7 de out. de 2011

Momento Flashback: Bob McFerrin


Bob McFerrin - Don't Worry, Be Happy

Bobby McFerrin nasceu em Nova York, EUA, em 1950, sendo filho de cantores de ópera, e é um cantor com fortes influências no jazz. Seu maior sucesso "Don't Worry, Be Happy" entrou na trilha sonora do filme Cocktail, de 1988, estrelado por Tom Cruise e se tornou o hit nº 1 das paradas dos Estados Unidos, lhe rendendo um Grammy com Melhor Disco do Ano (Simple Pleasures) e Melhor Performance Vocal Masculino.

Suas canções, maioria em versões a capella, possuem uma característica vocal peculiar. Iniciou sua carreira com apoio do seu amigo Bill Cosby, conhecido comediante norte-americano. Em 1982, lançou seu primeiro disco homônimo e em 1984, o disco The Voice.

Em 1995 grava seu primeiro álbum intitulado Paper Music, contando com a participação da Orquestra de Câmara de Saint Paul, interpretando grandes clássicos da música erudita, caminho este escolhido pelo cantor até hoje. Com 16 discos gravados, Bob McFerrin também atua como produtor, orquestrador e arranjador musical.

6 de out. de 2011

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 79

Ravel - Bolero

Uma das peças musicais eruditas mais conhecidas e tocadas em todo o mundo com certeza é "Bolero", do compositor e pianista Maurice Ravel, feita na tonalidade de Dó maior, entre julho e outubro de 1928.

A música é um balé em um ato, coreografado por Bronislava Mijinska e composta a pedido de uma bailarina chamada Ida Rubinstein. Ravel buscou redefinir e reinventar os movimentos de dança na sua composição, cujo tema se desenvolve em 16 compassos que se repetem 18 vezes num contexto orquestral constantemente renovado, seguindo uma melodia uniformizada. A estréia da obra se deu em Paris, França, na Ópera Garnier, no dia 22 de Novembro de 1928, sob a direção de Walther Straram e contando com a participação de Ida na dança.

Joseph-Maurice Ravel nasceu em Cibourne, na França, em 1875 e teve inspiração na música graças ao apoio do compositor Gabriel Fauré, de quem foi aluno, e estudou no Conservatório de Música de Paris. Participou da fundação da Sociedade Musical Independente (SMI) em 1910 e compôs vários concertos, valsas, obras líricas encenadas, entre outros. Faleceu em Paris, em 1937.

5 de out. de 2011

Renato Braz: Perfil

Renato Braz e Zé Renato - Papo de Passarim

O cantor, violonista e baterista Renato Braz começou na música tocando nos bares paulistas, além de participar de vários festivais de música. Após gravar seu primeiro disco em 1996, foi indicado ao Prêmio Sharp de Música como Cantor Revelação. As portas para o caminho do sucesso foram abertas graças à sua amizade com o cantor Dori Caymmi, que se tornaria seu parceiro musical.

Em 2002, gravou o disco Quixote e, neste mesmo ano, foi indicado ao 5º Prêmio Visa de Música Brasileira, onde saiu vencedor. Com 6 discos gravados em sua carreira, seu último trabalho foi lançado em 2010 com o disco Papo de Passarim, contando com a participação de Zé Renato (do grupo Boca Livre).

Renato Braz em Entrevista - Parte 1

Renato Braz - Onde Está Você

Esta entrevista com Renato Braz foi concedida em dezembro de 2001 a Sérgio Fogaça para o site Página da Música e que posto aqui no blog, em duas partes, para que todos possam conhecer um pouco da vida de Renato Braz. Confiram!
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Se o vento cantasse...
(Por Sérgio Fogaça)

Quando se escuta uma música interpretada por Renato Braz a impressão que se tem é a de que o homem foi feito para cantar. Depois, o mundo real nos lembra que esse é um dom para poucos. Bem poucos. Sua voz plaina na melodia e suspende no ar a canção. Renato está lançando seu próximo CD em janeiro de 2002. "Outro Quilombo" deve repetir o sucesso dos dois trabalhos anteriores. Todos lançados pelo selo Atração Fonográfica. Um autêntico cantor da noite, Renato credita toda sua experimentação e o saber musical aos "bares da vida". Mas nem por isso deixa de participar de grandes projetos da música brasileira, além de shows com repertório próprio.

