25 de dez. de 2009

Momento Flashback: Black Box


Black Box - Fantasy



Grupo formado no final da década de 1980, na Itália, por Daniele Davoli (dj), Valerio Semplici (músico), Mirko Limoni (programador) que, junto com Catherine Quinol (conhecida como Katrin e era modelo do grupo que apresentava nas suas capas), Martha Wash e Charvoni acompanhavam o trio que mesclava ritmos dançantes da época até criar seu próprio estilo: o italo house.

O primeiro disco Dreamland saiu em 1989, embalado pela música "Ride On Time" que foi seu primeiro single, estourando em todo o mundo. O disco foi um dos mais vendidos que também contaram com grandes hits a exemplo de "Everybody Everybody", "Don't Know Anybody Else", "Strike It Up" e "Fantasy" sendo, até hoje, o seu maior sucesso.

Em 1991 lançou o disco Mixed Up!/Remixland reunindo sucessos remixados. Outros discos foram Positive Vibration (1995) e Hits & Mixes (1998), sendo seu último trabalho quando o grupo resolveu encerrar suas atividades.



24 de dez. de 2009

Natal: A vivência de dois deuses - interior e exterior

Natal não representa uma data histórica comemorada pela Igreja Católica e algumas religiões para lembrarmos do nascimento Daquele que viria a ser o nosso Salvador; Daquele que viria a dar sua vida para perdoar a todas as maldades cometidas pelos homens na terra, aos olhos de Deus-Pai e vindo a nos salvar: Natal é mais que uma celebração.

O que nós aprendemos, seja nas lições religiosas, na Bíblia, na Igreja, além de todos os ensinamentos e princípios cristãos, são passados de geração em geração. Será que todos pensaram nisso? A vida até hoje representa um grande enigma que nem a própria Igreja soube desvendar há muito tempo por condenar a ciência. Acredito também que nem os cientistas, embora pelas suas teorias e aplicações fossem capazes de realizar descobertas significantes, chegaram perto.

Acredito que cada um tem sua própria concepção sobre o valor da vida, sobre como pode compreender melhor o mundo em que vive, os princípios morais e éticos passados pela família e sociedade, mas esquecem de passar a viver o presente contemplando dois "deuses": um exterior que é o divino, abstrato, celestial ensinado pelas diversas doutrinas religiosas, e outro interior que vive em nosso ser, existencialista, sentimental que chamamos de amor, o qual possui vários significados e acepções múltiplas que vivemos e interpretamos de acordo com o momento e com o mundo.

Mas, no mundo de hoje, como pensarmos no Natal já que muita gente ainda não conhece os significados e acepções amorosas ou que mistura os seus conceitos? As guerras, a fome, a ignorância, o ódio dos homens afastam a compreensão do "deus íntimo" e muitos de nós não olhamos esse lado como se quiséssemos tapar o sol com a peneira ou por achar que o Natal é só momento de alegria e que a tristeza é passageira. Não é passageira de forma alguma, o que falta na sociedade hoje é buscar um elo de ligação entre os dois deuses que, por vezes, deixamos de acreditar, mesmo sem ter intenção.

Devido a falta de compaixão com o próximo, o mundo vive hoje uma falta de amor mútuo que só existe apenas a pequenos grupos ou comunidades que compartilham os mesmos valores que podem ser adversos aos outros grupos ou comunidades diferentes. O amor é único, embora a unanimidade é praticamente impossível de ser conquistada pois, para alguns, não existe esperança por um mundo melhor devido à falta de esperança e de atenção dada a eles.

A harmonia ainda é uma chave que pode ser alcançada, embora não se sabe quando. Talvez em um futuro próximo ou distante. Mas, no mundo, é preciso que todos nós possamos unir nossos sentimentos, estabelecermos um elo, passarmos a contemplar os dois deuses e acreditarmos como um Deus único capaz de juntarmos todas as nossas forças para vencermos todos os males da terra. Pra mim, o verdadeiro significado e fundamento do Natal seja a esperança por um futuro melhor, de união, de fraternidade, de amor pelo próximo, de compaixão, para repartirmos o pão e o fruto a todos que precisam. É preciso que deixemos nascer, crescer e fluir a paz, o amor e a união. Por isso, espero que todos, ao lerem minha mensagem, possam refletir sobre tudo isso e terem um Natal muito feliz, com tudo de bom que puder proporcionar esse presente tão bonito e válido que qualquer coisa material: A nossa vida.

Para inspiração de minha mensagem, segue esta belíssima letra para ilustrar as felicitações natalinas que passo a todos os parentes e amigos. A todos, um FELIZ NATAL!




Beto Guedes - O Sal da Terra

Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa
Bem que tá na hora de arrumar...

Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo
Prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver...

A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da...

Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã

Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã...

Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois...

Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra


A Música no Mundo e no Brasil - Parte 18

A Tropicália

Enquanto a Jovem Guarda agitava o leste e sul do país, outro movimento partia da Bahia para o resto do Brasil: a chamada Tropicália. Liderada por Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros famosos nomes da MPB, a Tropicália pretendia seguir - nas palavras de Caetano - "a linha da música brasileira".

Participaram do primeiro disco deste mvimento baiano um grupo chamado Os Mutantes, de onde saiu ninguém menos do que a maior roqueira do Brasil: Rita Lee. Podemos hoje dizer que Os Mutantes foram uma banda que passeava entre a Tropicália e a Jovem Guarda sem nenhum problema.

Na guitarra, Sérgio Dias, que define muito bem o que foi a banda: "a esperiência de 3 garotos que tinham os ingredientes necessários para formar uma vanguarda... combinaram criatividade, técnica e alegria. Onde começava uma coisa e terminava outra, não dá pra dizer. Experimentavam o tempo todo e, por isso criavam, inventavam... sempre preocupados com a qualidade da música, o sucesso seria consequência".

O outro terceiro integrante da banda era Arnaldo Dias, irmão de Sérgio. Um outro irmão da família Dias - Cláudio César - tinha uma banda de surf-rock com nome em inglês: The Woodfaces (Os Caras-de-Pau). Na bagunça entre a Jovem Guarda, Tropicália e ainda a Bossa Nova, os Woodfaces acabaram porque parte do grupo queria tocar bossa.

Em 1965, Rafael dos Woodfaces - que não queria saber de bossa - chamou mais duas garotas para tocar. As convidadas eram Suely e Rita Lee e se juntaram também os irmãos Sérgio e Arnaldo, mais o baterista Pastura e formaram mais um grupo com nome em inglês: Six Sided Rockers.

Continuarei no próximo ano a falar do surgimento dos Mutantes e sua importância na mpb. Até lá!


23 de dez. de 2009

Vanessa da Mata: 6 anos de sucesso


Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte/Good Luck


Em 2007, Vanessa da Mata lança seu terceiro cd Sim, tendo gravado no Brasil e na Jamaica, e contou com participações especiais de João Donato, Davi Moraes, Pedro Sá, o jamaicano Ben Harper, entre outros. Por este disco ganhou o Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Pop Contemporâneo", duas vezes premiado com Disco de Ouro e Platina e o prêmio Multishow pela música "Boa Sorte/Good Luck" com participação de Ben Harper, em 2008, sendo considerado um dos grandes sucessos da cantora.

Celebrando 6 anos de carreira, Vanessa da Mata gravou cd e dvd Multishow Ao Vivo , reunindo grandes sucessos com destaque a inédita "Acode", de sua autoria e para a regravação das músicas "Um Dia, Um Adeus" (de Guilherme Arantes) e "As Rosas Não Falam" (de Cartola).


O início da carreira de Vanessa


Vanessa da Mata - Não Me Deixe Só


Embora tivesse composições já gravadas outros nomes da mpb desde a década de 1990 e com seu primeiro reconhecimento ao ser indicada ao Grammy Latino pela música "A Fonte Que Nunca Seca", a cantora só viria a lançar seu primeiro disco Vanessa da Mata em 2002, produzido por Liminha, com boa recepção da crítica especializada e com destaque para as músicas "Nossa Canção", "Não Me Deixe Só" e "Onde Ir".

