Ivana Spagna, ou simplesmente Spagna, também foi um dos nomes que deixaram sua marca na música pop na década de 1980. A cantora e compositora italiana iniciou sua carreira na Inglaterra, mas viria a se tornar conhecida mundialmente a partir de 1986 com seu grande hit "Easy Lady".
O single, juntamente com "Call Me", entraram em seu disco de estréia Dedicated To The Moon, lançado em 1987 e que vendeu mais de 500 mil cópias, se tornando um dos grandes nomes da Italo Disco (música pop italiana).
Logo depois vieram mais dois discos You Are My Energy (de 1988) e No Way Out (de 1991), seguindo mesmo estilo, mas sem alcançar as boas vendagens de seu primeiro trabalho. Após uma turnê nos Estados Unidos, Spagna volta à Inglaterra e grava seu quarto disco Matter Of Time que destacou dois sucessos nas paradas: "Why Me" e "I Always Dream About You". No mesmo ano, lançou sua primeira coletânea Spagna & Spagna: Greatest Hits.
Dois anos depois, grava em italiano o disco Siamo In Due, com destaque para um grande sucesso de Elton John: "Il Cerchio Della Vita" ("Circle of Life"), incluida na trilha do filme "O Rei Leão". No mesmo ano chegou a participar do Festival de Sanremo, o maior festival da música italiana.
Atualmente, com cerca de 15 discos em sua carreira, Spagna continua fazendo sucesso mais precisamente em seu país natal, porém, longe do sucesso pop alcançado na década de 1980.
Antes de tudo, é necessário lembrar aos leitores sobre a televisão e sua importância, além dos avanços que ocorreram após sua introdução no Brasil. Sendo um aparelho que utiliza-se de um sistema de áudio e imagens reproduzido instantaneamente, foi criado na década de 1920 e teve início de sua popularidade a partir da década de 1950 com a Copa do Mundo no Brasil. Aqui no país, a televisão foi trazida pelo educador Assis Chateaubriand e que, logo depois, viria a se tornar um dos mais importantes meios de comunicação responsáveis pela divulgação da nossa cultura popular ao lado do rádio.
Esta introdução sobre a TV serve de paradigma para mostrar como este meio ajudou na divulgação da música brasileira no país, desde a invenção do rádio no início do século passado. Com a popularização da televisão no Brasil na década de 1960, a música iria influenciar várias gerações através dos chamados festivais de música brasileira organizados pelas emissoras de tv que se expandiam em todo o país, principalmente a Record, Excelsior e Globo, onde os artistas competiam interpretando canções próprias ou de seus representados.
Cabe salientar que estes festivais tiveram sua consagração dada ao período que o país enfrentava na época com a Ditadura Militar, instalada em 1964. Daí que muitas composições tiveram alto apelo de cunho social e político para demonstrar indignação com as censuras e restrição à liberdade de expressão que viriam após a instalação do regime. Não buscarei traçar uma linha temporal dos fatos que levaram ao Golpe Militar, mas sim, dos festivais que marcaram o Brasil e que ajudaram a divulgar grandes nomes, hoje consagrados na música popular brasileira.
Por esta observação exposta aqui, irei tratar da história da música envolvendo os festivais da música mais importantes que tivemos, seus representantes e as músicas que ficaram marcadas na memória de todos os brasileiros que presenciaram as apresentações pela TV. Semana que vem, irei detalhar sobre cada um deles. Até lá!
Uma artista versátil. Esta é Manuela Rodrigues, cantora, compositora e atriz. O talento para as artes foi revelado cedo, ainda na infância, quando aos nove anos iniciou o estudo erudito do piano. A música popular caminhava lado a lado com o conhecimento musical acadêmico, que culminou com a graduação em Canto Lírico pela Universidade Federal da Bahia.
A formação de multiartista se revela em seu currículo de diversas maneiras. Somente no ano de 2005, Manuela apresentou seu show Rotas, baseado no CD homônimo, atuou no espetáculo teatral Boca de Ouro, fez a preparação vocal do elenco da peça As Noviças Rebeldes e ainda participou como cantora e compositora do Festival de Música da Rádio Educadora da Bahia.
