12 de mar. de 2010

Momento Flashback: The Romantics


The Romantics - Talking In Your Sleep


Banda pop-rock norte-americana formada no dia 14 de fevereiro de 1977 (data em que comemora o Dia dos Namorados - Valentine's Day - nos EUA, daí a razão do nome) e formada inicialmente pelos guitarristas Wally Palmer e Mike Skill, Rich Cole no baixo e Jimmy Marinos na bateria. Seu primeiro disco homônimo saiu em 1980, do qual saiu seu primeiro single nas paradas: "What I Like About You".

Após a gravação do segundo disco National Breakout, em 1981, Mike Skill deixa a banda. Pra seu lugar, veio o guitarrista Coz Canler. Em 1982 é a vez de Rich Cole de sair e, em compensação, Mike retorna ao The Romantics agora tocando baixo.

A banda alcança projeção comercial com o disco In Heat, entre 1983 e 1984 que destacou com sucesso pelo quinto single incluido neste trabalho: "Talking In Your Sleep". A partir daí, inicia uma turnê internacional, além de aparecer com frequência em canais de tv americanas como a MTV. Em 1984, Jimmy Marinos sai da banda para seguir carreira solo, sendo substituido por David Petratos que fica até 1990. Diante das instabilidades na formação do The Romantics, atualmente continua em atividade com Wally Palmer, Mike Skill, Coz Canler e Brad Elvis que passou a fazer parte a partir de 2004 (que chegou a substituir Clem Burke), embora sem a mesma popularidade da década de 1980. Em sua discografia, constam 5 discos de estúdio, 1 disco ao vivo ao longo de sua carreira.


11 de mar. de 2010

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 21

O rock de Minas Gerais e o 14 Bis

No ano de 1976, em Minas Gerais, o rock apenas começava. Em 1977, Flávio Venturini, Vermelho e Hely se reuniram em um sítio, juntamente com outros músicos mineiros para compor os arranjos do álbum A Página do Relâmpago Elétrico, de Beto Guedes. Cláudio Venturini, irmão de Flávio, acompanhava as gravações e auxiliava a produção.

Em 1978, Flávio e Vermelho foram convidados para participar dos arranjos do disco Clube da Esquina II, de Milton Nascimento. Milton gravou também a canção "Nascente", de Flávio (que havia sido gravada por Beto Guedes). Lô Borges também foi convidado e, nesta época, o guitarrista Cláudio Venturini já acompanhava Lô em shows e nas gravações.

O LP 14 Bis inicia um trabalho único, unindo vocais elaborados, rock progressivo, música regional e música clássica. Músicas como "Natural", "Canção da América" e "Perdido em Abbey Road" contam com orquestrações de Rogério Duprat, o maestro da Tropicália.

Em 1979, é lançado o 14 Bis II, mais uma vez com participação de Milton Nascimento. Da parceria de Sérgio Magrão e Sá (da dupla Sá & Guarabira) surgiu "Caçador de Mim", que foi sucesso também nas vozes de Milton e da cantora Simone. Outros sucessos deste disco foram "Planeta Sonho", "Nova Manhã" e "Bola de Meia, Bola de Gude".

A partir de próxima semana, inicia-se uma viagem ao movimento "new wave".


Karyme Hass em entrevista sobre novo cd

Cantora curitibana fala de amizades e decepções nos contratos com gravadoras



Desde os 15 anos de idade, a curitibana Karyme Hass tenta se firmar como cantora. 12 anos depois, ela apresenta o resultado deste trabalho no seu segundo CD, Amor Solene, que será lançado neste domingo (22) no SESC da Esquina. Ela, que teve no contrato com a primeira gravadora a esperança de realizar seu objetivo, passou por momentos complicados com a rescisão do contrato causada por mudanças na gerência da empresa.

Depois de amizades e decepções, ela voltou para Curitiba onde vive no meio artístico e prestigia sua cidade e família. É sobre isso que a cantora falou em entrevista a Gazeta do Povo, na qual falou ainda sobre a dificuldade de trabalhar com arte.

Karyme comentou sobre a cena musical curitibana, e disse que as pessoas deveriam “prestigiar o que é nosso”. Do tempo que passou em São Paulo e Rio de Janeiro, ela coleciona boas amizades e parcerias. No seu novo CD, chamado Amor Solene, ela contou com várias parcerias de peso, como uma música escrita por Samuel Rosa, do Skank, e os violões de Paulinho Moska na canção "Carne Vermelha". Na produção, o amigo Nilo Romero, que já trabalhou com Kid Abelha, Cazuza e Ana Carolina. Confira as respostas.

Você batalha para se firmar como cantora desde os 15 anos. Como você começou sua carreira?

Desde os 15 eu fazia noite (apresentações em casas curitibanas). No caso, a partir dos 19 que eu comecei a entrar em estúdio para fazer discos. Eu entrei em um estúdio bem simples aqui de Curitiba, com alguns amigos músicos, e a gente desenvolveu os arranjos das canções que eu já tinha composto desde os 14 anos. O pessoal começou a achar o trabalho bacana e eu comecei a desenvolver uma música atrás da outra, até chegar ao nível de ter o material todo pronto para gravar o Tempo de Gritar, que foi o meu primeiro CD independente que eu gravei em São Paulo. Foi quando eu me mudei para São Paulo e fiquei seis anos lá.

Você se mudou para lá para seguir a carreira de cantora?

Eu cheguei e falei bom, ‘vamos para São Paulo’ para pegar um pouco de cancha, para conhecer outras tribos, para ter outras influências e ver o que acontece. Foi uma questão de experiência de vida mesmo.

