14 de jan. de 2011

Momento Flashback: Donna Allen


Donna Allen - Sweet Somebody

Natural de Key West, estado da Flórida, Estados Unidos, Donna Allen começou como líder de torcida (cheerleader) do time de futebol americano Tampa Bay Buccaneers antes de iniciar sua performance como cantora. Os primeiros passos de sua carreira musical foi participando da turnê de Gloria Estefan como backing vocal.

Seu primeiro disco Perfect Time foi lançado em 1986, emplacando sucessos como "Serious", "Satisfied" e "Sweet Somebody". Com o sucesso do álbum de estréia Donna Allen ainda participou de trabalhos paralelo com Will To Power. Já o segundo disco veio em 1988 com Heaven on Earth, com destaque para "Joy and Pain".

Logo depois ficou bom tempo ausente dos palcos, volta a gravar em 1994 o single "Real" para o filme O Especialista, estrelado por Sylvester Stallone. Em 2010 fez grande sucesso com "He Is the Joy", incluído na trilha sonora do filme Preciosa, além de lançar seu último cd-single "He's Got The Power".


13 de jan. de 2011

Afoxé Filhos de Gandhi, 62 Anos!

Afoxé Filhos de Gandhi, 62 Anos!
Por: Fernando Monteiro


Domingo, janeiro, verão, Bahia. Centro histórico de Salvador, Pelourinho. Grande movimentação na Sede do Afoxé Filhos de Gandhy. Primeiro ensaio do ano. Em volta, associados; velhos, jovens de toda cor, turistas curiosos e encantados. Se olharmos melhor veremos as artesãs ou turbanteiras, mulheres que fazem o turbante na cabeça dos Filhos de Gandhy. Veremos famílias inteiras que tem no sangue este grande símbolo da nossa terra. Pessoas que vivem em função do Gandhy. As tranças estilo rastafári fazem referência a paz e a negritude. Por sinal, a cultura negra é o grande tom de toda essa mágica em volta.

Alguém joga milho branco pela porta da Sede, é sinal de que vai começar.

As pessoas se espremem para ver o que vai acontecer. Três, quatro rapazes chegam com pratos, oferendas. Vai começar o Padê pra Exu.

Os atabaques começam a tocar, agogôs e chocalhos acompanham, uma voz surge em meio a ao som inebriante do ijexá. São cânticos de louvor. Logo em diante, dezenas, centenas de vozes respondem ao canto e cantam juntos em plena comunidade daquele ritual. Turistas boquiabertos, transeuntes, policiais, vendedores, todos param pra ver. O cineasta americano filma. O corpo arrepia diante de tanto axé.

Os rapazes que trouxeram as oferendas dançam em torno, giram, cantam, as pessoas em volta estão cada vez mais entusiasmadas como numa espécie de transe coletivo e respondem de maneira mais efusiva e tudo aquilo vai crescendo, crescendo... Alguns dos que estavam dançando saem da Sede e as oferendas são oferecidas no Largo.

Afoxé Filhos de Gandhy, 62 anos de história. O 1º ensaio do ano lotado com pessoas de vários cantos do mundo. A “gringa” loura com tranças, balança ao som dos atabaques aos olhares desejosos. O diretor que mora nos Estados Unidos e que não perde o verão da Bahia, todos cumprimentam, simpático que é. Etnomusicólogos, sociólogos, antropólogos, artistas todos querem compreender, muito mais do que isso, querem viver este momento. Pessoas comum, donas Marias, Joãos, Josés... vendedores de picolé, artesãs, sapateiros, pessoas simples dessa Bahia desigual, ali estão sem distinção de camarotes, sem distinção de classes sociais, lado a lado com qualquer outra pessoa, afinal todos de fato são iguais ali. Filhos de Gandhy preserva esta simbologia importante seja no seu desfile nos dias de carnaval, seja no dia a dia como no Ensaio, onde nos mínimos detalhes vemos a irmandade, principal força e que faz com que este gigante se levante a cada ano e desse modo, em 2011, comemore 62 anos de carnaval da Bahia.

Vida longa ao Afoxé Filhos de Gandhy, minha nação!


