Uma das bandas de rock mais conhecidas do mundo que virou um dos ícones da década de 1980, The Cure surgiu em Crawley, na Inglaterra, formada em 1976 e liderada por Robert Smith junto com demais colegas do Notre Dame Middle School.
Após diversas mudanças na formação, o primeiro álbum Three Imaginary Boys só veio três anos depois. Seu auge viria a partir do segundo disco em diante, conquistando os fãs e admiradores durante quase toda a década de 1980 através de suas músicas e de seus trabalhos, emplacando com "A Forest", "In Between Days" e, especialmente, "Boys Don't Cry" que se tornou grande clássico de seu repertório.
Durante a década de 1990, a banda não consegue obter as mesmas vendas dos discos anteriores e entra em declínio. Ressurge em 2000 com o 11º disco da carreira - Bloodflowers - chegando a receber indicação ao Grammy Award na categoria Melhor Álbum de Música Alternativa no ano seguinte. Com 13 discos no currículo, a banda permanece hoje em atividade tendo apenas Robert Smith como único remanescente da formação original e que conta agora com Porl Thompson, Simon Gallup e Jason Cooper.
O funk é um estilo de rock negro, com base na soul music, surgido nos Estados Unidos no final da década de 1960 e início de 1970 no meio do movimento black power. O principal representante responsável pelo seu surgimento foi o cantor James Brown.
Com a gravação da música "Papa's Got a Brand New Bag" em 1965, James Brown buscou introduzir novos elementos rítmicos enfatizando nas batidas e nos metais para criar o novo estilo. Com isso, foi popularizando nas regiões de Detroit e Memphis, e outros músicos também iriam dar sua contribuição para o desenvolvimento do funk como Stevie Wonder, Melvin Parker e Sly Stone.
A partir de 1970, o funk teve novos desmembramentos e variantes pautados nas influências de outros estilos musicais como o jazz e o rock, vindo a surgir o funk-rock (defendido por Jimi Hendrix), funkadelic (funk psicodélico defendido por George Clinton), entre outros.
Embora muitos tentam confundir, mas o funk que conhecemos aqui no Brasil, tocado no Rio de Janeiro, não é o mesmo funk criado nos Estados Unidos; já que o funk carioca surgiu com base no miami bass, espécie de hip-hop muito conhecido nos EUA na década de 1980.
Na próxima semana, véspera de Natal falarei sobre a origem de uma das canções natalinas mais famosas do mundo. Até lá!
Renato Godá é um cantor paulista nascido em São Paulo. Embora tenha tentado seguir carreira de ator, a música surgiu na vida de Renato que veio a lançar seu primeiro EP em 2009 e agora vem com um novo disco chamado Canções Para Embalar Marujos. Segue entrevista feita com o cantor no SaraivaConteúdo, feita neste ano:
Conta pra gente como foi a trajetória até esses dois discos?
Renato Godá: Na verdade, quando eu comecei, minha primeira intenção não era ser músico ou compositor. A minha vontade era fazer teatro. Eu fiz um curso de teatro que foi de certa forma meio frustrante porque, no auge da minha primeira peça, da minha estreia, eu me sentindo um Al Pacino e tal, quando acabou essa parte de atuação eu fui pro camarim louco pra comemorar e eu tocava uma música na peça. O diretor desse grupo era um cara mais velho de teatro e tinha aquele ranço meio amargo. Ele saiu e falou “Oh, Godá. Deixa eu te explicar uma coisa, eu já vi muito ator se dar bem nessa vida e muito ator passar fome. Você é do tipo que vai passar fome”. Eu fiquei arrasado, mas como eu tinha tocado essa música, um amigo meu que era músico estava assistindo a peça e me chamou pra fazer uma participação no show que ele estava fazendo num bar aqui de São Paulo. Depois dessa apresentação o dono do bar me convidou, eu tava precisando de dinheiro, aí as coisas foram acontecendo naturalmente. Eu acho que mais do que ter ido atrás da música, a música cruzou o meu caminho. Eu acho que aquele diretor, apesar da minha raiva naquele momento, foi um cara muito visionário, porque de fato hoje eu sou muito feliz fazendo isso. A coisa que eu mais gosto de fazer é música.