No caminho desde o estudo do piano, e, mais tarde, da flauta, à opção pela música popular, Manuela se descobriu como compositora. Ainda adolescente, com 15 anos, escreveu a música "Velha História", que abre seu CD de estréia, Rotas. A porção cantora se exercitava com sua participação no grupo musical Octeto Vocal Sai do Canto, grupo com o qual participou de gravações de CDs de artistas como Fafá de Belém, Tuzé de Abreu e Joatan Nascimento. Junto ao grupo, Manuela expandiu seu conhecimento do repertório de música brasileira e de arranjo, graças ao contato com o compositor e arranjador Sérgio Souto, diretor do Octeto.
Aos 21 anos, recém formada em canto lírico, Manuela deu um novo passo em direção à carreira profissional: recebeu uma bolsa para estudar música em New Orleans, nos Estados Unidos. No berço mundial do jazz, Manuela descobriu semelhanças culturais com Salvador, sua cidade natal. Dentre coisas que realizou antes de viajar estão sua participação como corista na Orquestra Sinfônica da Bahia, na ópera "Aida" (1998), regida pelo maestro Pino Onnis e em concertos do Madrigal da UFBA – onde foi bolsista durante os dois anos – regida pelo maestro José Maurício Brandão. Como solista, participou de recitais, além de concertos com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia.
Recém chegada de New Orleans, a busca pela liberdade musical, improviso e pela experimentação musical levaram Manuela ao trabalho autoral de MPB. Apresentando-se em teatros da cidade ela foi premiada com o Braskem de Cultura e Arte de 2003, com seu projeto Rotas. Seu primeiro CD, que leva o mesmo nome do projeto, foi gravado no mesmo ano. Músicas deste trabalho participaram e foram premiadas em festivais de todo o Brasil, a exemplo das canções "De Volta" (melhor arranjo no festival Sesi), "Enquanto Eu Me Encontro" (26º FEMUCIC), "Só Bermudas" e "Profisssional Liberal" (Festival Educadora FM 2004 e 2005, respectivamente).
O interesse pelo trabalho de intérprete levou Manuela a buscar o teatro. Como atriz, estreou em cena com Curso Livre de Teatro da Ufba, em 2004, ano em que apresentaram como resultado cênico a montagem “Pouco Amor Não é Amor”, com direção de Pedro Henriques. “Boca de Ouro”, montagem dirigida por Paulo Cunha em 2005, foi o segundo trabalho como atriz de Manuela, também como parte do Curso Livre.
Ainda em 2005, foi convidada pela TVE - Cultura Nacional para gravar um especial. Trabalhou também como preparadora vocal, unindo música e teatro, com o elenco de As Noviças Rebeldes, peça da Companhia Baiana de Patifaria, dirigida por Wolf Maia. Mais uma prova da versatilidade da artista. ---------------------------------------------------------------------- Fonte: Trama Virtual
No ano 2000, Herbert, Bi e João lançam o Arquivo II, a segunda coletânea reunindo sucessos dos discos lançados na década de 1990, incluindo a inédita "Aonde Quer Que Eu Vá". A música é uma parceria de Herbert Vianna com Paulo Sérgio Valle com quem também compôs outra canção que foi gravada pela cantora Ivete Sangalo ("Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim").
No ano seguinte, o Brasil se comove com o acidente aéreo em Angra dos Reis envolvendo Herbert Vianna e sua mulher Lucy, que faleceu no local. Muitos acompanharam a luta do vocalista dos Paralamas durante sua internação no hospital até lhe deixar marcas do acidente. Mesmo estando na cadeira de rodas, Herbert Vianna recuperou-se bem e voltou a tocar e compor junto com seus companheiros da banda.
Assim, retornam aos estúdios com o primeiro disco de inéditas após o acidente. Longo Caminho, de 2002, foi um trabalho que iniciou dois anos atrás e que terminou após a recuperação de Herbert, destacando alguns sucessos como "Seguindo Estrelas" e "Cuide Bem do Seu Amor". Dois anos depois gravam mais um disco ao vivo intitulado Uns Dias contando com várias participações especiais.