12 de jan. de 2011

Entrevista com Juliana Ribeiro no Terra Magazine

Juliana Ribeiro: "Com muita honra, sou cantora popular"
Claudio Leal


Com frequência folclorizada pela mídia nacional (por vezes amparada em subsídios publicitários do governo do Estado), a cultura baiana tem a cantora Juliana Ribeiro como uma das correntes mais maduras do encontro entre tradição e modernidade. Com 31 anos, ela integra uma geração de cantoras não seduzidas pelas sereias da padronização musical florescida nos anos 90, em Salvador. Pesquisadora do mestrado de Cultura e Sociedade, na Universidade Federal da Bahia, procura definir-se no início do papo: "Sou cantora popular, é assim que me mantenho, com muita honra e dignidade."

A pesquisa universitária vem nutrindo sua carreira artística, numa fusão de ofícios que resgata compositores históricos como Xisto Bahia (1841-1894), o autor de "Isto é bom". No faro da cantora, lundus, macumbas, maxixes, sembas angolanos, vissungos e sambas-de-umbigada. Juliana Ribeiro acredita na capacidade de ritmos fundadores preservarem seu frescor. (...)

Segue a entrevista postada na Sexta, 22 de janeiro de 2010, 08h14 Atualizada às 10h26, no TErra Magazine:

Terra Magazine - Como você tem vinculado sua pesquisa sobre música popular brasileira aos seus shows?
Juliana Ribeiro - Estou fazendo agora um show de verão, onde uno dois outros shows meus: o de lançamento do meu EP (Extended Play), em maio, e "De areia". Uma proposta mais dançante dentro do meu repertório. O meu trabalho se faz presente em todos os shows, é óbvio. Faço pesquisa, sou mestranda da pós-graduação de Cultura e Sociedade, da Faculdade de Comunicação da Ufba (Universidade Federal da Bahia). Lá, nesse curso, eu trabalho com os sambas dos anos 50, da Rádio Nacional, do programa chamado "Quando Canta o Brasil", que é meu objeto de pesquisa. Bom deixar claro que o meu mestrado foi consequência do meu palco. Comecei a trabalhar com música desde 2001, quando fui estudar. Desde então me envolvi com a música popular. Hoje minha pesquisa é sobre o samba, especificamente. O pesquisador tem que ir afunilando...

"O recorte", como dizem na universidade.
É. Essa pesquisa que faço hoje, que é meu show, foi iniciada em 2005. Quando fui pra Unicamp, eu já tinha formação em canto lírico na Bahia. Na época, era a Ufba que nos fornecia a formação técnica. E aí fiquei muito inquieta de ser uma cantora popular, mas com a questão vocal, a fisiologia vocal voltada para os exercícios líricos, a empostação lírica. Fiquei com aquela pulguinha: "Não, eu quero estudar canto popular!". As pessoas me diziam: "É a mesma coisa, a técnica é uma só". Não é. Bidu Sayão não canta igual a Elis Regina. Fui pra Unicamp, como aluna do curso de canto popular. Lá, eu tinha que fazer um trabalho de conclusão de curso. Ficou para mim um seminário sobre quatro vozes dos anos 30: Aracy de Almeida, Mário Reis, Carmen Miranda e Orlando Silva. Fui para a fonoteca da Unicamp. Maravilhosa, deslumbrante! Minha vida acabou sendo aquela fonoteca. Descobri uma série de outras coisas que me encantaram tremendamente.

O que lhe encantou, por exemplo?
Foi aí que eu descobri o lundu, uma manifestação do século 18 e mais do século 19, que inicia os ritos das danças de roda, da manifestação da cultura popular, do duplo sentido nas letras. É a nossa primeira manifestação brasileira. Uma manifestação mestiça, não vamos pensar só em África. Aí a gente já está pensando em Brasil. O lundu tem uma inflência forte do fandango, que é uma manifestação espanhola. E tem a viola, que entra depois e é portuguesa, vem da referência árabe. É uma manifestação brasileira. E descobri o maxixe...

Sim, e você gravou "Isto é Bom", de Xisto Bahia.
Gravei. Uma composição de 1880. Foi a primeira música gravada no Brasil pela Casa Edison, em 1902. Xisto já estava morto. Descobri maxixe, lundu, batuques, algumas coisas de macumba, e aí vim pra Salvador querendo fazer um show, em 2006. Mas as coisas não como a gente quer, são como tem que ser (risos). Esse show terminou se "redesdobrando" e começou o mestrado. Sou historiadora de formação. E pensei: "Eu gosto disso, por que não estudar samba na academia?". Vamos ver se dá certo. Fiz o projeto e passou num mestrado que é muito enriquecedor, porque é multidisciplinar, na Faculdade de Comunicação. Fui aprofundando, a gente não para de pesquisar nunca. Descobri depois os vissungos, que estavam em meu show de 2009, de lançamento...