Dois anos depois lança seu segundo disco Essa Boneca Tem Manual, também com produção de Liminha com destaque para a faixa-título bem como as canções "Ai, Ai, Ai", "Ainda Bem" e a regravação de "Eu Sou Neguinha", de Caetano Veloso. O cd recebeu Disco de Platina pela vendagem de mais de 100 mil cópias.


Um pouco sobre Vanessa


Vanessa da Mata - Amado


Natural de Mato Grosso, Vanessa Sigiane da Mata Ferreira se mudou aos 14 anos para Uberlândia, em Minas Gerais para estudar Medicina e, nas horas de folga, cantava em bares.

A partir daí descobriu sua vocação para música, cantando ou compondo, com gosto para o samba, música regional e mpb. Em 1992, foi para São Paulo onde integrou uma banda de reggae chamada Shalla-Ball.

Sua primeira composição de sucesso "A Fonte Que Nunca Seca" foi feita em parceria com Chico César e gravada por Maria Bethânia e pelo cantor. Logo depois Bethânia gravaria outra canção de Vanessa: "O Canto de Dona Sinhá". A partir daí outros artistas passaram a conhecer seu trabalho e a gravar suas composições.

Vanessa da Mata - Ai, Ai, Ai



Clipe oficial de um dos grandes sucessos de Vanessa da Mata.



REVELAÇÃO MPB: Vanessa da Mata



Vanessa da Mata - Nossa Canção


Nesta última quarta de 2009 dedicada às revelações da música popular brasileira, trago um pouco sobre a vida pessoal e profissional de mais um novo talento: Vanessa da Mata.



20 de dez. de 2009

Sintonia::: Especial Dona Ivone Lara



Playlist com Top 15 contendo os maiores sucessos e composições de Dona Ivone Lara.

Fundo de Quintal e D. Ivone Lara - Tendência


Show do grupo Fundo de Quintal com a participação de D. Ivone Lara cantando a música "Tendência", um dos sucessos da cantora.


D. Ivone Lara e seu reconhecimento musical

Por ter participado da fundação da escola de samba Império Serrano, como também de ser madrinha da ala de compositores e desfilar na ala das baianas desde 1968, D. Ivone Lara ganhou reconhecimento com o Estandarte de Ouro como destaque da ala em 1982.

Com mais de 7 discos gravados, 300 composições e pouco mais de 60 anos de carreira, D. Ivone Lara tem seu devido reconhecimento como uma das maiores sambistas do Brasil. Neste ano, gravou um cd e dvd Canto da Rainha ao vivo no Canecão, Rio de Janeiro, ao lado da Velha Guarda do Império Serrano em homenagem à sua carreira onde reuniu diversos amigos ligados à música (como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros) e lançou um livro sobre sua vida pessoal e profissional denominado Nasci Pra Sonhar e Cantar: Dona Ivone Lara - A Mulher no Samba.


Nota do blog (atualização em 02/02/2019): Dona Ivone Lara morreu no dia 16 de abril de 2018, no Rio de Janeiro, por conta de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória após ter completado 96 anos de idade.

D. Ivone Lara e seus primeiros sucessos


D. Ivone Lara - Sonho Meu / Liberdade / Acreditar / Tiê / 


Após participar de algumas rodas de samba no Teatro Opinião na década de 1960, Ivone Lara se aposentou de sua profissão de enfermeira e do hospital onde trabalhava como assistente social, vindo a seguir sua carreira artística em 1977, ao gravar seu disco Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz no ano seguinte, embora tivesse feito participações e gravado compactos nos anos anteriores.

Ainda em 1978, sua primeira composição de sucesso "Sonho Meu", feita em parceria com Délcio Carvalho, foi gravada por Maria Bethânia e foi considerada como a melhor música do ano. A partir daí, grava novos discos e grandes sucessos que marcariam sua trajetória musical como "Sorriso Negro", "Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço?", "Tendência", "Tiê", "Alvorecer", além de "Alguém Me Avisou" (gravada por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia), "Força da Imaginação" (gravada por Beth Carvalho), entre outros.


O início da carreira de Ivone


D. Ivone Lara - Os Cinco Bailes da História do Rio

Nascida no Rio de Janeiro em 1922 e moradora de Madureira, a cantora adotou o nome artístico de Ivone Lara e passou a frequentar a escola de samba Prazer da Serrinha, onde conheceu o filho do presidente com quem se casou, para a qual compôs muitos sambas e partidos-altos, como a música "Nasci Para Sofrer", que se tornou hino da escola. Ao se desmembrar, a escola Prazer da Serrinha deu origem a uma das famosas escolas de samba do Rio de Janeiro, em 1947: a Império Serrano. Desta escola, Ivone participou de sua fundação, sendo madrinha da ala dos compositores e integrante da ala das baianas.

Porém, um pouco antes, ela recebeu aulas de canto com Lucília Villa-Lobos (mulher do maestro e músico erudito Heitor Villa-Lobos) e conheceu novos parceiros e companheiros musicais como Silas de Oliveira (autor de "Aquarela Brasileira") e Mano Décio da Viola.

Na década de 1960, Ivone compôs o samba "Não Me Perguntes", "Agradeço a Deus" (em parceria com Mano) e "Os Cinco Bailes da Corte" (ou "Cinco Bailes da História do Rio"), sendo esta última seu maior êxito como samba-enredo feito em parceria com Silas de Oliveira para o desfile da escola Império Serrano, em 1965, que se sagrou vice-campeã naquele ano.



Homenageada do Dia: Dona Ivone Lara


Dona Ivone Lara - Nasci Pra Sonhar e Cantar

Yvonne Lara da Costa e seu samba pede passagem. A partir de hoje, prestarei homenagem a uma das maiores e tradicionais cantoras e compositoras do samba brasileiro que nasceu pra sonhar e cantar: Dona Ivona Lara.


18 de dez. de 2009

Momento Flashback: Eurythmics


Eurythmics - Sweet Dreams (Are Made of This)

Dupla de new wave formada pela vocalista e pianista escocesa Annie Lennox e pelo instrumentista britânico Dave Stewart que fez muito sucesso na década de 1980.

A primeira atuação profissional de Annie e Dave veio a partir de 1975 quando trabalharam numa banda punk denominada The Catch junto com Peet Coombes, e continuaram até 1977 quando mudou o nome para The Tourists que fez relativo sucesso até 1980. Ávidos pelas experimentações musicais e eletrônicas, Lennox e Stewart viriam a formar o Eurythmics e assinar seu primeiro contrato com a gravadora RCA, onde surgirão seus primeiros singles do disco de estréia In the Garden, em 1981: "Belinda" e "Never Gonna Cry Again".

Mas foi em 1983, com "Sweet Dreams (Are Made of This)" do segundo disco homônimo, que a dupla alcançaria projeção mundial, batendo record de execuções nas rádios e até mesmo pelo clipe incluido pela MTV, nos EUA. O disco também destacou pelos sucessos "Love Is a Stranger" e "The Walk". No mesmo ano também é lançado seu terceiro disco Touch, com destaque para "Here Comes the Rain Again" e "Who's That Girl".

Com oito discos lançados na década de 1980, a dupla se desfez, voltando alguns anos depois para gravar novo cd Peace, em 1999. Embora a dupla ainda esteja em atividade e lançando coletâneas de seus sucessos, Annie Lennox tem atuado em carreira solo tendo boa recepção junto a seu público.

17 de dez. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 17

O que a Jovem Guarda tem a ver com o futebol? - Parte II

Na sequência desse evento, o rock explodiu no Brasil tomando conta de todas as garagens, clubes sociais, rádios, televisões regionais, festas de igreja e aniversários. Integraram a Jovem Guarda, além dos citados grupos de guitarras que ficaram na história do rock nacional como Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, Os Incríveis, The Sunshines, The Youngsters e The Brazilian Bitles, este último um grupo carioca que ficou conhecido pela versão de "Wild Thing" ("Gata").