De lá pra cá, ainda lançou novos discos. Ao todo foram mais de 12 álbuns. No início desta década, a banda lançou mais duas compilações: Arquivo 3 (reunindo músicas que marcaram operíodo entre 2000 a 2010) e Multishow Ao Vivo. Este ano, a banda comemora 30 anos de carreira com muito sucesso e sempre conquistando a admiração de velhos e novos fãs.
Os Paralamas do Sucesso e Marisa Monte - O Amor Não Sabe Esperar
Mesmo sendo fracasso nas vendas, Os Paralamas continuavam a divulgar o cd Severino nos shows realizados em todo o país, sempre de casa cheia. Mas os fãs já imploravam a volta da simplicidade e logo a banda lança o cd ao vivo Vamo Batê Lata (sucesso do disco anterior), acompanhado de um cd bônus com 4 músicas inéditas, entre elas: "Uma Brasileira", parceria de Herbert Vianna com Carlinhos Brown (que já vinham trabalhando anteriormente) e com participação de Djavan. As 800 mil cópias dão a perfeita dimensão do que foi a boa aceitação deste disco.
Em 1996, gravam o disco 9 Luas com destaque para as faixas "Lourinha Bombril" e "La Bella Luna", rendendo aos Paralamas do Sucesso diversas premiações que incluem o Prêmio Multishow de Música Brasileira e do Vídeo Music Brasil, da MTV. No ano seguinte veio A Pólvora, uma caixa com os oito primeiros discos da banda remasterizados nos estúdios da Abbey Road em Londres, na Inglaterra, e lançada com um livro ilustrado e atualmente fora de catálogo.
Em maio de 1998, os Paralamas do Sucesso voltam com mais um novo cd. Hey Na Na veio puxado com o hit "Ela Disse Adeus" que estourou em todas as rádios e já saiu com 1 milhão de cópias vendidas, além de contar com a participação especial de Marisa Monte na faixa "O Amor Não Sabe Esperar" e com outro grande sucesso "O Trem da Juventude".
Em 1999, gravam o cd Acústico MTV ao vivo no Parque Lage, Rio de Janeiro. Regravaram a música "Que País É Este?", da Legião Urbana e ainda contaram com as participações especiais de Dado Villa-Lobos em "Paralama Honorário" e Zizi Possi em "Meu Erro".
Em 1988 veio outro grande disco com Bora-Bora, com a banda ganhando um som mais complexo e elaborado, com metais e teclados. Contém grandes músicas como "O Beco", "Um a Um", "Uns Dias (Expresso do Oriente)" e a bela balada "Quase um Segundo" e foi bem elogiado pela crítica. No ano seguinte, fecha a década com o LP Big Bang, dos hits "Perplexo" e "Lanterna dos Afogados".
No início da década de 1990 lança a coletânea Arquivo que trazia uma nova versão para seu primeiro sucesso ("Vital e Sua Moto") e a inédita "Caleidoscópio", composição de Dulce Quental. Já Os Grãos, lançado em 1991, é um disco de transição no momento em que o país não atravessava um bom momento no mercado fonográfico, obtendo poucas vendagens. Porém, era o início de sua aproximação com Fito Paez, cantor argentino, de quem fez a versão da música "Trac-Trac" e que brevemente, os Paralamas conquistariam o público argentino com mais dois discos vendidos no país - Paralamas, de 1992 com sucessos em espanhol, e Dos Margaritas - apresentando shows para milhares de pessoas.
Em 1994, Os Paralamas do Sucesso gravam o álbum Severino, sendo seu trabalho extremamente conceitual, sendo parada obrigatória na carreira de grandes bandas. O disco foi gravado na Inglaterra, sob a produção do ex-guitarrista britânico Phil Manzanera (ex integrante da Roxy Music). Embora traziam músicas inéditas e algumas versões espanhóis de seus sucessos, comercialmente foi um fracasso.
