27 de nov. de 2009

Momento Flashback: Baltimora

Baltimora - Tarzan Boy


Jimmy McShane nasceu em Londonderry, na Irlanda do Norte. Adotou o pseudônimo Baltimora para se lançar ao sucesso musical em todo o mundo.

Ao lançar seu primeiro single "Tarzan Boy", em 1985, foi muito bem executado nos Estados Unidos, vindo depois incluir em seu primeiro disco Living in the Background, que ainda destacariam mais duas músicas: "Woody Boogie" e "Chinese Restaurant". O segundo disco viria com Survivor in Love, mas que não repetiu o sucesso do primeiro disco impulsionado pelo single "Tarzan Boy" que marcaria a carreira do cantor e se tornando um dos maiores hits da década de 1980.

Com o tempo, teve suas músicas incluidas em trilhas sonoras de filmes até cair em esquecimento. Faleceu em 1995 vítima de complicações da AIDS, aos 37 anos.

26 de nov. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 14

Bandas de Guitarras - I

Longe do que acontecia na Inglaterra com o fenômeno Beatles, nos EUA surgiam conjuntos que usavam até três guitarras em sua formação. Por isso mesmo foram chamadas mais tarde de "bandas de guitarra" e, por causa do litoral e do surf, seu estilo passou a se chamar surf music. Eram os The Ventures, Bill Halley e Seus Cometas, Little Richard (dos sucessos "Tutti Frutti", "Long Tall Sally"), Jerry Lee Lewis (do sucesso "Ball of Fire"), Gene Vincent (do sucesso "Be Bop a Lula"), e outros.

Suas versões brasileiras (e com nomes em inglês) não tardaram a aparecer. Renato Barros, Ed Wilson e Paulo César montaram uma banda de guitarras, baixo e bateria para concorrer a um dos primeiros programas de TV, Os Melhores do Mês, sob o comando de Jair de Taumaturgo, no Rio. Na hora da inscrição, tiveram que escolher um nome: Renato e Seus Blue Caps, nome que também é uma versão de Gene Vincent and his Blue Caps.

Ganharam o concurso e foram parar na TV Tupi, no programa do Chacrinha. Em seguida, foram acompanhar Roberto Carlos na música "Splish Splash". Pela formação dos Blue Caps, passaram nomes que até hoje frequentam as paradas de sucesso: Erasmo Carlos (vocal e guitarra) e Michael Sullivan (vocal). Eles começaram dividindo o primeiro LP com Reinaldo Rayol (irmão de Agnaldo Rayol) e Cleide Alves.

Logo já estariam participando dos hits de Roberto Carlos ("Quero Que Vá Tudo Pro Inferno"), Erasmo Carlos ("O Tremendão", "O Carango"), Wilson Simonal ("Meu Limão, Meu Limoeiro", "Vesti Azul"), Martinha ("Eu Daria a Minha Vida", "É uma Brasa", "Mora"), Eduardo Araújo ("Deixe o Rock", "O Bom"), Jerry Adriani ("Doce Amor") e quase toda a Jovem Guarda.

Entrou para a banda, Cid Chaves, incrementando os arranjos com sax e gaita. Renato e Carlinhos seguravam as guitarras, Paulo César no baixo, Toni na bateria, fazendo todos o vocal. Com essa formação tornaram a banda que acompanhava Roberto Carlos. Carlos Imperial chegou um dia com um compacto simples dos Beatles com "I Should Have Known Better" e daí nasceu a versão com o nome de seu primeiro hit: "Menina Linda".

A partir de 1967, o conjunto se libertou da fase "Beatles" e seus integrantes desenvolveram estilo próprio de cantar e compor. Roberto Carlos, em 1968, chegado ao soul (influência de Tim Maia), gravou "Não Há Dinheiro Que Pague", composta por Renato.

Na próxima semana veremos mais um pouco das bandas de guitarra como The Sunshines, Os Incríveis e A Bolha. Até lá!


25 de nov. de 2009

Diogo Nogueira - Lua de um Poeta


Um dos sucessos do repertório de Diogo.



Quem é Diogo Nogueira?

Diogo Nogueira tem 28 anos, é cantor e compositor e vem de uma nobre linhagem do samba. Filho do saudoso compositor e cantor João Nogueira, antes mesmo de completar um mês de vida, Diogo já acompanhava os pais nos pagodes e acostumou-se desde cedo a ser embalado ao som de sambas e choros.

João Nogueira sempre o convidava para participar de seus shows e no samba entre amigos. Logo vieram os convites para Diogo participar das rodas de samba do Rio, hábito que lhe rendeu respeito e aprovação dos bambas ligados à música e ao samba.

Diogo Nogueira fez importantes shows com João Nogueira pelo Brasil. Em Salvador, cantou com o pai no Pelourinho para uma platéia de mais de cinco mil pessoas, em dezembro de 1998, na comemoração do “Dia Nacional do Samba”. Em 1999, participou do show lançamento do disco do pai chamado João de Todos os Sambas, no Teatro Rival.