E seu show no jardim do Museu Rodin Bahia, em 2008? Já foi dentro desse projeto?
Não, ainda não era o show de lançamento. Foi antes do EP. Ali eu estava no processo de construção do CD, gravando.

Você terminou com "Batuque na Cozinha", de João da Baiana.
Isso, e depois de "Batuque" eu faço outra de João da Baiana, que agora caiu em domínio público, uma macumba. Está gravada em meu EP. Gostar de cantar essas coisas, porque é daí que a gente vem, né?

Como foi sua experiência com a canção popular? O que você ouvia?
Essas pesquisas vêm em paralelo com meu trabalho de cantora. Vivo de música. Esse ofício de cantora eu aprendi muito na prática, desde 2001. Sou cantora popular, é assim que me mantenho, com muita honra e dignidade. A academia vem como apoio ao meu canto. O foco não é bem esse, não. Minhas referências de música são vastíssimas. Estudo ouvindo jazz instrumental. Adoro. Tenho referências de mulheres muito fortes. Rita Lee é minha referência primeira, quando eu tinha quatro anos de idade. E me marcou por ser uma cantora e compositora com uma proposta clara. Tenho referências como Elis Regina, Maria Bethânia. Atualmente, de uns dois anos pra cá, Clementina de Jesus, que é a figura que mais se aproxima do meu trabalho. Clementina é uma pessoa que consegue botar no palco, em três minutos, trezentos anos de história. Ela me traz, nos anos 70, uma ancestralidade para a modernidade. Isso é assustador, impressionante.

Mônica Salmaso também se refere a ela como uma influência.
Ela gravou...

No disco Iaiá, "Moro na Roça".
É, lindo, lindo aquilo. Eu vejo muito nisso a historiadora. É um processo de atemporalidade. As pessoas cantam Xisto Bahia, tranquilamente. Pelo menos aqui em Salvador, "Isto É Bom" virou hit. Uma coisa impressionante: a música de 1880 virou hit em 2009, 2010. Você mostra que a música rompe com a questão do tempo. A música identitária, que eu me proponho a fazer, que vem da senzala... Independentemente de o lundu não ter a mesma célula rítmica que o samba, é a construção primária disso. A celula rítmica do samba destrincha o lundu. "Pelo Telefone", de 1917, é um samba amaxixado. A célula do maxixe está na gravação. Até vir a galera da Estácio de Sá, em 1928/29, que muda a celula rítmica com a questão das escolas de samba.

Com Ismael Silva.
Newton Bastos, Ismael, Bide, que inventa o surdo. Essa galera cria uma nova possibilidade de caminhar enquanto se canta e se dança o samba. Daí a mudança rítimica do samba que se estiliza e sai dos morros. Nos anos 30, ele ganha outro formato. Vai pro disco, pra gravadora, entra nas rádios, vem caras geniais como Noel Rosa, vem Chico Alves, etc. Mas o que eu pesquiso muito é o que precede o samba. Não que não tenha samba em meu repertório. Tenho. As pessoas me veem muito como cantora de samba. Acho que sou uma cantora de música popular. Como nesse momento eu pesquiso o samba, ele é meu foco, por mais que faça o maxixe, o vissungo, que é um cântico com um dialeto, uma outra língua falada no Brasil. Até hoje ela ainda é falada. O vissungo era uma forma que os negros tinham de se comunicar entre si e que o senhor não entendesse. Misturava as diversas línguas de matrizes africanas com o português. Quando Clementina faz (canta):


"Muriquinho piquinino 

Muriquinho piquinino
Oi parente, de quissamba na cacunda
Purugunta aonde vai
Purugunta aonde vai
Oi parente, pru quilombo do Dumbá"


...Você ouve palavras de português, mas ouve muita coisa que não identifica. Era uma língua de gueto e isso vira música. Graças a Deus que Clementina gravou! E isso chegou até mim.