Também destacaram-se intérpretes como Ronnie Von, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Bobby DiCarlo e Ed Wilson. Entre as dezenas de canções que fizeram história, destacam-se "Quero Que Tudo Mais Vá Pro Inferno" e "O Calhambeque" (Versão para "Road Hog", de John Loudermilk) com Roberto Carlos, "Festa de Arromba" com Erasmo Carlos, "O Bom" com Eduardo Araújo, "Prova de Fogo" com Wanderléa, "Menina Linda" (versão de "I Should Have Known Better", dos Beatles) com Renato e Seus Blue Caps, entre outros.

Além dos cds individuais, inúmeras coletâneas têm sido lançadas, destacando-se Jovens Tardes de Domingo (em seis volumes), O Melhor da Jovem Guarda (em dez volumes), Coleção Jovem Guarda (edição da Revista Caras, em seus volumes) e, ainda, Pop Hits Nacionais - Anos 60 (pelo selo Natal Records).

Ao lado da Jovem Guarda acontecia o movimento da Tropicália que introduziu a guitarra na tradicional MPB e o discurso político no rock, produzindo a versão brasileira do "psicodelismo" mundial. Neste movimento, destacaram-se intérpretes, compositores e arranjadores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Rogério Duprat e, de forma especial, o grupo Os Mutantes. A exemplo do que ocorre demais manifestações sonoras e comportamentos dos anos sessenta, a Jovem Guarda vem sendo resgatada por novos artistas a cada geração, a exemplo dos grupos Titãs, Kid Abelha, Jota Quest e o gaúcho Graforréia Xilarmônica.

Próxima semana falarei um pouco da Tropicália e alguns representantes.



16 de dez. de 2009

3 na Bossa



3 na Bossa, com participação de Roberto Menescal, tocando a música "Whatch What Happens", de Michel Legrand.


REVELAÇÃO MPB: 3 na Bossa



3 na Bossa - Fotografia

Edmur Hebter e Elaine do Valle já se conheciam e faziam shows em São Paulo. Já Toninho Pinheiro fez parte do Jongo Trio, que acompanhou Elis Regina e Jair Rodrigues no show Dois na Bossa.

Com Hebter no piano, Elaine do Valle no contrabaixo e Toninho Pinheiro na bateria, formam o 3 na Bossa, um grupo formado para um projeto especial criado pela Abril Music e com a produção de Roberto Menescal (que também participa em algumas faixas), viriam a gravar uma sequência de discos instrumentais dedicados à bossa nova, no ano 2000.



14 de dez. de 2009

Sintonia::: Especial Gonzaguinha



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições de Gonzaguinha.

Saudoso Gonzaguinha



Com mais de 15 discos gravados em sua carreira, Gonzaguinha deixou uma lacuna na música quando morreu aos 45 anos vítima de um acidente de carro. Mas sua obra fica registrada na nossa música brasileira reconhecendo como um dos melhores compositores que o Brasil conheceu. Neste clipe do programa Ensaio, exibido pela TV Cultura em 1990, Gonzaguinha canta duas músicas: "É" e "O Que É, o Que É".



13 de dez. de 2009

A Carreira de Gonzaguinha


Gonzaguinha - Sangrando

Após o lançamento de seu primeiro disco em 1973, Gonzaguinha se apresentou no programa de Flávio Cavalcante já despertando interesse do público pelas suas músicas que tinham forte teor social e que viriam, logo depois, sofrer críticas e serem censuradas.

Após um bom início, o cantor resolveu mudar seu estilo de compor devido às poucas vendagens dos trabalhos seguintes. Em 1975 torna-se um artista independente e lança seu disco Plano de Vôo, com destaque para a música "Geraldinos e Arquibaldos".

Em 1976 grava o disco Começaria Tudo Outra Vez onde voltaria a emplacar nas vendas e a se consolidar como um dos grandes cantores da música popular brasileira, através da faixa-título e "Espere Por Mim, Morena", grandes hits deste trabalho. A partir daí, a cada disco, compõe novas músicas que viriam a se tornar sucesso na voz de outros intérpretes como Maria Bethânia ("Grito de Alerta"), Simone ("Sangrando"), Elis Regina ("Redescobrir"), entre outros na década de 1980.



O início de Gonzaguinha


Gonzaguinha - Comportamento Geral

Embora haja controvérsias quanto à sua paternidade, sabe-se que Gonzaguinha é filho do cantor e compositor Luiz Gonzaga e Odaléia Nascimento, porém foi cuidado pelos seus padrinhos Dina e Xavier. Passou sua infância no morro de São Carlos (citado em uma de suas canções "Com a Perna no Mundo"), no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.

Durante o período em que esteve na faculdade, teve contato com diversos músicos que iriam influenciá-lo na música e a fazer parte do Movimento Artístico Universitário junto com Ivan Lins, Aldir Blanc, Dominguinhos, entre outros, chegando a participar de alguns festivais de música até revelar seu talento para as músicas com forte teor social e de protesto, marcadas pela época da Ditadura Militar em vigor no país na década de 1960.

Seu primeiro disco Luiz Gonzaga Jr. veio em 1973, com destaque para a música "Comportamento Geral" e, a partir daí, começou a ter problemas com a censura devido às suas composições.


Gonzaguinha - Pout-Pourri




Gonzaguinha em apresentação no programa Ensaio, da TV Cultura no ano de 1990, onde canta um pout-pourri de seus sucessos: "Ponto de Interrogação" / "Grito de Alerta" / "Diga Lá, Coração" / "Espere Por Mim, Morena" / "Explode Coração" / "Lindo Lago do Amor".


Homenageado do Dia: Gonzaguinha


Gonzaguinha - Começaria Tudo Outra Vez

O cantor Luiz Gonzaga do Nascimento Junior nasceu no Rio de Janeiro e compôs grandes sucessos que marcariam sua trajetória e firmando como um dos grandes nomes da música popular brasileira. Gonzaguinha é o Homenageado do Dia.


11 de dez. de 2009

Momento Flashback: Nikka Costa



Nikka Costa - (Out Here) On My Own


Domenica Costa nasceu em Tokio, no Japão e criada em Los Angeles, nos EUA, sendo filha do maestro, produtor e arranjador Don Costa. Aos 5 anos, participou cantando em um especial de Natal, produzido pelo seu pai e, aos 7 anos, veio a emocionar o mundo como Nikka Costa cantando a música "(Out Here) On My Own", em uma apresentação na Itália com grande sucesso que viria, logo depois, a gravar um compactor com a música, lançando em 1981 juntamente com um LP, alcançando grandes vendagens. Outro destaque foi a música "I Believe in You".

Com 9 anos, fez dueto com Frank Sinatra, amigo de seu pai e de quem seria sua afilhada, cantando em um concerto beneficente na Casa Branca, EUA. O segundo disco Fairy Tales (Cuentos de Hadas) veio em 1983, com produção de seu pai, mas no mesmo ano, ele faleceu vítima de infarto.

Ficando seis anos sem gravar, Nikka retorna em 1989 lançando o disco Here I Am... Yes, It's Me, onde emplaca com a música "Midnight" vindo a ganhar notoriedade na Austrália, onde é premiada como "Melhor Artista Revelação". Na década de 1990 lança mais dois discos: Butterfly Rocket (com destaque para a música "Like a Feather") e Live At the Bridget.

Com mudança no visual e inovando em sua carreira e estilo de cantar (inclusive atuando como compositora), Nikka volta em 2001 com mais um disco: Everybody Got Their Something. Conhece e casa-se com o produtor Justin Stanley que ajudou na produção deste disco. Em 2005, grava o disco Can'tneverdidnothin' e, em 2008, Pebble To a Pearl.

Atualmente, a cantora mora na Austrália desde 1992 e prepara para gravar novo cd em breve.




10 de dez. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 16

O que a Jovem Guarda tem a ver com o futebol? - Parte I

Em 1965 o movimento já estava iniciado com as bandas de guitarra acompanhando Erasmo Carlos, Os Vips, Wanderléa, Leno e Líliam, Golden Boys, Deny e Dino, Sérgio Reis, Rosemary, Kátia Cilene, Meire Pavão, Waldirene, Adriana, Silvinha, Maritza Fabiani e Roberto Carlos.