Mas você também carrega uma boa dose de teatralidade nos seus shows.
Renato Godá: Eu diria que eu tenho uma pretensão teatral nos shows também. Eu gosto do cuidado cênico. Eu acho que o show é pra valer. Apesar de ter essa cultura na música do circo se montar e se desmontar assim muito rapidamente. Num dia você está numa cidade, no outro você está em outra. Eu gosto dessa coisa teatral no show – da luz bacana, do figurino, do mise en scène, da interpretação. O teatro tá presente ali de qualquer forma.
Mas e dessa temporada no bar, que foi por acaso, até chegar ao EP, como é que foi essa trajetória?
Renato Godá: Como compositor eu sempre gostei de experimentar vários gêneros. Eu tive a sorte de poder trabalhar muito calmamente, tinha uma despretensão com a vida, assim “deixa a vida me levar”, ia me virando e tal, então eu podia brincar de fazer essas coisas - brincar no melhor sentido - e experimentei várias possibilidades que estavam ali na minha música. Tive banda de punk rock, o Paulinho Moska me apresentou uma banda de Trip Hop que quando eu vi aquilo eu falei “pera aí, a música eletrônica pode ter uma textura experimental” e foi um fracasso absoluto. Foi um disco que eu tentei fazer, mas foi o maior mico. Mas de qualquer maneira foi uma tentativa. Fiz letra de samba para um amigo meu, tentei buscar aquelas referências de samba antigo e tal. Todos esses elementos foram se transformando naturalmente em uma linguagem, na música que eu toco hoje. E essa música que eu faço hoje de fato tem a minha cara.
Apesar de ter gravado outras coisas anteriormente que foram lançadas pela internet, outra numa edição super pequena, eu considero o EP, o trabalho anterior a esse, o meu primeiro trabalho. Eu acho que aí foi onde se chegou numa sonoridade e numa, como eu posso dizer, numa identidade de letras que de fato falava a minha língua, o meu universo era de fato aquele.
E quando você fala nesse EP, desse universo, dessa atmosfera, é essa coisa mais leste europeu, cabaré, essa mistura...
Renato Godá: Eu vivi muitos anos da minha vida, na verdade eu tenho que contar uma história anterior a isso, eu fui um aluno disléxico e com déficit de atenção, ou seja, eu era aquele aluno “o fracasso da escola”, e isso numa época em que não se discutia tanto essa questão da dislexia, as escolas não tinham essa atenção, para eles eu simplesmente era um aluno que não estava interessado e tive a sorte de ter estudado com uma professora de português que devia ter uma sensibilidade além da conta dos outros professores. Ela começou a sacar que eu tinha certa facilidade com as redações e, a partir das redações, ela achou um link direto comigo. Então ela fazia uma coisa que era super bacana, que foi super importante pra mim. Ela corrigia a gramática, mas avaliava as minhas redações pela qualidade do texto. Ela fazia verdadeiras críticas às redações. Eu me sentia o pior aluno e passei a me sentir o aluno mais especial. E ela passou a me apresentar literatura, não a literatura formal, clássica, que a escola sugeria, além dessa ela começou a me apresentar coisas, eu tinha 13 anos, e ela começou a me dar os beatneaks pra ler. Aos 14 eu já estava lendo Bukowski. Aquele universo todo era muito atraente pra mim. Eu dediquei a adolescência a viver aquilo, pelo menos romanticamente como todo adolescente eu queria de fato essa boemia, eu queria de fato experimentar todas as coisas que estivessem ao meu alcance e fiz isso durante muitos anos. Viver essa vida que eu costumo dizer que era o beijo da boca do lixo na boca do luxo. Porque ao mesmo tempo em que eu convivia com pessoas num jantar super da intelectualidade e tal, eu acabava a noite num boteco do centro de São Paulo e do meu lado tinha um travesti, uma puta, o traficante, o trabalhador, e essa conjunção acabou me dando um pano pra manga principalmente pra escrita, principalmente pra letra, que eu acho que é o carro chefe do meu trabalho.