Você chega ao samba do Recôncavo baiano?
Chego, porque ele é uma matriz, que está lá no século 19, em Santo Amaro da Purificação. A gente não pode esquecer que a comunidade que leva o samba para o Rio de Janeiro é baiana. Esse samba do morro é da comunidade baiana, negra. E eu falo também do samba de umbigada, a brincadeira da umbigada. Canto de compositores atuais. De Reginaldo Souza, faço "Lição de Vida", uma composição que é a quinta música do meu EP, uma mistura de samba de roda com samba de caboclo, como a gente chama aqui na Bahia. A música já nasceu assim, não foi só um arranjo meu. Muito bacana porque tenho muito respeito à manifestação, não só ao ritmo. O samba de umbigada tem a capacidade de agregar e igualar as pessoas. Nossa samba tem essa diferença, que é a roda. Todo mundo pode entrar, pode sambar. No Rio, eles sentam e ao redor vai criando a roda dos espectadores. Aqui, claro que tem uma hierarquia das senhoras, das mães, que têm que sambar primeiro. Mas, a partir daí, se ela deu uma umbigada, meu amigo, entre pra sambar! Isso faz parte do repertório. No show de teatro, não tem, mas no show de verão eu faço uma homenagem. No final da minha apresentação, eu tenho 15, 20 minutos só de samba de roda. Faz uma roda enoooorme.

E disco gravado?
Gravei um só, um EP. Gravei outras coisas, mas não com o nome "Juliana Ribeiro". Gravei as Filhas de Gandhy. Juliana Ribeiro gravou um EP, são seis canções. Inicialmente, era promocional, mas existiu uma demanda grande do público. "Quero comprar...". As pessoas me cobravam demais. Participei de todos os editais, pra gravar um CD...

Como isso circula?
Acabei comercializando a preço popular. Porque as pessoas me pediam. Tudo tem seu tempo. O tempo de Juliana Ribeiro, em 2009, era lançar o EP. Era o viável, o possível, com o apoio de Wesley Rangel, da WR. Ele me deu um apoio genial. Tem que ser falado porque é um grande cara, tem um coração muito grande.

As rádios tocam?
A gente tá crescendo bastante nisso. Temos a Educadora, que é uma grande parceira. A Educadora e a TVE são parceironas. Tem o trabalho de divulgar a cultura no Estado que é genial. Começa com eles, que nos divulgam, e a partir daí tá crescendo, ganhando visibilidade. As outras rádios, de caráter privado, têm me pedido muito material. Não vou me submeter a certas coisas. Isso vem por conta do público.

Na Bahia, tem havido diversificação musical nos últimos anos?
Vejo, sabia? Por exemplo, vou fazer o Carnaval. Tenho feito há três anos. Essa possibilidade de fazer o Carnaval vem muito por conta do pensamento de diversidade. Isso é novo. Não vou entrar em questão de partido, mas isso é um mérito. Pensar na diversidade, o PT tem feito isso, e agregar ao carnaval. É uma festa linda, eu não tenho absolutamente nada contra o carnaval. Mas fica muita coisa de fora. Isso é um pecado para a Bahia, que tem tantas manifestações culturais. Quero ver um carnaval que tenha terno de reis, como a gente já teve. Nesse sentido, a Fundação Cultural abre os editais e tem passado muita coisa bacana. Ano passado, nós tivemos os Novos Baianos. Tem que abrir. O pensamento tem que ser esse, o mundo é diverso.

Em seus últimos shows, você divide o palco com os compositores. Como é esse projeto?
O projeto é "Cantando com os Compositores". Idealizei quando percebi que havia uma falta de identificação do público, de uma maneira geral, com as canções que fazem sucesso e o compositor. As pessoas associam a canção ao intérprete, sempre. Não conseguem perceber que existe um compositor por trás. O compositor passa despercebido. A ideia não era eu cantar a música desses compositores, mas dar o palco pra esses caras, para que as pessoas associassem a imagem do compositor à canção de sucesso. Um caminho direto. Pensei nesse projeto como uma relação identitária. Walmir Lima já está chegando aos 80 anos. Tem que ter esse cuidado com a memória. No Brasil, as pessoas só são homenageadas quando morrem. Não quero fazer homenagem póstuma. Quero fazer homenagem em vida. Batatinha era um gênio. Hoje ele é um mito na Bahia, mas morreu com dificuldades financeiras. Vamos dar espaço, trazer esses caras para o palco. Eu tive J. Velloso e Reginaldo Souza. Na segunda noite, Walmir Lima e Walter Queiroz. Nesta sexta, Edil Pacheco e Mateus Aleluia. Na última noite, tenho Roque Ferreira e Gal do Beco, que não é compositora, mas eu fiz questão de ter em meu projeto. Porque o Beco de Gal é o espaço onde as composições desses casas são divulgadas. Gal merece isso. Se não tivesse o espaço de Gal, quem iria conhecer as canções de Nelson Rufino? Vamos juntar isso aí. Graças a Deus, o "Cantando com os Compositores" tem tido uma repercussão ótima. Fico feliz de fazer com que essa mensagem chegue ao público.
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Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4219260-EI6596,00-Juliana+Ribeiro+Com+muita+honra+sou+cantora+popular.html