Com a morte de seu pai, Diogo fez bonito cantando "Espelho" no Tom Brasil, em São Paulo, no show gravado ao vivo em homenagem a João Nogueira, ao lado de grandes artistas nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Emílio Santiago e D. Ivone Lara. O CD foi lançado em março de 2001.

Além de circular com desenvoltura na Lapa e em palcos da Zona Sul, fez shows no Rio com a participação de artistas como Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Monarco, Beth Carvalho, Marcelo D2 , entre outros.

Diogo também vem conquistando o público paulista com shows em espaços como Bar Samba, Bar Mangueira e Traço da União. Diogo se apresentou também no Sesc Pompéia ao lado do compositor Nei Lopes, e vem fazendo shows em diversas casas de São Paulo.

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Diogo Nogueira - Espelho

Composta por João Nogueira, em parceria com Paulo César Pinheiro, em homenagem ao pai dele e considerada um de seus grandes sucessos, Diogo Nogueira resgata a música dedicando a João. É a música passada de geração a geração, no embalo do samba. Pouco tempo depois, Diogo dá sua contribuição para a continuação do "Espelho", com "Além do Espelho". Abaixo, segue o áudio da música de João cantada por Diego.







Diogo Nogueira - Espelho

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)


REVELAÇÃO MPB: Diogo Nogueira


Diogo Nogueira - Força Maior

Filho do saudoso sambista João Nogueira, Diogo vem seguindo os passos do pai e despontando como um dos novos talentos da música brasileira nos últimos anos, sendo, portanto, a Revelação MPB que trago hoje para vocês.

24 de nov. de 2009

Carcará


Maria Bethânia - Carcará

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!

Carcará...

Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião

Carcará...
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada

Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!

Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no bico inté matá

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!
Carcará...
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Nasceu no Zicartola, bar de Dona Zica e do sambista Cartola, no Rio, a idéia de criar o show Opinião. Seria um manifesto contra a ditadura a estrear em dezembro de 1964, juntando as composições de Zé Kéti, um sambista urbano, a moça de classe média alta Nara Leão e o nordestino João do Vale. Este ao lado de João Cândido, escreveu "Carcará", canção de protesto que, primeiro na peça e depois nos festivais, virou emblema de resistência ao regime militar e poema de denúncia contra as mazelas sociais brasileiras.

O maranhense João do Vale trouxe da paisagem do sertão a imagem do carcará, tipo de gavião que, quando sente fome, "pega, mata e come", que tem "mais coragem do que homem", como dizem os versos. Na peça de Paulo Pontes, Ferreira Gullar, Armando Costa e Oduvaldo Vianna Filho, com direção de Augusto Boal, foi a diva da bossa nova Nara Leão quem entoou primeiro as proezas do carcará. Enquanto. Enquanto Zé Kéti narrava o drama urbano e João do Vale radiografava o sertão, Nara, como descreve Ruy Castro em "Chega de Saudade", se apresentava de camiseta listrada de preto, vermelho e branco (cores da plumagem do animal), com mangas arregaçadas, calça Lee de veludo gelo e tênis cor de tijolo. "Quando ela começava o Carcará, a platéia sentia um frisson. Cada vez que Nara ajeitava a franja, era como se Castelo Branco o presidente estivesse sendo fisicamente varrido da cena brasileira", escreve Castro.

Mas, se Nara vinha de Ipanema e morava de frente para o mar, a baiana Maria Bethânia, não. E foi ela quem imortalizou Carcará. Em fevereiro de 1965, Bethânia subiu ao palco e encarnou na voz e nos gestos a valentia épica e simbólica da ave de rapina. As imagens da época mostram uma cantora franzina com um contrastante vozeirão e cabelos escuros, presos atrás da cabeça. Bethânia estufa o peito, arregala os olhos e grita com potência ímpar os versos desse inventário de rudezas: "Carcará é malvado, é valentão/ É a águia lá do meu sertão", exaltam os versos. "Carcará/ Pega, mata e come/ Carcará/ Num vai morrer de fome..."

No show Opinião, a música vinha seguida de um trecho declamado em que Bethânia cita estatísticas dos problemas sociais do país: "1950, mais de 2 milhões de nordestinos viviam fora de seus Estados natais; 10% da população do Ceará emigrou; 13% do Piauí; 15% da Bahia; 17% de Alagoas". A cada número anunciado, virava o corpo em direção a um dos microfones pendurados sobre o palco, alvoroçando a platéia e culminando com o refrão incendiário: "Pega, mata e come".

Mas, se o Opinião foi um estrondo, deixou às moscas o Zicartola, bar onde nasceu. Com as apresentações do show no shopping Siqueira Campos, as estrelas que davam o ar da graça no bar do sambista – Zé Kéti e João do Vale batiam ponto por lá – e também o público passaram a freqüentar assiduamente as apresentações. O Zicartola, que teve que sustentar as atrações fixas Nelson Cavaquinho, Geraldo Babão e a mulata Teresinha. Fechou as postas quando o Opinião ainda estava em cartaz.
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Fonte:
Revista Bravo - 100 Canções Essenciais da Música Popular Brasileira
Colaboração: Fabio Eça.