Bastou a Federação Paulista de Futebol proibir a transmissão de jogos direto pela TV para que as tardes de domingo fossem dominadas pela turma da Jovem Guarda, que já havia conquistado as paradas de sucesso. Vieram as modas dos cabelos compridos para os rapazes, calças colantes de duas cores, bocas-de-sino, cintos e botinhas coloridas, a mini-saia sempre acompanhada de botas de cano alto para as meninas.

Nas letras, nada de política, sexo, rebeldia ou drogas. Tratava-se de um movimento musical, claramente influenciado pelo "iê-iê-iê" dos Beatles, cuja expressão saiu da música "She Loves You": yeah-yeah-yeah. O Brasil estava longe de entrar na agenda das turnês dos rapazes de Liverpool. O que fazer então? Versões, adaptações e cópias gravadas em LPs e nos lendários compactos, hoje valiosas preciosidades.

Em 1966, sob o comando de Roberto Carlos, é realizado o I Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, do qual participaram cerca de 5 mil grupos, tendo como primeiro colocado o grupo paulista Loupha, com o cover para "I Can't Let Go", dos ingleses The Hoolies e, em segundo lugar, The Cleans, um grupo gaúcho. A Jovem Guarda teve seu nome ironicamente tirado de um livro de Vladimir Lenin, o líder da Revolução Soviética, segundo consta, idéia do publicitário Carlito Maia.

Veremos na próxima semana a continuação da seção Jovem Guarda.

9 de dez. de 2009

Um pouco sobre Leo Maia

Márcio Leonardo Maia nasceu no Rio de Janeiro, sendo filho do cantor Tim Maia que dedicou uma música a ele. Leo Maia passou a interessar pela música ainda na infância acompanhando os ensaios da banda Vitória Régia, até a vim compor e cantar profissionalmente na fase adulta.

O primeiro disco de Leo saiu em 2005 com Cavalo de Jorge que reuniu 13 músicas, sendo 8 de sua própria autoria, já evidenciando a influência que receberia de Tim. Já o segundo cd veio em 2008 com Cidadão do Bem que, além de conter suas composições, também regravou sucessos de outros artistas como Caetano Veloso ("Baby"), Cassiano ("Eu Amo Você") e Raul Seixas ("Como Vovó Já Dizia"). Ambos os trabalhos, Leo mescla samba, soul, black music, reggae e rock.

O cd mais recente saiu este ano com Sopro do Dragão, com destaque para a música "Funk na Laje", de sua autoria e "Amor à Moda Antiga", com participação de Seu Jorge. Também regravou a música "Homem do Espaço", de Jorge Benjor, e "Revanche", de Hyldon.




REVELAÇÃO MPB: Léo Maia


Léo Maia - Revanche

Filho do saudoso cantor (e eterno síndico) Tim Maia, Léo Maia segue influências de seu pai ao incorporar black music e soul em suas músicas. Figurando entre os novos talentos da música brasileira, ele é a Revelação MPB que trago nesta quarta.

8 de dez. de 2009

15 anos sem Tom Jobim


Tom Jobim - Água de Beber

Eu quis amar mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração

Água de beber
Água de beber, camará
Água de beber
Água de beber, camará

Eu nunca fiz coisa tão certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração

Água de beber
Água de beber, camará
Água de beber
Água de beber, camará

******************************

Mesmo após 15 anos de sua morte, Tom Jobim continua mais influente do que nunca.

Há exatos 15 anos, a música popular brasileira perdia aquele que é tido como o seu principal representante: Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. O maestro, compositor, e um dos criadores da bossa nova morreu aos 67 anos, durante uma angioplastia, em Nova York, a cidade que segundo Tom, "deveria ser conhecida de maca", para contemplar seus arranha-céus. O curioso é que o artista carioca, nascido em 25 de janeiro de 1927, no bairro da Tijuca, faleceu no mesmo dia e no mesmo local de outro ícone musical: o ex-líder dos Beatles, John Lennon. "Tom Jobim é desses gênios que o Brasil produz de 100 em 100 anos. O país e a nossa cultura devem muito a ele", destaca o músico Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, que no ano passado homenageou durante uma temporada inteira o maestro brasileiro.

Compositor de clássicos como "Garota de Ipanema", "Wave", "Águas de Março", "Chega de Saudade", "Corcovado" e "Samba de uma Nota Só", Tom é um dos responsáveis pela criação de um dos movimentos e ritmos musicais mais importantes da nossa história: a bossa nova.

"Dois nomes são fundamentais para a bossa nova: Tom Jobim e João Gilberto. Mas, graças ao Tom, ela tem a parte harmônica, melódica, e de arranjos que tem e não alcançaria as proporções que alcançou. Ele é o centro e figura fundamental para a bossa ter se tornado o que é", opina o fundador e presidente de honra do Clube da Bossa Nova, Dickran Berberian, que também ressalta o reconhecimento internacional do maestro: "Em qualquer lugar do mundo que você vai, as pessoas conhecem Garota de Ipanema. Tom Jobim é muito mais conhecido do que Villa-Lobos, Carlos Gomes. Ele é, sem dúvida, o nosso artista de maior destaque no exterior. Sempre se ouviu Tom Jobim e sempre se ouvirá", destaca Dickran. (...)

Revolução

Para Reco do Bandolim, Tom Jobim, com sua genialidade, ajudou a promover uma revolução estética e sonora e conseguiu reunir, ao mesmo tempo, uma força e uma suavidade que transformaram a música brasileira. Reco acrescenta que a música de Tom carrega uma sofisticação delicada e que ele deu uma imensa contribuição para o entendimento do Brasil que desejamos.

"A bossa nova foi a trilha sonora de uma época de otimismo, de esperança, de um Brasil que sonhamos e gostaríamos de ter. Infelizmente, ainda não temos um país à altura da música do Tom. Mas certamente, um dia teremos", anseia Reco.

Sinfonia para Brasília

Brasília também está marcada na carreira e na vida de Antônio Carlos Jobim. Por aqui, ele passou antes mesmo da capital ser fundada. Juntamente com o parceiro de tantos clássicos Vinicius de Moraes, ele foi convidado, em 1958, pelo então presidente Juscelino Kubitschek para compor a "Sinfonia de Brasília" (ou "Sinfonia da Alvorada") para ser executada no dia da inauguração da cidade. Durante 10 dias, Tom e Vinícius ficaram hospedados no Catetinho, para sentir o clima da região onde a nova capital estava sendo erguida.

Na capa do CD de Tom Jobim havia um texto com as impressões do maestro sobre o Planalto Central: "Setembro, sertão no estio. Frio seco. Altitude aproximada: 1.200 metros. Ar transparente, céu azul profundo, primavera e pássaros se namorando. Campos gerais, chapadões dos gerais. Cerrado e estirões de mata à beira dos rios. Horizonte: 360º. No fundo do Catetinho, há um capão de árvores altas por onde passa um córrego de água boa e fria. Seguindo-se a água, sai-se num campo onde fui muitas vezes escutar o pio das perdizes. Silêncio nos campos claros batidos de sol..."

O funcionário do Catetinho Marcos dos Santos conta que foi preciso trazer um piano. Com grande dificuldade, ele foi transportado para o 2º andar da casa, para que Tom pudesse compor a famosa sinfonia. Marcos acrescenta que o lugar também inspirou o artista carioca a fazer outra famosa canção: "Água de Beber". "O Tom Jobim e o Vinicius de Moraes teriam perguntando a um funcionário da época, o Luciano Pereira, se a água que tinha no fundo do Catetinho era para beber. E ele teria respondido: é água de beber, camará. Aí surgiu a música", explica.

Aliás, a natureza sempre foi tema recorrente nas composições do maestro como o som dos pássaros, as águas, a preocupação com o meio ambiente e o futuro do planeta. Questionado alguns anos antes de morrer sobre onde gostaria de ir quando deixasse essa vida, Tom respondeu: "Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer, quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz."
**********************

Fonte: Ana Clara Brant, para o Correio Brasiliense (08/12/2009).

6 de dez. de 2009

Sintonia::: Especial Edu Lobo



Playlist com Top 15 com as maiores composições e interpretações de Edu Lobo.