Tem o reconhecimento de personalidades importantes como Dori Caymmi, que arranjou várias canções de seu segundo trabalho, "História Antiga". O primeiro CD segue uma tradição na história da música brasileira e chama-se simplesmente "Renato Braz". Sua carreira é pura coerência. Só canta o que realmente sente que quer cantar, sem concessões. O Perfil deste mês radiografa Renato Braz. Acompanhe a entrevista:
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Página da Música - Onde você nasceu?

Renato Braz - Eu nasci em São Paulo. No hospital Pérola Byington, na Brigadeiro Luis Antonio.

PM - Da gema. E num lugar bem tradicional.

RB - Nasci em 13 de outubro de 1967 e, na verdade, o hospital ainda chamava-se Cruzada Pró Infância.

PM - Onde você passou a sua infância?

RB - Minha família rodou muito por São Paulo, mas a maior parte da minha infância foi nessa região mesmo. Também no Bom Retiro, Casa Verde e Itaim Bibi.

PM - Era de brincar na rua, por exemplo?

RB - Onde é a avenida Juscelino Kubitschek era um rio ainda não canalizado. Eu brincava de carrinho de rolemã na Juscelino, ia até o Parque do Ibirapuera a pé, com cinco ou seis anos de idade. Naquela época São Paulo era outra cidade.

PM - Você é de família numerosa, tem muitos irmãos?

RB - Eu tenho mais uma irmã e dois irmãos. Agora, tenho vários sobrinhos.

PM - Quais são suas referências de música, desses tempos mais remotos?

RB - Desses tempos eu lembro de ouvir muito Roberto Carlos por meio da minha mãe e Luiz Gonzaga por parte do meu pai. Meu pai ouvia muito a música do Luiz Gonzaga e a música nordestina.

PM - Alguém tocava alguma coisa na sua casa?

RB - Minha mãe cantava um pouco, mas bem a lazer. Ela nem sabe disso, mas ela é uma grande cantora, afinada e tudo.

PM - Mas quando você acha que foi tendo uma ligação mais íntima com a música?

RB - É incrível, mas desde muito pequeno. Com cinco anos cantava Cavaleiro de Aruanda, do Ronnie Von, que uma tia minha gostava muito. E depois aquela febre de música americana, eu tentava imitar o Michael Jackson.

PM - Nesse momento, meados dos anos 70, também tinha muito cantor brasileiro que cantava em inglês e até usando nome estrangeiro.

RB - Essa minha tia gostava muito dessas coisas. Mas eu particularmente não gostava muito. Tinha o Christian, acho que o Fábio Júnior também usava um pseudônimo em inglês. Enfim, eram vários. Mas eu gostava dessa música do Ronnie Von, Cavaleiro de Aruanda, uma música legal, era meio candomblé, sabe? E eu gostava muito. Aprendi a cantar pequenininho. Talvez seja a canção mais antiga de que eu me lembre cantando.

PM - Mas quando você achou que seria mesmo um cantor, um intérprete?

RB - Mesmo nessa época eu já sabia. Engraçado. Já sabia que queria ser cantor. Na adolescência gostava muito de freqüentar baile. Baile funk da época. Quando tinha grupos americanos tipo Kool and The Gang ou mesmo os Jackson Five nessa mesma época. O Earth Wind and Fire e o Tim Maia. Foi aí que apareceu o Tim Maia como um grande ídolo para mim. Hoje eu tenho tudo do Tim Maia. É um dos caras que eu mais conheço. Sua música é história. Aprendi muito com ele, a cantar, tocar... tocar bateria. Comecei cantando na noite as coisas do Tim Maia, como Azul da Cor do Mar.

PM - Você toca bateria?

RB - Foi meu primeiro instrumento, toco até hoje.

PM - Você estava com quantos anos, nessa época?

RB - Uns 14 ou 15 anos. Idade em que comecei com a bateria.

PM - Esse foi o primeiro instrumento que você aprendeu?

RB - Na verdade eu já sabia que era cantor, mas não tinha muita coragem de ficar na frente da banda e cantar. A bateria ajudava um pouco, porque eu também cantava tocando bateria, com o microfone ali mesmo. Fazia aquele quatro por quatro, que é um ritmo fácil. De certa forma a bateria ajudava um pouco, eu não gostava de ser crooner, de ficar na frente.