E você teve filho cedo também, não é?
Renato Godá: Tive. Eu tive um filho aos 23 anos. Foi uma experiência que eu poderia dizer que salvou minha vida, porque como eu comecei muito cedo, aos 23 eu já estava num momento meio que ladeira abaixo, e veio o Gabriel. Foi um processo muito bacana onde eu fiz uma desintoxicação e eu vou dizer assim, era uma coisa mais egoísta da minha parte do que propriamente agora eu ter um filho e ter uma responsabilidade. Egoísta no sentido de que eu queria ver o dente dele cair, queria ver o cara aprender a ler. Eu queria estar vivo pra ver essa coisas. Acho que se eu tivesse continuado com o pé no acelerador como eu tava, eu tinha uma grande chance de perder isso tudo.
A mãe do meu filho foi embora quando ele tinha um ano, eu fui pai solteiro e na época isso era pouco comum. Hoje meu filho tem 16 anos, então a gente viveu intensamente uma relação que foi super bacana porque eu sempre disse pra ele que eu não queria que ele tivesse um amor por mim pelo fato de eu ser o pai dele, e sim pela nossa afinidade. A gente tem uma relação que é praticamente de amigo, a gente bate uma bola conversando que é incrível, ele é super maduro.
E agora eu tenho outro filho, de quatro meses, quer dizer, cinco já. Então é uma diversão pra mim hoje, porque hoje a minha vida é super caseira. Por mais que eu tenha ainda uma doce lembrança desse período underground que eu tenha assim da vida, a verdade é que o meu grande prazer hoje é estar em casa. Eu gosto de receber os meus amigos em casa. Eu continuo bebendo uísque pra cacete, fumo pra caraca, não uso droga nenhuma, quer dizer, cigarro e álcool, né? Dos vícios publicáveis acho que esses dois aí estão de bom tamanho. Ah, e cafeína também. Mas eu gosto de fazer isso dentro da minha casa, com os meus amigos, com os meus filhos. É muito legal você ter um filho de 16, uma filha emprestada de 17 e filho de 5 meses. Casinha, hora do jantar, banho do pequeno... Eu tô adorando essa vida, daqui a pouco eu viro o João Gilberto.
E essa organização reflete no seu trabalho?
Renato Godá: Na verdade me obrigou a ter uma concentração maior ou pelo menos ter uma disciplina cada vez maior. Tudo bem que eu não sou tão disciplinado assim, mas, por exemplo, eu aprendi a escrever de manhã, a compor de manhã, era o horário mais tranqüilo. O horário que eu tinha livre. O telefone não ia tocar, os filhos estavam na escola, então eu tinha aquele período pra me dedicar a isso, a ler, a escrever. Então era um momento mais silencioso. E eu acho que isso mudou o enfoque, eu comecei a ter uma facilidade maior de me concentrar no texto do que propriamente quando já eram quatro da manhã, depois de seis doses de uísque, quando você acha todas as suas ideias geniais, mas no dia seguinte quando eu ia ler eu falava “pô não é isso”. Então eu acho que essa estrutura familiar interferiu, no bom sentido, na criação sim.
Em 1997, Zé Ramalho comemora seus 20 anos de carreira em grande estilo. Primeiro por ter sua música "Admirável Gado Novo" incluída na trilha sonora da novela global "O Rei do Gado", lhe dando grande projeção nacional e repercussão ainda maior do que na época em que foi lançada; e em segundo lugar, pela gravação do disco 20 Anos - Antologia Acústica, reunindo os grandes sucessos que marcaram em sua trajetória. Ainda no mesmo ano, reúne novamente com Geraldo Azevedo e Elba Ramalho para gravar o disco O Grande Encontro 2, sem a presença de Alceu Valença.