Um pouco sobre Juliana Ribeiro

Juliana Ribeiro - Beira de Maré

Além de cantora e compositora, Juliana Ribeiro, natural de Salvador-BA, possui formação como historiadora e mestranda em "Cultura e Sociedade" da Faculdade de Comunicação da UFBA, além de ter formação técnica em canto lírico na mesma universidade e foi aluna especial da UNICAMP/SP na Faculdade de Canto Popular. Concilia sua pesquisa sobre a história e origem do samba junto à música que canta, resgatando as raízes deste gênero.

Com quase oito anos de carreira, ainda chegou a fazer parte de três bandas: Zaccatimuana, onde criou o conceito de MCB (Música Cultural Brasileira); A Quadra de Samba, dedicada ao estudo do Samba-de-Roda do Recôncavo Baiano; e o Quarteto Lucaia. Após ser indicada como Cantora Revelação do Troféu Caymmi em 2007, Juliana lançou seu EP em 2009 destacando pelas faixas "Beira de Maré" e "Lição de Vida", além da regravação de "Batuque na Cozinha", sucesso de Martinho da Vila.


REVELAÇÃO MPB: Juliana Ribeiro


Juliana Ribeiro - Lição de Vida

Mais uma cantora surge no cenário baiano despontando para a música brasileira. Trata-se de Juliana Ribeiro que, em 2007, foi indicada como cantora Revelação do Troféu Caymmi. É a Revelação MPB que trago nesta quarta-feira.


9 de jan. de 2011

Sintonia::: Especial Vinícius Cantuária



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e sucessos de Vinícius Cantuária.

A nova fase de Vinícius Cantuária

Desde que passou a morar em Nova York, Estados Unidos, em 1994, Vinícius Cantuária montou seu próprio estúdio em sua casa. A partir daí vieram novos discos como o Sol na Cara (de 1996 que também regravou alguns de seus sucessos), mudando seu estilo e jeito de cantar, e passou a conquistar o público norte-americano, além de experimentar novas parcerias como Arto Lindsay, Gilberto Gil, David Byrne e outros.

Deixando de lado o pop que o tornou conhecido na década de 1980 e agora passear na mpb, no samba e na bossa nova, Vinícius Cantuária finalmente encontrou seu espaço que tanto procurava na música nos Estados Unidos. Atualmente está com seu novo disco Samba Carioca lançado no ano passado e que conta detalhes sobre seu novo trabalho que conta com a participação de de Arto Lindsay, Marcos Valle, João Donato, Paulo Braga, Luis Alves, Brad Mehldau e Bill Frisell. Só conferir no clipe a seguir.




O Sucesso de Cantuária

Vinícius Cantuária - Só Você

Na nova onda do Rock Brasil, Cantuária conhece novos amigos como Lulu Santos, Ritchie e os Paralamas do Sucesso, grupo que menciona em sua música "Esse Som Eu Quero", do terceiro disco Sutis Diferenças, considerado seu trabalho mais marcante por lançar grandes sucessos conhecidos pelo público como "Sílvia", "Ludo Real" (parceria com Chico Buarque), "Cheio de Amor" e o hit "Só Você" (mais tarde regravada por Fábio Jr.). O disco foi gravado pela gravadora EMI, após sair da BMG.

Porém, o rock nunca foi seu forte. Os dois trabalhos seguintes não repetiram o mesmo sucesso do terceiro disco e Cantuária resolver partir para novos projetos. Grava novo disco Rio Negro em 1991, após sua saída da EMI, com destaque para "Garotos" e "Somos Todos Índios". Dois anos depois, junta-se com Ritchie, Cláudio Zoli, Mu Carvalho e Dadi para formar o Tigres de Bengala que teve curta duração, mas que emplacou pelo menos duas músicas nas rádios: "Agora ou Jamais" e "Elefante Branco".