Edu Lobo e Chico Buarque - Ciranda da Bailarina



Gravação do programa "Te lo do io il Brasile" da RAI, na tv italiana, na década de 1980. No clipe estão o italiano Beppe Grillo com Edu Lobo e Chico Buarque cantando a música "Ciranda da Bailarina".



Edu Lobo na música, tv, teatro e cinema


Edu Lobo e Maria Bethânia - Pra Dizer Adeus



De volta ao Brasil, Edu Lobo casou com a cantora Vanda Sá e prosseguiu sua carreira fazendo música para televisão (programa Caso Especial, da TV Globo entre 1974 e 1975, e Rá-Tim-Bum, da TV Cultura em 1990), espetáculos teatrais ("O Grande Circo Místico" e "Dr. Getúlio", em 1983, e "O Corsário do Rei", de Alfredo Boal, em 1985, ambos com parceria de Chico Buarque) e cinema ("O Cavalinho Azul", de Eduardo Escorel feito em 1984).

Entre seus discos de destaque, Edu reafirma parceria com Chico Buarque e grava com Tom Jobim (Tom e Edu, em 1982). Com mais de 25 discos gravados, Edu Lobo chegou a ganhar o 14° Prêmio Shell para a Música Brasileira e reafirmando seu prestígio como um dos grandes nomes da MPB contemporânea.



A Projeção Nacional de Edu

Edu Lobo, Marília Medalha e Momento 4 - Ponteio

Durante a Ditadura Militar, Edu Lobo adota uma postura mais política e social nas suas composições. Neste período surgem os festivais de música promovidos pelas TVs Excelsior e Record e o compositor inscreve algumas de suas canções que seriam defendidas por ele ou por outros intérpretes.

Assim, Edu Lobo projeta-se nacionalmente na época desses festivais, vencendo com a música "Arrastão", composta em 1965 em parceria com Vinicius de Moraes e defendida por Elis Regina. Dois anos depois vence com a música "Ponteio", que compôs com Capinam e defendida por Edu, junto com Marília Medalha e Momento 4. Entre 1969 e 1970, nos EUA, aperfeiçoou-se em orquestração, trabalhou com músicos norte-americanos e gravou discos.

Quem é Edu Lobo?


Edu Lobo - Upa, Neguinho

Eduardo de Góis Lobo, conhecido como Edu Lobo, é um cantor, compositor, violonista e arranjador nascido no Rio de Janeiro em 1943. Sendo filho do compositor, jornalista e radialista Fernando Lobo, estrou na música na década de 1960, compondo no estilo característico da bossa nova (neste período compôs a música "Só Me Fez Bem", em parceria com Vinicius de Moraes).

Logo ampliou seu trabalho com músicas de temática político-social como "Canção da Terra", "Reza", "Aleluia", todas em parceria com Rui Guerra, além de "Chegança", em parceria com Oduvaldo Viana Filho. Chegou a musicar várias peças teatrais como "Arena Contra Zumbi", de Gianfrancesco Guarnieri e Alfredo Boal, em 1965, onde saiu um de seus grandes clássicos que ficaria conhecido na voz de Jair Rodrigues e Elis Regina: "Upa, Neguinho", em parceria com Guarnieri.



Edu Lobo - Choro Bandido



Um dos grandes sucessos de Edu Lobo, em parceria com Chico Buarque, que fez parte da trilha sonora da peça teatral musical "O Corsário do Rei", em 1985.


Homenageado do Dia: Edu Lobo



Um dos grandes nomes da nossa música popular brasileira, o cantor e compositor Edu Lobo marcou seu nome nos festivais da música na tv, bem como em algumas composições de sucesso. É o Homenageado do Dia que trago neste domingo.

5 de dez. de 2009

Momento Flashback: Milli Vanilli


Milli Vanilli - Girl You Know It's True


Dupla alemã formada por Fab Morvan e Rob Pilatus e criada pelo empresário Frank Farian que viria a fazer grande sucesso na década de 1980.

O primeiro disco All Or Nothing saiu em 1988, na Europa, onde estourou com um de seus singles de grande sucesso, "Girl, You Know It's True", que viria a ganhar o Grammy em 1990, na categoria "Melhor Novo Artista". Em 1989, este disco foi lançado nos EUA com o nome do single. Outro grande hit da dupla foi "Girl I'm Gonna Miss You".

Durante as apresentações da dupla nos EUA, Milli Vanilli passou a sofrer críticas devido à dublagem nos seus shows. Com isso, passaram a aumentar suspeitas pela crítica e pelo público em relação à forma como se apresentavam, não acreditando no talento da dupla e pondo dúvida em relação às músicas cantadas em seus discos. A pressão foi tanta que o empresário confirmou o que todos desconfiavam: Fab Morvan e Rob Pilatus não eram os verdadeiros intérpretes e suas músicas eram cantadas por outros artistas.

A revolta da crítica, do público e da mídia norte-americana foi tanta que forçaram os organizadores do Grammy a cancelarem o resultado de vencedor da dupla, exigindo de volta. Após isso, houve vários processos contra a dupla e Frank Farian. Assim, ficou marcada como a maior fraude da música de todos os tempos.

Com o tempo, houve novas tentativas para um projeto de retorno do Milli Vanilli, mas não logrou êxito.


3 de dez. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 15

Bandas de Guitarra - II
(Cont.)

Segundo Renato (líder dos Blue Caps), os The Sunshines foram o primeiro e único conjunto que, na época da Jovem Guarda, chegou a assustá-los como forte concorrente. Contratado e produzido por Jairo Pires como banda de lançamento pelo selo Epic, na velha CBS (atual Sony), The Sunshines estourou com o single "O Último Trem", versão de LEno para o sucesso "Last Train To Clarksville", dos Monkeys.

Mas o grande concorrente seriam os Incríveis, antes chamados The Clevers, que também colocariam o sax de Manito nos arranjos, sofisticando o som de "banda de guitarra". Netinho, Nenê, Risonho, Manito e Mingo foram os responsáveis por um clássico também chamados "conjuntos de baile" na década de 1960 e mesmo nos anos de 1970 em diante: "O Milionário". Teve outras versões instrumentais como "O Homem do Braço de Ouro" e "Czardas".

Mas compuseram temas históricos com letra. Quem não se lembra como se canta "Era um Garoto Que, Como Eu, Amava os Beatles e Rolling Stones"? Manito acompanhou o cenário musical da pré-Jovem Guarda até o rock progressivo da década de 1990 com o Som Nosso de Cada Dia, banda que formou com Pedrinho Batera (bateria), Pedrão (baixo, viola e vocal), Egídio Conde (guitarra), Dino Vicente (teclados) Rangel (percussão) e Marcinha (vocal).

Na década de 1970 lançaram os LPs Snegs (1975) e Som Nosso de Cada Dia (1976), sendo Snegs relançado em cd pela Progressive Rock que, na década de 1990, ainda lançaria o cd Live 94 com Jean Trad e Homero Lolito completando a formação. Netinho dos Incríveis formou nos anos 70 a banda Casa das Máquinas que lançou três discos: Casa das Máquinas (1974), Lar de Maravilhas (1975) e Casa de Rock (1976) com destaque para as músicas "Vou Morar no Ar" e "Casa de Rock". Os dois últimos LPs foram lançados em cd.

Finalmente não poderíamos deixar d elembrar de A Bolha, que foi formada em 1965 no Rio de Janeiro por Renato e César Ladeira, além de Ricardo e Lincoln Bittencourt com o nome, em inglês pra variar, de The Bubbles, que mudaram em seguida. Pela Bolha passaram nomes importantes: Pedro Lima, Marcelo Sussekind (ex-Herva Doce), Gustavo Schroeter, Sérgio Herval e Arnaldo Brandão (Hanói Hanói). Lançaram os LPs Um Passo à Frente (1973) e É Proibido Fumar (1977), além de dois compactos.

Próxima semana veremos sobre a Jovem Guarda.



2 de dez. de 2009

Quem é Karyme Hass?