22 de nov. de 2009

Sintonia::: Especial Flávio Venturini



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e sucessos de Flávio Venturini.

Flávio Venturini ontem e hoje


Flávio Venturini - Pra Lembrar de Nós


Após gravar dois discos pela gravadora Velas e de ter seu reconhecimento devido, Flávio assina com a EMI onde grava seu sétimo cd de sua carreira, Trem Azul, reunindo composições suas e dos artistas que fizeram parte do Clube da Esquina. No ano seguinte, ao completar 50 anos, realiza um grande show no antigo Metropolitan, Rio de Janeiro, contando com a participação de vários artistas e que veio a transformar-se em um especial de tv e registrado em cd e dvd, lançado pela Som Livre, denominado Linda Juventude Ao Vivo.

Em 2003, no mesmo local do show dos 50 anos, promove um encontro no palco com o amigo Guilherme Arantes que viria a render outros shows até os dias de hoje. O repertório concentra os maiores hits dos dois compositores e tecladistas.

Em 2004, funda sua própria gravadora onde lança seu cd Por Que Não Tínhamos Bicicleta, com destaque para as músicas "Pra Lembrar de Nós", "Prenda Minha" e "Céu de Santo Amaro", esta com participação de Caetano Veloso. Dois anos mais tarde grava novo cd Canção Sem Fim, onde traz a regravação da música "Fênix", composta por ele e Jorge Vercilo.

Além dos discos gravados, Flávio tem feito diversas parcerias musicais e compôs várias trilhas sonoras para minisséries e filmes.



Flávio e seu reconhecimento


Flávio Venturini - Besame


Paralelo às atividades da banda 14 Bis, Flávio Venturini lançou dois discos solo: Nascente (1982) e O Andarilho (1985).

Em 1990, veio a lançar seu terceiro disco em carreira solo Cidade Veloz, com destaque para a música "Besame", anteriormente gravada pela cantora Leila Pinheiro em 1988. No ano seguinte faz um show com Toninho Horta no Circo Viador, Rio de Janeiro, que foi gravado e lançado em disco somente em 1997. Em 1992, pela Som Livre, grava seu cd Flávio Venturini Ao Vivo reunindo sucessos do grupo O Terço e 14 Bis, além da carreira solo.

Dois anos depois, com o cd Noites de Sol, pela gravadora Velas, Flávio seu primeiro disco de ouro. O disco foi bem recebido pelo público que teve como destaque as músicas "Noites Com Sol", "Quando Você Chegou", "O Que Tem de Ser", "Cabaré da Sereia", além da regravação de "Nuvens", sucesso do 14 Bis. Em 1996, lança outro disco com grande sucesso, Beija-Flor, onde emplacou com a faixa-título e "De Sombra e Sol".



Venturini em O Terço e 14 Bis

14 Bis - Planeta Sonho


Flávio Hugo Venturini nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Sendo revelado pelo Clube da Esquina na década de 1960 (movimento que reuniu Milton nascimento, os irmãos Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, entre outros), veio a participar do grupo de rock progressivo O Terço, em 1968, formado no Rio de Janeiro, junto com Jorge Abiden, Sérgio Hinds e Vinicius Cantuária. O grupo veio a participar de vários festivais realizados em Minas, bem como nas edições do Festival Internacional da Canção.

Após deixar O Terço em 1977, onde gravou alguns discos de sucesso como Criaturas da Noite (1975) e Casa Encantada (1976), o grupo veio terminar no ano seguinte. Daí, Flávio gravou o disco A Página do Relâmpago Elétrico com Beto Guedes. No início da década de 1980, Flávio Venturini se une ao seu irmão Cláudio Venturini e aos músicos Hely Rodrigues, Vermelho e Sérgio Magrão, para formar a banda 14 Bis, em Minas Gerais. A partir daí, inicia um grande caminho de sucessos na sua vida profissional, ligada à trajetória da banda que se firmaria como um dos grandes nomes da MPB. Porém, sua permanência no grupo durou até 1987 quando saiu para sua carreira solo.

Pelo 14 Bis, Flávio gravou 8 discos e compôs grandes hits que marcariam sua carreira junto à banda e que ainda canta em seus shows como "Linda Juventude", "Planeta Sonho", "Nuvens", "Todo Azul do Mar", "Espanhola", "Uma Velha Canção Rock'n Roll", entre outras.


Flávio Venturini - Noites Com Sol



Show no Memorial da América Latina, em 04/09/2008, onde Venturini canta um de seus grandes sucessos.


Homenageado do Dia: Flavio Venturini


Flavio Venturini - Nuvens

Um dos grandes compositores e músicos brasileiros vindo de Minas Gerais e que fez parte do Clube da Esquina, o tecladista e cantor Flávio Venturini é o Homenageado do Dia.