PM - Você tem alguma formação acadêmica ou aprendeu tudo intuitivamente?

RB - Não, aprendi tudo intuitivamente. Fiz algumas tentativas frustradas. Mas foi muito legal ter aula de piano no começo de tudo, na adolescência. O piano foi bom para eu descobrir as notas, mas tenho muita dificuldade de decorar, então acabava seguindo mais a melodia. A partitura estava ali na minha frente, mas sempre acabava me ligando mais por onde ia a melodia, de ouvido. Coisas fáceis é claro, nada muito complicado.

PM - Teve ainda outros instrumentos na história?

RB - Hoje eu toco alguns instrumentos de percussão, como o pandeiro, congas etc. Mas tudo aprendendo com amigos que tocam e me ensinam. Vou percebendo, por exemplo, como é a levada da salsa, do merengue, do mambo. Mas sempre aprendendo através do toque de amigos.

PM - Não pintou nessa época um pouco daquele pensamento convencional de seguir estudando e prestar um vestibular, por exemplo?

RB - Eu trabalhava como office boy numa empresa de turismo, e me dividia muito com as coisas que apareciam, como um festival de colégio e depois comecei a tocar na noite, muito cedo. Teve até uma época quando tentei fazer um curso supletivo, mas não deu certo. Aí resolvi fazer música, parar tudo e fazer só música.

PM - Você já estava bem seguro com a música?

RB - Quando você começa a tocar na noite e começa a ganhar um pouco de grana com isso, vai automaticamente suprindo a necessidade que o trabalho te dá. Para mim, ainda, já tinha uma tendência de passar a noite acordado. E isso preocupava muito a minha mãe, por exemplo.

PM - Como eles encaravam isso, já que muito cedo você estava trabalhando na noite?

RB - Eu tive problema, e problema sério com a minha mãe. Quando eu estava nessa agência de turismo, ela adorava. Devia mesmo imaginar aquelas coisas: vai conseguir se promover na empresa etc. Deixar de ser office boy e passar para a contabilidade, por exemplo. Agora, à noite ela devia imaginar tudo. Sexo, drogas e rock’n roll. Mas eu, nossa, sempre fui caretasso, tranqüilo.

PM - Nessa época você já conhecia alguém da música brasileira, você ia a shows?

RB - Não, quase nada. Mas meu primeiro show foi ainda nessa época, um show do Renato Teixeira, no Centro Cultural São Paulo. O show chamava-se "Azul", eu acho. Foi logo depois que a Elis Regina morreu. No final, ele cantava Romaria e, num telão, projetavam a Elis cantando também. Ou seja, os dois cantando no mesmo tom e ele deixava o palco nessa situação. Pô, foi de chorar mesmo, muito emocionante.

PM - Você já escutava muito a Elis?

RB - Escutava. Meu ídolo mesmo, o primeiro, foi Ney Matogrosso. Eu adorava.

PM - Até antes do Tim Maia?

RB - É. Quando eu era criança ainda. Na época do Secos & Molhados. Eu era completamente apaixonado por tudo aquilo.

PM - Você começou a tocar onde e o que você tocava?

RB - Comecei num bar chamado Lero Lero, em Barueri. Eu tocava, como eu disse, todo o repertório do Tim Maia. Depois Gilberto Gil, como Não chores mais, 14 Bis eu gostava muito, Roupa Nova, Boca Livre.

PM - Você ainda canta na noite?

RB - Gosto pra caramba de tocar na noite. É gostoso porque é espontâneo, você pode ir experimentando mesmo, sem ter aquela coisa posada de ter que ensaiar um show. Não que eu também não goste disso. Apresentar um trabalho novo, que foi bem elaborado, e tal. Mas eu gosto de arriscar. A escola do autodidata é essa mesmo Tentar várias vezes, e até errar algumas. Ou mesmo cantar uma música que você nunca cantou.

PM - No mínimo isso te dá muita versatilidade, não?

RB - É bom experimentar e sempre estar acompanhado por pessoas que também têm essa mesma disposição de criar um novo modo de interpretar uma canção, ou mesmo arranjar de modo diferente. Não sei viver sem fazer isso.