Karyme Hass - Simplesmente


Natural de Curitiba, estado do Paraná, Karyme já cantava desde a adolescência em corais de igreja e nos bares da cidade . Já adulta, lançou seu primeiro disco independente Tempo de Gritar. Porém, seu primeiro contrato com uma gravadora grande (EMI) veio em 2005 ao lançar o disco Faces e Fases, onde possui canções próprias (09 das 13 faixas, com destaque para a faixa-título e "Coração Insano") além de algumas interpretações e regravações como "Heavy Love", composta por Cazuza, buscando unir mpb ao rock alinhada à sua voz marcante. Foi indicada ao Prêmio Tim de Música, na categoria "Revelação".

Três anos depois da boa estréia, Karyme lança seu atual cd Amor Solene, que também assina algumas faixas e conta com colaboração de Samuel Rosa (do grupo Skank) que compôs a música "Simplesmente" e a participação de Paulinho Moska na música "Carne Vermelha".

Com influências musicais de Marisa Monte e Elis Regina, Karyme Hass hoje é vista como um dos novos talentos da música brasileira. Atualmente vem apresentando shows de divulgação do novo disco e já se prepara para lançar novo cd em breve.


REVELAÇÃO MPB: Karyme Hass


Karyme Hass - Agora Quero Amor

Cantora e compositora paranaense, Karyme Hass é uma artista eclética. MPB, bossa nova, rock, pop são alguns estilos que marcam suas músicas. Com dois cds no currículo, é a Revelação MPB que trago nesta quarta-feira.



1 de dez. de 2009

Feitiço da Vila


Rosa Passos - Feitiço da Vila
Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila
Ao abraçar o samba
Que faz dançar os galhos,
Do arvoredo e faz a lua,
Nascer mais cedo.

Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba.

A vila tem um feitiço sem farofa
Sem vela e sem vintém
Que nos faz bem
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço descente
Que prende a gente

O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora:
"Sol, pelo amor de Deus,
não vem agora
que as morenas
vão logo embora

Eu sei tudo o que faço
sei por onde passo
paixao nao me aniquila
Mas, tenho que dizer,
modéstia à parte,
meus senhores,
Eu sou da Vila!
*****************************


Corria o ano de 1934, e Noel tinha 24 anos. Lela Casatle, uma jovem mocinha da Vila Isabel, era eleita Rainha da Primavera. A musa estampa as primeiras páginas de revistas e jornais cariocas, e compositores passam a lhe dedicar seus sambas e choros. Junto com seu parceiro Osvaldo Gogliano (o Vadico), Noel também decidiu homenagear a moça e, por tabela, imortalizar Vila Isabel, o bairro onde havia nascido e permaneceria até sua morte, dois anos mais tarde. Surgia, assim, Feitiço da Vila: “Quem nasce lá na Vila/ Nem sequer vacila/ Ao abraçar o samba (...)// São Paulo dá café/ Minas dá leite/ E a Vila Isabel dá Samba”.

No programa carioca A Voz do Rádio, diria o poeta em entrevista: “Enterneci-me vivamente quando senti que meu samba Feitiço da Vila calara fundo no espírito daquela gente boa. (...) Numa mostra de curiosidade bem feminina, as moças perquiriram as razões que inspiraram o título. Traduzi-o por Feitiço da Minha Pátria, pois nunca me senti melhor do que no recanto calmo e bonançoso de Vila Isabel”.

As grandes paixões de Noel – o samba, as mulheres e sua Vila Isabel – estão juntas na letra de "Feitiço da Vila". A complexa e bonita melodia, uma das mais interessantes do gênio de Vadico, foi gravada pela primeira vez pelo cantor João Petra de Barros, ainda em 1934. Mas a versão definitiva da canção seria a de Aracy de Almeida, em álbum de 1950. O nome de Vadico foi omitido nos créditos de Feitiço da Vila e de outro clássico, Conversa de Botequim. O compositor processou em 1954 a gravadora Continental, e o fato gerou uma breve polêmica sobre as qualidades de Noel como compositor de melodias.

Um ano após escrever a letra de "Feitiço da Vila", Noel ainda acrescentaria alguns versos à canção, entre os quais: “A zona mais tranqüila/ É a nossa Vila/ O berço dos folgados/ Não há um cadeado no portão/ Pois na Vila não há ladrão!”. Esse complemento serviu , em grande parte, de resposta ao ainda desconhecido Wilson Batista. Sambista nascido em Campos, no interior do Rio de Janeiro, Batista iniciou uma longa disputa com Noel Rosa em 1933, ano em que lançou "Lenço no Pescoço", canção na qual exalta a associação do samba com a malandragem. Noel compõe, então, Rapaz Folgado, em que contesta a letra de Batista. A resposta é Mocinho da Vila, uma crítica aberta a Noel.

Com o sucesso de "Feitiço da Vila", Batista vê a oportunidade de reacender a polêmica e pegar carona no sucesso de Noel. Assim, compõe "Conversa Fiada", que é uma resposta direta a "Feitiço da Vila"; não atingiu o sucesso desta, mas não permaneceu no ostracismo e já preconizava o grande sambista. A canção desperta o gênio de Noel, que compõe em resposta, um dos sambas mais brilhantes de sua carreira, Palpite Infeliz. Batista ainda tenta retrucar com canções de insulto como Frankenstein da Vila e Terra de Cego, mas estava encerrada a contenda entre os sambistas, que mais tarde se tornariam amigos.
************************************************

Fonte:
Revista Bravo - 100 Canções Essenciais da Música Popular Brasileira
Colaboração: Fabio Eça.




30 de nov. de 2009

Sintonia::: Especial Bryan Adams



Playlist com Top 15 contendo os maiores sucessos de Bryan Adams.

Bryan Adams - (Everything I Do) I Do It For You

Segue a letra e áudio da balada de maior sucesso de Bryan Adams que lhe rendeu seu primeiro Grammy:



Bryan Adams - (Everything I Do) I Do It For You

Look into my eyes
You will see
What you mean to me
Search your heart
Search your soul
And when you find me there
You'll search no more

Don't tell me
It's not worth trying for
You can't tell me
It's not worth dying for
You know it's true
Everything I do, I do it for you

Look into your heart
You will find
There's nothing there to hide
Take me as I am
Take my life
I would give it all
I would sacrifice

Don't tell me
It's not worth fighting for
I can't help it
There's nothing I want more
You know it's true
Everything I do, I do it for you

There's no love like your love
And no other could give more love
There's nowhere, unless you're there
All the time, all the way!

Look into your heart, baby...

Oh, you can't tell me
It's not worth trying for
I can't help it!
There's nothing I want more.
Yeah, I would fight for you!
I'd lie for you!
Walk the wild for you!
Yeah, I'd die for you

You know it's true
Everything I do, ooooh,
I do it for you...

29 de nov. de 2009

O cantor, fotógrafo e ativista social Bryan Adams



Bryan Adams - Here I Am



Em 2002, Bryan Adams volta a compor trilhas para filmes, desta vez para o desenho "Spirit - O Corcel Indomável" com a música "Here I Am". Em 2004, lança seu nono cd Room Service, que alcançou vendagens de mais de 400 mil cópias logo na primeira na Europa, com destaque para as canções "Open Road", "Flying" e "This Side of Paradise". No ano seguinte, durante a turnê Room Service, Bryan registrou seus shows em mais um novo disco denominado Live in Lisbon. Seu último trabalho é 11, lançado em 2008.

Em sua carreira, Bryan Adams já vendeu mais de 65 milhões de discos em todo o mundo. Recebeu 18 Juno Awards e 2 Grammy Awards pela trilha sonora do filme "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões", além de ter sido indicado treze vezes e teve mais de 40 trilhas sonoras em filmes. Também foi condecorado com a Ordem do Canadá e a Ordem da Columbia Britânica, e adicionou suas mãos no Square of Fame, no estádio Wembley Square em celebração de seu 25° show, em 2007. Além de cantor, Bryan teve atuação em alguns filmes como também possui uma fundação em seu nome onde vem atuando como ativista social e possui alguns trabalhos fotográficos reconhecidos.



Bryan Adams - Back To You

Clipe onde Bryan canta o novo single do cd/dvd MTV Unplugged.


