A História do Samba - 3ª parte
Em sua evolução, o samba sofreu uma série de influências estranhas à cultura popular brasileira, principalmente à influência da música de jazz norte-americana, que invadiu o Rio de Janeiro depois da 1ª Guerra Mundial até 1929.
Enquanto isso, nos morros cariocas, os compositores oriundos das camadas mais pobres da população continuavam a cultivar o samba batucado, conforme resultou da fusão do samba-de-roda baiano com a música urbana do Rio de Janeiro, herdeira do lundu, que ficou logo conhecido como "samba de morro". Em volta deles agruparam-se sambistas, cantores, ritmistas e dançarinos, e surgiram, no fim da década de 1920, as associações recreativas carnavalescas chamadas de escolas de samba.
No carnaval de 1929, a Deixa Falar foi a primeira escola de samba carioca fundada no Estácio e apresentou, na Praça Onze, o samba em toda a sua pureza rítmica, acompanhado de instrumentos de percussão: tamborins, cuícas, surdos, etc. Em Mangueira, apareceu o famoso sambista Agenor de Oliveira, conhecido como Cartola.
Paralelamente ao desenvolvimento do samba de carnaval, surgiu o samba-canção por volta de 1928, também conhecido como samba de meio de ano, não-carnavalesco, que se tornou o equivalente brasileiro do blues, de consumo sentimental norte-americano. A voga do samba-canção estendeu-se até meados da década de 1940, quando a evolução da música popular do Rio de Janeiro sofreu novamente a influência da música dos Estados Unidos (jazz bebop).
Entre os compositores que ilustraram essa fase da evolução do samba destacam-se: João de Barro, Alberto Ribeiro, Dorival Caymmi e Herivelto Martins. Foi somente a partir de 1958, com o movimento da Bossa Nova, marcou o afastamento do samba de suas origens populares pelo aprofundamento da influência do bebop e pelas modificações introduzidas na batida tradicional do samba, em seu próprio ritmo, sendo representado por Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, Johnny Alf, Carlos Lyra, Baden Powell, entre outros.
A partir da década de 1960, a evolução do samba prosseguiu tanto através da retomada de suas características mais tradicionais com Chico Buarque, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Ivone Lara e Martinho da Vila, como através da incorporação da fusão com os mais diferentes ritmos e influências representada por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luís Melodia, Aldir Blanc e João Bosco, entre outros.
Semana que vem, falarei um pouco das escolas de samba. Até lá!