PM - Quem hoje você acha que tem esse tipo de característica de experimentar, de cantar, ir por lugares diferentes na música?

RB - Eu gosto muito do Carlinhos Brown. Acho que ele tem essa coisa de inventar. Um show dele nunca é igual a outro, acho muito interessante isso. Ele é muito criativo.

Renato Braz em entrevista - Parte 2

Continuação da entrevista com Renato Braz.
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PM - Quando você lançou seu primeiro CD?

RB - Foi em novembro de 1996. Chama "Renato Braz", feito pela Atração. Depois veio o "História Antiga", também da Atração, em 1998, que tem arranjos do Dori Caymmi. E agora vai sair o terceiro, muito provavelmente no início de janeiro, chamado "Outro Quilombo", pela mesma gravadora.

PM - Você disse que participou de festivais?

RB - Eu fiz isso mais na adolescência, mais para experimentar. E o engraçado é que participei como compositor e ganhei num festival de um colégio em Carapicuiba.

PM - Você ainda traz essa música com você, em repertório?

RB - Não, isso ficou lá...

PM - Você tem trabalho também como compositor?

RB - Tem algumas coisas, mas nunca terminei nada. Eu sempre acho que tem alguma coisa que eu não coloquei ali ainda. Mas o meu instrumento é a voz mesmo, a interpretação.

PM - Falando em festival, eu li em algum lugar que você não quis participar do Festival da Música Brasileira, da Rede Globo, ano passado?

RB - Eu fui convidado por várias pessoas para participar como intérprete do Festival da Globo, mas eu acho difícil cantar uma coisa que eu não tenha intimidade. É muito complicado para mim. Eu quero me emocionar, me entregar. O que me foi oferecido para cantar no festival eu não colocaria no meu disco. São coisas que eu não achei que fossem legais mesmo. Eu gostaria de estar fazendo aquilo de coração. Por exemplo, pegar uma música dessas do Mário Gil, que eu gosto, e cantar isso de cor, gostando.

PM - Aliás, o Mário Gil é um músico super constante no seu trabalho. Como vocês se conheceram?

RB - Eu conheci o Mário há uns 13 anos ou mais, tocando na noite, em bares. Esse último trabalho estou gravando no estúdio dele.

PM - Desde o primeiro disco você canta coisas dele?

RB - Desde o primeiro disco dele. Porque o primeiro disco que nós fizemos foi o dele, o "Luz do Cais". Depois fizemos o primeiro meu, o dele novamente e são vários discos já feitos. Mas o primeiro disco que eu gravei foi o dele mesmo. De certa forma, a gente vem aí caminhando junto. Estou sempre cantando o repertório dele.

PM - Como você lida com essa história de fazer shows? Você disse que é um pouco tímido. Quando lança CD é um bom motivo?

RB - Esse é um motivo bom para se fazer um show. Já fiz alguns trabalhos sem o disco, como um de acalantos, recolhendo algumas músicas desse gênero, e foi muito legal. Mas acho bem interessante apresentar um trabalho novo com as pessoas que o fizeram comigo, ajudaram a arranjar, elaborar o disco. O primeiro CD tem isso de arranjos coletivos, todo mundo criando. Essa coisa que te falei do bar, de levar isso um pouco para o estúdio. Eu sei pouco de música, o Mário sabe mais, de escrever e tudo mais. Juntar todas essas coisas e fazer, levar para o disco. O primeiro tem muito disso, o segundo já não, porque tem os arranjados do Dori Caymmi. Agora, o terceiro volta um pouco essa história, de estar todo mundo arranjando, esse jeito coletivo de compor.

PM - Como foi essa aproximação com o Dori Caymmi?

RB - Eu fui conhecer as músicas do Dori só lá pelos 20 anos. Pelo menos identificando as músicas como sendo dele. Afinal tem muita coisa que a gente conhece sem saber quem é o compositor. Inclusive foi o Mário quem me mostrou as coisas do Dori. Pô, me apaixonei. Adorei as músicas. Até que um dia eu fui a um show dele para entregar o meu primeiro disco. Eu estava tremendo, morrendo de medo. Nem conhecia o cara e tinha gravado duas músicas dele no CD. E eu nem tinha conferido a harmonia para gravar as músicas, tinha aprendido tudo de ouvido. E ele depois disse que ouviu e gostou. Logo depois, o convidei para fazer os arranjos do disco, de algumas músicas do segundo disco. Foi aí que a gente se conheceu mesmo.