No ano de 2000 lança Nação Nordestina, cuja capa foi inspirada em um álbum dos Beatles (Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band) e faz uma homenagem aos grandes nomes da música nordestina. Por este trabalho, recebeu indicação ao Grammy Latino no ano seguinte, na categoria de Melhor Disco Regional. Em 2003 volta a gravar um disco de inéditas com suas composições: O Gosto da Criação.
Logo depois grava uma série de tributos homenageando Raul Seixas (projeto de longa data e que também se transformou em dvd), Bob Dylan, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro (este último gravado neste ano). Com mais de 25 discos gravados e quase 35 anos de carreira, Zé Ramalho é um dos artistas mais respeitados da música regional e do Brasil. Suas canções vão do cancioneiro popular, passando pela música de protesto até o retrato do povo do Nordeste.
Em 1980, Zé Ramalho participa do Festival Shell de Música Popular Brasileira, organizada pela TV Globo, onde cantou a música "Hino Amizade". No ano seguinte, lança um livro de poesias e grava novo disco - A Terceira Lâmina - sendo um de seus melhores trabalhos. A partir daí grava um disco por ano, seguindo por novas experimentações musicais, mas que não foram bem recebidos pela crítica e público. Alinhado a isso, enfrentava problemas pessoais devido ao vício.
Passada esta fase, no início da década de 1990 volta a realizar shows, inclusive se apresentando nos Estados Unidos e a gravar ótimos discos como Brasil Nordeste, de 1991 e é o 10º álbum de sua carreira, reunindo regravações de sucessos da região nordestina, em ritmo de forró.
Após o lançamento do disco Frevoador em 1992, Zé Ramalho parte para excursionar pelo país junto com o cantor e compositor Geraldo Azevedo. Mais tarde, Aleu Valença e Elba Ramalho juntam-se a eles e formam o Grande Encontro em 1995, que, juntos, realizam shows pelo Brasil e gravam um disco ao vivo. A partir daí, Zé Ramalho volta a fazer sucesso nas rádios com suas composições caindo no gosto do público.
José Ramalho Neto, simplesmente conhecido como Zé Ramalho, nasceu na cidade de Brejo do Cruz, estado da Paraíba. Após a morte do pai na infância, foi criado pelo avô. Ao morar com a família em João Pessoa, Zé Ramalho descobriria sua vocação musical no início da década de 1970, influenciado por Bob Dylan, Raul Seixas e da Jovem Guarda.
Em 1974 ajuda a compor a trilha sonora do filme "Nordeste: Cordel, Repente e Canção", de Tânia Quaresma e grava o disco Paêbiru junto com Lula Côrtes e parra a conhecer novos amigos musicais como Geraldo Azevedo, Fagner e outros artistas da música regional. Após conhecer o cantor e compositor Alceu Valença, participam do Festival Abertura no ano seguinte. Muda-se para o Rio de Janeiro onde iria seguir sua carreira.
Seu primeiro disco viria em 1978 com Zé Ramalho lançado pela gravadora Epic, destacando seu primeiro sucesso "Avohai", dedicado ao seu avô que o criou na infância, além de "Chão de Giz" e "Vila do Sossego". Em sua música evidencia-se uma fusão da música nordestina com o pop, além de revelar-se um dos grandes compositores da nossa música. Prova disso foi o seguindo disco gravado em 1979 com A Peleja do Diabo Com o Dono do Céu, um trabalho totalmente autoral que trouxe outros sucessos como "Admirável Gado Novo" e "Frevo Mulher".
Neste clipe, Zé Ramalho canta um de seus grandes clássicos de sua carreira no show Zé Ramalho Canta Raul Seixas, que também leva o nome de seu cd, de 2001.