Alguns meses depois, já no ano de 1984, veio o segundo LP da banda, mais refinado e melhor que o primeiro chamado O Passo do Lui que trouxe vários sucessos que são incluídos em seus shows até hoje como "Óculos", "Meu Erro", "Me Liga", "Romance Ideal", "Ska", "Assaltaram a Gramática", entre outros.
As vendas foram muito superiores ao primeiro LP, rendendo aos Paralamas do Sucesso uma participação no festival Rock In Rio em 1985. Neste mesmo ano, iniciam as gravações para o próximo trabalho. O disco Selvagem?, difere um pouco dos dois primeiros discos por ser mais politizado, criticando da situação social e política do Brasil e o capitalismo selvagem. As músicas estouraram nas rádios, emplacando hits como "Selvagem", "A Novidade", "Melô do Marinheiro" e "Alagados", com participação do cantor e compositor Gilberto Gil. Este terceiro LP vendeu mais de 500 mil cópias.
Com toda essa bagagem musical, os Paralamas do Sucesso foram convidados para tocar na Suíça, no Festival de Montreaux de 1987, onde foram muito bem aceitos pelo público. Este show rendeu o primeiro disco ao vivo da banda intitulado D, além do vídeo V.O.D., incluindo sucessos e regravações de outros artistas como "Alagados", "Você" (de Tim Maia), "Charles, Anjo 45" (de Jorge Ben Jor), além da inédita "Será Que Vai Chover?", música nova da banda, contando com a participação de George Israel (do Kid Abelha) na faixa "Ska".
Herbert Vianna conheceu Bi Ribeiro ainda na infância e se tornaram amigos em Brasília-DF. Anos depois, ao se reencontrarem no Rio de Janeiro, resolveram criar uma banda. Assim, os Paralamas do Sucesso surgiram em uma pequena cidadezinha do Rio de Janeiro, Seropédica, mais precisamente no Campus da Universidade Rural. O ano era 1981 e, naquela época, faziam parte da banda: Herbert Vianna na guitarra e vocais, Bi Ribeiro no baixo e Vital Dias na bateria. O nome da banda foi idéia do Bi.
No ano seguinte, Vital faltou a uma apresentação no Festival Universitário. Neste dia, João Barone estava entre os presentes e se ofereceu para tocar na banda no lugar de Vital e, assim, assumiria para sempre o posto de baterista dos Paralamas do Sucesso, com a saída definitiva de Vital.
Em seguida, Herbert Vianna conheceu Maurício Valladares que levou uma fita demo para a Rádio Fluminense, onde os Paralamas foram muito bem executados e caíram nas graças dos ouvintes. A demo tinha 4 músicas, sendo uma delas: "Vital e Sua Moto". Logo após, houve uma apresentação bem sucedida no Circo Voador, no Rio de Janeiro, onde abriram o show do cantor e compositor Lulu Santos.
Graças a essa popularidade, a banda conseguiu um contrato com a EMI-Odeon e lançou seu primeiro LP: Cinema Mudo.
"Porque chamara ao botequim de Lanterna dos Afogados ninguém sabia. Sabiam porém que ele naufragara três vezes e que correra o mundo todo (...)." (In: AMADO, Jorge. "Jubiabá". 44ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1983. pp. 89)
O título remete-se a um dos capítulos do romance "Jubiabá", do saudoso escritor baiano Jorge Amado, que narra a estória de Antônio Balduíno (personagem central) e retrata um botequim localizado no cais do porto de Salvador, ponto de encontro de amigos e onde as mulheres se reuniam a noite aguardando seus maridos marinheiros voltarem do mar. A inspiração levou Herbert Vianna a compor um dos grandes sucessos dos Paralamas do Sucesso, incluído no disco Big Bang, de 1989. Neste clipe, a banda recebe a participação especial de Djavan para interpretação desta música.
30 anos de carreira e uma trajetória marcada com vários hits que ficaram na memória de todos os fãs e admiradores de uma das maiores bandas da música pop nacional. Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone formam os Paralamas do Sucesso que são os Homenageados do Dia deste domingo.