PM - Nesse seu próximo trabalho, o "Outro Quilombo", que está para sair, qual é a idéia, a proposta dele?

RB - Eu vejo como uma seqüência dos outros trabalhos. Com relação aos arranjos e a direção musical, de certo modo voltei um pouco com a idéia do primeiro CD, onde eu faço os arranjos junto com os amigos, com todo mundo colaborando.

PM - A direção musical é sua também?

RB - A direção musical é minha. É um pouco mais confortável, talvez, até porque trabalhamos com músicos como o Teco Cardoso, o Proveta, o Mário Gil, o Sizão Machado, pessoas muito criativas. Vira uma coisa boa, sabe? Como se estivéssemos num quintal brincando e cada um contribuindo com uma coisa, todo mundo dizendo o que acha e tal. É um pouco mais demorado, mas é mais prazeroso para todos.

PM - Como você escolhe as música para o CD?

RB - Tem músicas aí que eu já tinha resolvido gravar há uns dez anos e gravei. Mas também tem outros casos como uma música inédita do Chico César e do Paquito.

PM - Qual é?

RB - Chama-se Crença. Eu tinha falado para eles que estava gravando um disco. Tinha até uma música, de muito tempo atrás, que o Chico havia me mostrado e eu pedi para ele mostrar novamente já que ninguém tinha gravado. Mas entre as músicas que ele mostrou Crença era uma nova. Assim que escutei, disse que ela já estava no repertório do CD. Romântica, bem do jeito que eu gosto.

PM - De quem mais tem música?

RB - Tem uma música do Jean e Paulo Garfunkel, que também eu conheço há bastante tempo e já cantava. Chama-se Cruzeiro do Sul. Tem Beatriz, do Chico Buarque e Edu Lobo, que eu queria gravar há muito tempo. No final do ano passado, teve um especial de Natal sobre o Edu Lobo na TV, e o Edu me convidou para cantar Beatriz. Eram vários artistas interpretando as músicas do Grande Circo Místico. Ao vivo, gravado no Via Funchal. Mas foi gravado num disco promocional, acho que de um banco.

PM - De modo geral, embora você já tenha citado algumas pessoas, quais são os músicos que estão te interessando, como o Carlinhos Brown, que você já comentou?

RB - O Dori é um, o Edu mesmo tem muita coisa que eu canto e gosto muito. O Tim Maia, que já é há muito tempo e será para sempre. Mas desses novos compositores eu gosto muito mesmo do Carlinhos Brown. O Arnaldo Antunes também é bem legal.

PM - Para muita gente, o seu canto remete a Milton Nascimento. Ele também foi uma influência para você?

RB - Do canto, talvez seja a minha maior influência. Aprendi muita coisa escutando as suas interpretações. Já fui a muitos shows e tenho vários discos. Um dos shows ao vivo que eu mais gostei, uma perfeição, foi o Planeta Blue na Estrada do Sol. Eu nunca vi ninguém cantar daquele jeito ao vivo.

PM - Mais ou menos quando foi, você lembra?

RB - Eu tenho até o ingresso aí, mas eu não lembro não. Acho que lá por 1990, 94, não sei direito. Foi gravado no Cultura Artística. Claro, já conhecia muita coisa dele, já tinha o Geraes, os dois Clube da Esquina, 1 e 2, enfim, conhecia muito o trabalho do Milton.

PM - Por falar em coisas marcantes, teve algum momento na sua carreira que você destaca como mais marcante?

RB - Puxa, acho isso muito difícil. São vários. Na verdade eu procuro isso, então, sempre vivi momentos muito especiais. Mas uma vez fui atuar como produtor num show do Dori Caymmi...

PM - Você foi produtor também?

RB - É, nesse caso, sim. Foi um show que o Dori foi fazer num teatro em Natal. Até quase pintou uma situação engraçada, porque eu percebi que iriam colocar um microfone para que o Dori me chamasse no meio do show. Puxa, não dava, eu estava ali numa outra situação, não estava preparado para cantar junto com ele num show dele, teria vergonha, coisa de fã mesmo. Fui ao camarim e pedi por favor para ele não me chamar. Ele disse que se eu estava pedindo ele não iria chamar. Mas durante o show ele dedicou uma música para mim.