Desanimado com o mercado brasileiro resolve partir para os Estados Unidos.

O cantor Vinícius Cantuária

Vinícius Cantuária - O Grande É Fazer Romance

Vinícius Cantuária fez parte da Outra Banda da Terra como baterista, juntamente com Arnaldo Brandão no baixo (este fez parte do grupo A Bolha e viria a integrar, mais tarde, nas bandas Brylho e Hanói-Hanói), Tomás Improta no piano e Oberdan no sax, e passou a excursionar e gravar com Caetano Veloso durante um bom tempo. Ainda chegou a trabalhar com Luiz Melodia, Jorge Mautner e Gilberto Gil.

Após sua saída da banda, passou a investir em sua carreira como cantor e compositor, gravando em 1982 seu primeiro disco Vinícius Cantuária do qual saíram os sucessos "Coisa Linda", "Lua Estrela" que também gravada com sucesso por Caetano Veloso, além de uma parceria dos dois em "O Grande Lance É Fazer Romance".

A boa estréia animou o cantor e decidiu gravar mais um novo disco em 1983: Gávea de Manhã.


Um pouco sobre Cantuária e O Terço

Vinícius Cantuária - Esse Som Eu Quero

Próximo de completar 60 anos de idade no dia 29 de abril deste ano, Vinícius Cantuária é um desses raros artistas do qual poucos brasileiros de bom gosto tem o prazer de ouvir pela sua qualidade musical, mas que tem pouco reconhecimento aqui no país em face do mercado fonográfico não abrir muito espaço para a boa música brasileira e as gravadoras acabam revelando artistas que melhor atendem aos interesses das gravadoras (além dos empresários dos mesmos).

Natural de Manaus, estado do Amazonas, Vinícius Cantuária se mudou para o Rio de Janeiro ainda criança. Chegou a ter sua própria banda com 12 anos de idade no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria onde estudava, tocando bateria. Na década de 1960, conhece novos amigos e é convidado por Jorge Amiden pra ser crooner de sua banda - Joint Stock Company - onde faziam parte outros músicos como Renato Terra, Sérgio Magrão, Sérgio Hinds e outros, mas que logo se dissiparam. Logo depois viria um festival de colégio, do qual tinha como jurado Paulinho Tapajós, e a banda se apresentou com o nome Os Libertos. Esta turma iria originar uma das mais conhecidas bandas de rock progressivo: O Terço.

Assim, com o contrato com a gravadora Forma, O Terço gravou o primeiro disco homônimo em 1969, com Cantuária na bateria, Sérgio Hinds no baixo e Jorge Amiden na guitarra. Ainda gravou um compacto com a música "Tributo ao Sorriso" que entrou para o Festival Internacional da Canção em 1970, chegando ao terceiro lugar na classificação geral.

No ano seguinte, participa novamente do FIC com a música "O Visitante", sempre aprimorando a sonoridade dos instrumentos e dos vocais e conta com mais um integrante na banda (César das Mercês no baixo). Amiden se desentende com o grupo e sai da banda. O Terço ainda chegou a acompanhar outros artistas da mpb como Marcos Valle que chegou a fazer uma excursão para o Festival de Cannes, na França. Logo viriam novas mudanças na banda (incluindo a entrada de Flávio Venturini), e Cantuária deixou o grupo após gravar o segundo disco e passa a acompanhar o cantor e compositor Caetano Veloso como baterista de sua banda.


Vinícius Cantuária - Rio


Vinícius Cantuária e sua banda se apresenta no Tonic, em Nova York, Estados Unidos. Aqui neste clipe, ele canta a música "Rio", sucesso do disco Vinícius (2001) que também trouxe faixas como "Clichê do Clichê" (parceria com Gilberto Gil) e "Ela É Carioca" (de Tom Jobim).


Vinícius Cantuária: Homenageado do Dia


Vinícius Cantuária - Lua Estrela


Cantor, compositor, violonista, baterista e percussionista. Assim é o músico Vinícius Cantuária que veio do Amazonas para o Rio de Janeiro e que agora reside nos Estados Unidos, após fazer grande sucesso no Brasil na década de 1980. É o Homenageado do Dia que trago neste domingo.