

Em seguida, Anastácia vai para a gravadora Continental onde grava novos discos e compõe várias músicas, chegando a ser gravada por alguns artistas. Em 1968, participa do programa de Luiz Gonzaga chamado Noite Impecável, na TV Continental no Rio de Janeiro, onde conhece o cantor e compositor Dominguinhos, com quem se casaria vindo a tornar-se seu grande parceiro musical.

Em 1969, Anastácia e Dominguinhos assinam sua primeira composição juntos com "Um Mundo de Amor" e a música é inscrita no Festival de Música Regional Nordestina, realizado pela TV Bandeirantes, sendo interpretada pela cantora Marinês. Outra canção da dupla foi "De Amor Eu Morrerei", que ficou em segundo lugar no festival, também defendido por Marinês. Luiz Gonzaga, acreditando no talento de Anastácia convida a cantora para a gravadora RCA onde grava seu novo disco Caminho da Roça no mesmo ano e Canto do Sabiá (onde gravou as músicas do festival), no ano seguinte.

Em 1971, lança o disco Torrão de Ouro com destaque para "Eu Só Quero um Xodó", regravada com êxito por Gilberto Gil. É o início do sucesso nacional de Anastácia que possui atualmente mais de 30 discos gravados em toda sua carreira e que até hoje continua realizando shows pelo Nordeste e pelo país.

Anastácia, por ela mesma


Trecho do programa São João do Nordeste exibido no São João de 2009 que traz Anastácia falando um pouco de sua vida e sua carreira, além de cantar alguns de seus grandes sucessos feitos em parceria com Dominguinhos como "Tenho Sede", "Sanfona Sentida", "Doidinho, Doidinho" e "Eu Só Quero um Xodó".

Homenageada do Dia: Anastácia


Anastácia - Eu Só Quero um Xodó

Anastácia é compositora de grandes sucessos que todos nós conhecemos e que são tocadas atualmente nos festejos juninos e na nossa música brasileira. Embora pouco falada na mídia brasileira, tem seu reconhecimento aqui neste blog como um dos grandes nomes da música nordestina. É por isso que nesta semana de São João, trago Anastácia como a Homenageada do Dia deste domingo.