PM - Qual foi a música?

RB - Se Todos Fossem Iguais a Você. Não sei se é um momento importante da carreira...

PM - Mas é, no mínimo, uma grande homenagem. Obrigado pela entrevista.

Renato Braz - Eu Preciso Aprender a Só Ser


Segue o clipe desta bela apresentação de Renato Braz no programa Som Brasil dedicado ao cantor e compositor Gilberto Gil, exibido pela TV Globo em 21/12/2007.

REVELAÇÃO MPB: Renato Braz


Renato Braz - Por Toda a Vida

Nesta quarta-feira, trago mais um bom nome da nova safra da música brasileira para todos conhecerem um pouco de sua vida e seu trabalho. Renato Braz é o destaque da seção Revelação MPB.

2 de out. de 2011

Sintonia::: Especial George Michael



Playlist com Top 15 contendo os maiores sucessos de George Michael.

George Michael e seus novos rumos

George Michael - Through

Em 2002, George Michael volta aos estúdios e grava o cd-single Shoot the Dog que critica o momento político vivido na Guerra do Iraque, atacando o es-presidente George Bush, dos EUA. A música entra para seu novo álbum Patience, que celebra seu retorno à gravadora Sony Music após o embate judicial e lançado em 2004, que trouxe novos hits como "Freeek!" (composta em 2001 e com nova versão em 2004), "Amazing" e "Through".

Em novembro de 2006, George lança sua segunda coletânea Twenty Five em dois formatos - um cd duplo e outro box com 3 cds em edição limitada - comemorando 25 anos de carreira e reunindo seus grandes sucessos e contando com participação de Paul McCartney na nova versão da música "Heal the Pain", além de 3 músicas inéditas. Também lança um dvd com materiais exclusivos contendo 40 clipes, inclusive nos tempos do Wham!. Em seguida, parte para a turnê mundial 25 Live.

Logo depois, o cantor vem enfrentando problemas pessoais que irão interferir em sua carreira. Em 2007, o cantor foi preso por dirigir sob efeito de drogas e ter sua habilitação suspensa após um concerto em Portugal. Após prestar serviço comunitário, volta em dezembro de 2009 para gravar novo cd-single "December Song (I Dreamed of Christmas)" dedicado ao Natal daquele ano. Em 2010, novamente é preso por se envolver em um acidente de carro. Já nesse ano de 2011, George teve que cancelar uma série de shows para tratar de uma pneumonia.

Atualmente George vem trabalhando na gravação de um novo disco a ser lançado em breve com a participação de uma orquestra sinfônica e com influências pop e dance. Sua nova turnê se chamará Symphonica.

Nota do blog (atualização em 25/12/2016): Mesmo tendo feito algumas apresentações esporádicas, George ficou longo tempo recluso e lutando contra as drogas, chegando a ser internado para reabilitação em 2014. Pela tarde de Natal do dia 25/12/2016, George Michael morreu de insuficiência cardíaca em sua casa aos 53 anos de idade.

George Michael na década de 1990

George Michael - Heal the Pain

O segundo disco Listen Without Prejudice Vol. 1 lançado em 1990 pela Sony Music confirma o bom momento de George Michael que traz, além da nova versão de "Freedom!" que teve seu clipe oficial recheado de modelos famosas, composições mais elaboradas como "Heal the Pain", "Cowboys and Angels" e uma regravação dos Rolling Stones com "You Can't Always Get What You Want".

Apesar da boa receptividade junto ao público e aclamado pela crítica, o disco teve poucas vendagens devido a um conflito envolvendo o cantor com sua gravadora Sony por falhar em sua divulgação comercial. Este embate gerou um longo processo judicial que terminou em 1993 dando causa favorável à gravadora e deixando George profundamente magoado e insatisfeito.

Em abril de 1992, ele participa do concerto em tributo a Freddie Mercury (que faleceu em 1991) ao lado de Lisa Stansfield com os membros do grupo Queen, no estádio de Wembley em Londres, na Inglaterra. Deste show originou o disco George Michael - Five Live, lançado no ano seguinte.