Bryan Adams nos anos 90





O quinto disco Into the Fire, lançado em 1987, não teve a mesma projeção do disco anterior, sendo um trabalho meramente comercial. A música "Heat of the Night" foi indicada como single do ano pelo Juno Awards (premiação musical para artistas canadenses). Outro destaque deste disco foi "Hearts On Fire". No ano seguinte lança sua primeira compilação Hits On Fire, reunindo, em um álbum duplo, sucessos do disco anterior e dos antigos hits. Ainda em 1988, lança também seu disco ao vivo Live! Live! Live!, gravado durante um concerto na Bélgica.

Iniciando a década de 1990, Bryan Adams lança outro grande hit de sua carreira, a balada "(Everything I Do) I Do It For You", que foi incluida no filme "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões", estrelado por Kevin Costner e Sean Connery, com grande sucesso em todo o mundo. A música entraria para seu novo disco Waking Up the Neighbours que foi muito bem recebido em vários países ficando, inclusive, em primeiro lugar nas vendagens dos EUA, Canadá, Austrália, Alemanha, Reino Unido entre outros. No mesmo ano, Bryan ganhou o Grammy na categoria "Melhor Composição feita para Cinema e TV". Outros singles lançados neste trabalho também tiveram boa aceitação nas rádios pelo público como "Do I Have To Say the Words?" e "Can't Stop This Thing We Started".

Em 1993 lança nova coletânea So Far So Good, reunindo os hits mais conhecidos no mundo, contando com uma balada inédita "Please Forgive Me". No ano seguinte compõe para um filme a balada "All For Love" com participação de Rod Stewart e Sting. Em 1995, compõe outra música para o cinema "Have You Ever Really Loved a Woman?" (incluida na trilha sonora do filme "Don Juan DeMarco", estrelado por Johnny Depp e Marlon Brando). A música estaria em seu novo trabalho 18 til I Die, gravado no ano seguinte, com destaque para as músicas "Star", "Let's Make a Night To Remember" e "The Only Thing That Looks Good on Me Is You", ganhando vários prêmios.

Em 1997, grava em Nova York, seu novo disco e dvd acústico MTV Unplugged reunindo grandes sucessos e lança seu novo single "Back To You". No ano seguinte, grava novo disco de inéditas On a Day Like Today que contou com a participação de Melanie C (ex-Spice Girls) na faixa "When You're Gone", tornando um grande sucesso na Europa. Em 1999, o cantor finaliza a década com mais uma coletânea The Best of Me, contando com a faixa-título e "Inside Out" como destaques do novo cd.




O Início da Carreira de Bryan

Bryan Adams e Tina Turner - It's Only Love

Tendo completado 50 anos no último dia 05 de novembro, Bryan Guy Adams nasceu em Kingston, Canadá, sendo filho de pais britânicos. A guitarra entrou em sua vida ainda na infância e, na adolescência, morou em Vancouver, no Canadá, e em Portugal.

De volta ao Canadá, passa a cantar em uma banda onde faz várias apresentações. Aos 18 anos, conhece Jim Vallence com quem se tornaria seu parceiro musical em várias canções que foram gravadas por artistas renomados como Neil Diamond, Rod Stewart, Kiss, Carly Simon, entre outros. Em 1978, Bryan envia sua fita demo com algumas gravações para a gravadora A&M Records (entre elas estava "I'm Ready", que viria a ser incluida em seu terceiro disco) e veio a lançar seu primeiro disco Bryan Adams, em 1980.

O segundo disco You Want It You Got It veio no ano seguinte com seu primeiro single "Lonely Nights" a ser executado nas rádios canadenses, mas ainda sem projeção mundial que só viria em 1983 com o terceiro disco Cuts Like a Knife, que teve como destaque a faixa-título e sua primeira balada de sucesso mundial "Straight From the Heart". Este álbum foi premiado três vezes com Disco de Platina, no Canadá, um Disco de Platina nos EUA e Ouro na Austrália, dando início à sua carreira internacional.

O quarto disco marca o ápice da carreira do cantor na década de 1980 com Rockless, gravado em 1984, em que lançou o maior número de hits ao mesmo tempo nas rádios de todo o mundo. As músicas "Run To You", "Heaven", "Summer of '69" foram as responsáveis pelo sucesso deste trabalho que ainda contou com a participação de Tina Turner em "It's Only Love".



Bryan Adams - Heaven



Clipe do dvd Unplugged, onde Bryan Adams canta um dos grandes hits de sua carreira: "Heaven", em versão acústica.



Bryan Adams: Homenageado do Dia


Bryan Adams - Straight From the Heart


Neste último domingo de novembro, o homenageado do dia é o cantor, compositor e guitarrista canadense Bryan Adams, onde iremos conhecer um pouco de sua vida e sua carreira.



27 de nov. de 2009

Momento Flashback: Baltimora

Baltimora - Tarzan Boy


Jimmy McShane nasceu em Londonderry, na Irlanda do Norte. Adotou o pseudônimo Baltimora para se lançar ao sucesso musical em todo o mundo.

Ao lançar seu primeiro single "Tarzan Boy", em 1985, foi muito bem executado nos Estados Unidos, vindo depois incluir em seu primeiro disco Living in the Background, que ainda destacariam mais duas músicas: "Woody Boogie" e "Chinese Restaurant". O segundo disco viria com Survivor in Love, mas que não repetiu o sucesso do primeiro disco impulsionado pelo single "Tarzan Boy" que marcaria a carreira do cantor e se tornando um dos maiores hits da década de 1980.

Com o tempo, teve suas músicas incluidas em trilhas sonoras de filmes até cair em esquecimento. Faleceu em 1995 vítima de complicações da AIDS, aos 37 anos.

26 de nov. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 14

Bandas de Guitarras - I

Longe do que acontecia na Inglaterra com o fenômeno Beatles, nos EUA surgiam conjuntos que usavam até três guitarras em sua formação. Por isso mesmo foram chamadas mais tarde de "bandas de guitarra" e, por causa do litoral e do surf, seu estilo passou a se chamar surf music. Eram os The Ventures, Bill Halley e Seus Cometas, Little Richard (dos sucessos "Tutti Frutti", "Long Tall Sally"), Jerry Lee Lewis (do sucesso "Ball of Fire"), Gene Vincent (do sucesso "Be Bop a Lula"), e outros.

Suas versões brasileiras (e com nomes em inglês) não tardaram a aparecer. Renato Barros, Ed Wilson e Paulo César montaram uma banda de guitarras, baixo e bateria para concorrer a um dos primeiros programas de TV, Os Melhores do Mês, sob o comando de Jair de Taumaturgo, no Rio. Na hora da inscrição, tiveram que escolher um nome: Renato e Seus Blue Caps, nome que também é uma versão de Gene Vincent and his Blue Caps.

Ganharam o concurso e foram parar na TV Tupi, no programa do Chacrinha. Em seguida, foram acompanhar Roberto Carlos na música "Splish Splash". Pela formação dos Blue Caps, passaram nomes que até hoje frequentam as paradas de sucesso: Erasmo Carlos (vocal e guitarra) e Michael Sullivan (vocal). Eles começaram dividindo o primeiro LP com Reinaldo Rayol (irmão de Agnaldo Rayol) e Cleide Alves.

Logo já estariam participando dos hits de Roberto Carlos ("Quero Que Vá Tudo Pro Inferno"), Erasmo Carlos ("O Tremendão", "O Carango"), Wilson Simonal ("Meu Limão, Meu Limoeiro", "Vesti Azul"), Martinha ("Eu Daria a Minha Vida", "É uma Brasa", "Mora"), Eduardo Araújo ("Deixe o Rock", "O Bom"), Jerry Adriani ("Doce Amor") e quase toda a Jovem Guarda.

Entrou para a banda, Cid Chaves, incrementando os arranjos com sax e gaita. Renato e Carlinhos seguravam as guitarras, Paulo César no baixo, Toni na bateria, fazendo todos o vocal. Com essa formação tornaram a banda que acompanhava Roberto Carlos. Carlos Imperial chegou um dia com um compacto simples dos Beatles com "I Should Have Known Better" e daí nasceu a versão com o nome de seu primeiro hit: "Menina Linda".