Em 1994, George Michael realiza um show no auditório da MTV Europe Music Awards apresentando sua nova canção "Jesus To a Child" dedicada ao seu amigo íntimo e designer brasileiro Anselmo Feleppa que conheceu em sua passagem no Brasil durante apresentação no Rock In Rio 2 em 1991 e morreu dois anos depois. A música entra no terceiro disco Older que é lançado em 1996, pela DreamWorks Records.

Dois anos depois, lança sua primeira coletânea Ladies and Gentlemen: The Best of George Michael em cd duplo e em dvd, reunindo grandes sucessos de sua carreira e singles que ficaram de fora de sua discografia oficial. E é neste período que o cantor, ao tentar dar uma cantada em policial em um banheiro público, foi preso pelo mesmo e surgiram boatos em torno da sua orientação sexual até que resolveu assumir sua homossexualidade. Em 1999, George grava Songs from the Last Century, um cd com músicas de outros artistas.

George Michael em carreira solo

George Michael - Father Figure

Um ano após o fim do Wham!, George Michael inicia sua bem sucedida carreira solo e faz um dueto com a cantora soul Aretha Franklin na música "I Knew You Were Waiting (For Me)", cujo cd single se tornou um dos mais executados nos Estados Unidos, ficando na posição nº 1 da Billboard's Hot 100. No mesmo ano, George grava seu primeiro álbum Faith, em outubro de 1987, considerado seu maior trabalho que lhe rendeu indicação ao Grammy, ganhando como Álbum do Ano em 1989 e vendeu mais de 25 milhões de cópias em todo o mundo.

Deste disco, considerado um dos 100 melhores álbuns da década de 1980 pela revista Rolling Stone, saíram vários singles como "Father Figure", "I Want Your Sex", além de "Faith". George Michael já é visto como um dos ícones da música pop e parte para a turnê mundial que se encerra em 1988 quando já se prepara para as gravações de seu segundo álbum.

George Michael e Andrew Ridgeley: Wham!

Wham! - Wake Me Up Before You Go-Go

George Michael é o nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou e nasceu na região norte de Londres, na Inglaterra em 1963, vindo de uma família de origem burguesa. A música viria a fazer parte de sua vida ainda na adolescência quando estudava na Bushey Meads School, onde iria conhecer seu futuro amigo e parceiro musical Andrew Ridgeley.

A ambição musical dos dois iria dar resultado a partir de 1981, quando formaram a dupla Wham! (clique no nome ao lado para ir à seção Momento Flashback para mais detalhes). O sucesso torna-se imediato quando assina contrato com a gravadora CBS para lançar seu primeiro disco Fantastic em 1983, que emplaca seu primeiro single "Young Guns (Go For It)". Por conta dos direitos autorais do nome da dupla homônima nos Estados Unidos, George e Andrew registraram o nome Wham! UK neste país.

Mas é a partir do segundo disco Make It Big, de 1984, que Wham! conquista o mundo, com três hits bem colocados nas paradas de sucesso - "Wake Me Up Before You Go-Go", "Freedom" (que George regrava em 1990, com nova versão) e a balada "Careless Whisper" - sendo a última gravada por vários cantores. O álbum ficou em primeiro lugar nas vendas de vários países, rendendo várias premiações a dupla.

O terceiro e último disco da dupla Wham! intitulado Music From the Edge of Heaven não repetiu o mesmo sucesso do trabalho anterior, sendo lançado somente no Japão e na América. Porém, os destaques deste LP foram as faixas "The Edge of Heaven", "Last Christmas" e "I'm Your Man".

Depois que a dupla se desfez em 1986, George Michael parte para sua carreira solo e vira um dos grandes cantores da música pop mundial.

George Michael - Freedom '90


Clipe oficial da música "Freedom", de George Michael que faz parte do seu segundo disco Listen Without Prejudice Vol. 1, de 1990. Aqui, georege conta com a participação de modelos famosas como Naomi Campbell, Linda Evangelista, Christy Turlington, Tatjana Patitz e Cindy Crawford. 

Homenageado do Dia: George Michael



George Michael - Jesus To a Child

Um dos cantores da música pop mais conhecidos do mundo e que teve seu auge nas décadas de 1980 e 1990, George Michael é o Homenageado do Dia deste domingo.