A partir de 1967, o conjunto se libertou da fase "Beatles" e seus integrantes desenvolveram estilo próprio de cantar e compor. Roberto Carlos, em 1968, chegado ao soul (influência de Tim Maia), gravou "Não Há Dinheiro Que Pague", composta por Renato.

Na próxima semana veremos mais um pouco das bandas de guitarra como The Sunshines, Os Incríveis e A Bolha. Até lá!


25 de nov. de 2009

Diogo Nogueira - Lua de um Poeta


Um dos sucessos do repertório de Diogo.



Quem é Diogo Nogueira?

Diogo Nogueira tem 28 anos, é cantor e compositor e vem de uma nobre linhagem do samba. Filho do saudoso compositor e cantor João Nogueira, antes mesmo de completar um mês de vida, Diogo já acompanhava os pais nos pagodes e acostumou-se desde cedo a ser embalado ao som de sambas e choros.

João Nogueira sempre o convidava para participar de seus shows e no samba entre amigos. Logo vieram os convites para Diogo participar das rodas de samba do Rio, hábito que lhe rendeu respeito e aprovação dos bambas ligados à música e ao samba.

Diogo Nogueira fez importantes shows com João Nogueira pelo Brasil. Em Salvador, cantou com o pai no Pelourinho para uma platéia de mais de cinco mil pessoas, em dezembro de 1998, na comemoração do “Dia Nacional do Samba”. Em 1999, participou do show lançamento do disco do pai chamado João de Todos os Sambas, no Teatro Rival.

Com a morte de seu pai, Diogo fez bonito cantando "Espelho" no Tom Brasil, em São Paulo, no show gravado ao vivo em homenagem a João Nogueira, ao lado de grandes artistas nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Emílio Santiago e D. Ivone Lara. O CD foi lançado em março de 2001.

Além de circular com desenvoltura na Lapa e em palcos da Zona Sul, fez shows no Rio com a participação de artistas como Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Monarco, Beth Carvalho, Marcelo D2 , entre outros.

Diogo também vem conquistando o público paulista com shows em espaços como Bar Samba, Bar Mangueira e Traço da União. Diogo se apresentou também no Sesc Pompéia ao lado do compositor Nei Lopes, e vem fazendo shows em diversas casas de São Paulo.

_______________________


Diogo Nogueira - Espelho

Composta por João Nogueira, em parceria com Paulo César Pinheiro, em homenagem ao pai dele e considerada um de seus grandes sucessos, Diogo Nogueira resgata a música dedicando a João. É a música passada de geração a geração, no embalo do samba. Pouco tempo depois, Diogo dá sua contribuição para a continuação do "Espelho", com "Além do Espelho". Abaixo, segue o áudio da música de João cantada por Diego.







Diogo Nogueira - Espelho

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)


REVELAÇÃO MPB: Diogo Nogueira


Diogo Nogueira - Força Maior

Filho do saudoso sambista João Nogueira, Diogo vem seguindo os passos do pai e despontando como um dos novos talentos da música brasileira nos últimos anos, sendo, portanto, a Revelação MPB que trago hoje para vocês.

24 de nov. de 2009

Carcará


Maria Bethânia - Carcará

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!

Carcará...

Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião

Carcará...
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada

Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!

Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no bico inté matá

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!
Carcará...
************************************

Nasceu no Zicartola, bar de Dona Zica e do sambista Cartola, no Rio, a idéia de criar o show Opinião. Seria um manifesto contra a ditadura a estrear em dezembro de 1964, juntando as composições de Zé Kéti, um sambista urbano, a moça de classe média alta Nara Leão e o nordestino João do Vale. Este ao lado de João Cândido, escreveu "Carcará", canção de protesto que, primeiro na peça e depois nos festivais, virou emblema de resistência ao regime militar e poema de denúncia contra as mazelas sociais brasileiras.

O maranhense João do Vale trouxe da paisagem do sertão a imagem do carcará, tipo de gavião que, quando sente fome, "pega, mata e come", que tem "mais coragem do que homem", como dizem os versos. Na peça de Paulo Pontes, Ferreira Gullar, Armando Costa e Oduvaldo Vianna Filho, com direção de Augusto Boal, foi a diva da bossa nova Nara Leão quem entoou primeiro as proezas do carcará. Enquanto. Enquanto Zé Kéti narrava o drama urbano e João do Vale radiografava o sertão, Nara, como descreve Ruy Castro em "Chega de Saudade", se apresentava de camiseta listrada de preto, vermelho e branco (cores da plumagem do animal), com mangas arregaçadas, calça Lee de veludo gelo e tênis cor de tijolo. "Quando ela começava o Carcará, a platéia sentia um frisson. Cada vez que Nara ajeitava a franja, era como se Castelo Branco o presidente estivesse sendo fisicamente varrido da cena brasileira", escreve Castro.

Mas, se Nara vinha de Ipanema e morava de frente para o mar, a baiana Maria Bethânia, não. E foi ela quem imortalizou Carcará. Em fevereiro de 1965, Bethânia subiu ao palco e encarnou na voz e nos gestos a valentia épica e simbólica da ave de rapina. As imagens da época mostram uma cantora franzina com um contrastante vozeirão e cabelos escuros, presos atrás da cabeça. Bethânia estufa o peito, arregala os olhos e grita com potência ímpar os versos desse inventário de rudezas: "Carcará é malvado, é valentão/ É a águia lá do meu sertão", exaltam os versos. "Carcará/ Pega, mata e come/ Carcará/ Num vai morrer de fome..."

No show Opinião, a música vinha seguida de um trecho declamado em que Bethânia cita estatísticas dos problemas sociais do país: "1950, mais de 2 milhões de nordestinos viviam fora de seus Estados natais; 10% da população do Ceará emigrou; 13% do Piauí; 15% da Bahia; 17% de Alagoas". A cada número anunciado, virava o corpo em direção a um dos microfones pendurados sobre o palco, alvoroçando a platéia e culminando com o refrão incendiário: "Pega, mata e come".

Mas, se o Opinião foi um estrondo, deixou às moscas o Zicartola, bar onde nasceu. Com as apresentações do show no shopping Siqueira Campos, as estrelas que davam o ar da graça no bar do sambista – Zé Kéti e João do Vale batiam ponto por lá – e também o público passaram a freqüentar assiduamente as apresentações. O Zicartola, que teve que sustentar as atrações fixas Nelson Cavaquinho, Geraldo Babão e a mulata Teresinha. Fechou as postas quando o Opinião ainda estava em cartaz.
************************************************

Fonte:
Revista Bravo - 100 Canções Essenciais da Música Popular Brasileira
Colaboração: Fabio Eça.




22 de nov. de 2009

Sintonia::: Especial Flávio Venturini



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e sucessos de Flávio Venturini.

Flávio Venturini ontem e hoje


Flávio Venturini - Pra Lembrar de Nós


Após gravar dois discos pela gravadora Velas e de ter seu reconhecimento devido, Flávio assina com a EMI onde grava seu sétimo cd de sua carreira, Trem Azul, reunindo composições suas e dos artistas que fizeram parte do Clube da Esquina. No ano seguinte, ao completar 50 anos, realiza um grande show no antigo Metropolitan, Rio de Janeiro, contando com a participação de vários artistas e que veio a transformar-se em um especial de tv e registrado em cd e dvd, lançado pela Som Livre, denominado Linda Juventude Ao Vivo.

Em 2003, no mesmo local do show dos 50 anos, promove um encontro no palco com o amigo Guilherme Arantes que viria a render outros shows até os dias de hoje. O repertório concentra os maiores hits dos dois compositores e tecladistas.

Em 2004, funda sua própria gravadora onde lança seu cd Por Que Não Tínhamos Bicicleta, com destaque para as músicas "Pra Lembrar de Nós", "Prenda Minha" e "Céu de Santo Amaro", esta com participação de Caetano Veloso. Dois anos mais tarde grava novo cd Canção Sem Fim, onde traz a regravação da música "Fênix", composta por ele e Jorge Vercilo.

Além dos discos gravados, Flávio tem feito diversas parcerias musicais e compôs várias trilhas sonoras para minisséries e filmes.