Para esse CD independente você teve algum incentivo financeiro?

Esse CD eu trabalhei sozinha, e mandei para as maiores gravadoras do Brasil. Três gravadoras entraram em contato comigo que foi a Sony BMG, a EMI e a Warner. Eu tive três reuniões muito positivas, e a que me deu a melhor proposta na época foi a BMG, que o Jorge Davidson era vice-presidente. Só que ele migrou para a EMI em seguida e me levou junto. Com a EMI eu lancei o Faces e Fases, fiz todo um projeto de lançamento do material, e agora estou lançando o “Amor Solene”.

Esse seria então o seu terceiro CD?

De mercado, seria o segundo. O independente não entra porque eu não coloquei para tocar, não o divulguei.

Então as músicas do primeiro CD de mercado são as mesmas do CD independente?

Exatamente. Só duas músicas foram excluídas do repertório.

A composição destas músicas você faz sozinha?

Eu tenho algumas que eu faço sozinha e outras com parcerias.

Você continua com o apoio da EMI no Amor Solene?

Este trabalho eu estou fazendo independente também. Houve uma mudança de presidência na época do lançamento do Faces e Fases. Saiu o Beto Boaventura, que era o presidente e entrou o Marcos Maynard. Tanto que o Marcos Maynard na época relançou o É o Tchan, colocou o Latino em ênfase. Todos os trabalhos de MPB que estavam contratados no casting na época foram rescindidos. Quando entra uma nova galera, eles querem apostar no que eles descobrem. É mais ou menos assim que funciona o mercado.

E foi nessa época que você voltou para Curitiba?

Eu fiquei em São Paulo ainda, trabalhando o Faces e Fases, cheguei a me apresentar em algumas casas. Mas foi um trabalho com uma expressão um pouco menor por causa de investimento financeiro. Aí já muda um pouquinho. Passou um tempo e eu resolvi voltar para Curitiba para ter um contato maior com a minha família, com a minha cidade. Eu sou mãe, tenho uma filhinha de oito anos que se chama Ana Julia. Eu pensei mais nela nesse aspecto. Aqui, por incrível que pareça, eu tive boas surpresas. A cidade me acolheu de braços abertos e me deixou respirar. Foi nisso que nasceram as canções do disco Amor Solene. Um exemplo disso foi a música "Estrada de Flores" que eu compus pensando na descida da Estrada da Graciosa.

Um tema bem curitibano. Você é de Curitiba mesmo?

Eu sou daqui de Curitiba. Eu estou fazendo o lançamento do disco justamente priorizando a minha cidade, prestigiando a minha cidade.

Você mistura pop, rock, MPB e música eletrônica. Como você conceituaria o seu trabalho?

Eu navego na MPB pop. No disco eu tenho samba, tenho jazz, tenho blues, e tenho também o pop, as baladas. Eu conceituaria como MPB. Esse disco foi produzido pelo Nilo Romero que foi um grande amigo, produziu o disco anterior Faces e Fases. Lá no Rio, onde eu fiquei quatro meses produzindo esse trabalho, eu fui assistir a um show do Paulinho Moska. Fizemos uma amizade muito interessante e ele topou participar do meu CD, nos violões de "Carne Vermelha", de samba. Foi muito interessante, muito bonito.

Foi a primeira vez que você fez um samba?

Exatamente. Foi o meu primeiro samba registrado. Ele gostou bastante. Ele topou, falou ‘espera aí que eu vou tocar o violão com você’. Eu falei poxa, maravilha. Eu ganhei uma música do Samuel Rosa, chamada "Simplesmente", que também ficou maravilhosa. É uma balada mais para o rock.

Como que foi a parceria para essa música?

Bom, através do Jorge Davidson, ele passou essa canção para mim. Eu ouvi e gostei do material, coloquei a voz e mandei para o Samuca. Ele curtiu a canção, e aí ele falou ‘beleza, grava que está lindo’. Outra amizade também foi com o Rodrigo Bittencourt, compositor de "Samba Meu" da Maria Rita. A gente conversou e ele falou que ia me dar um presente. Ele compôs do dia para a noite uma canção chamada "Animal". A gente sentou, ele me apresentou a canção, a gente começou a cantar junto e eu falei ‘vamos gravar nesse disco comigo’. Foi muito gostoso. Esse disco incluiu muito, é um trabalho bem acabado.

Você também gravou uma versão de "Close to You", dos Carpenters. Como foi feita a escolha por essa música? A versão em português foi feita por você?

A versão é chamada de "Sonho Azul". Eu compus a canção junto com o meu parceiro Tony Arruda, hoje ele mora em São Paulo. Eu peguei e enviei para o pessoal da Fermata do Brasil, editora que contém os direitos autorais da canção. Mas sabe quando você manda despretensiosamente? Vamos ver, o que der, deu. O que aconteceu foi que eles me retornaram positivando o pedido para que eu pudesse colocar no disco. Isso para mim foi uma vitória. Ficou muito bonito mesmo.

O Nilo Romero (produtor que já trabalhou com Kid Abelha, Cazuza, Ana Carolina e Frejat) produziu os seus dois CDs. O fato de você ter saído da gravadora não impediu a parceria?

Não impediu porque nós somos até parceiros em composições. A gente foi além da gravadora. Nós criamos uma amizade musical mesmo. Então sempre que ele precisa de mim aqui em Curitiba ele me dá um toque. Uma vez eu encontrei uma guitarra para ele quando ele veio fazer um show para o Chimarruts aqui em Curitiba, foi uma loucura a gravação do DVD. Ele precisava de um violão, e eu falei ‘espera lá que eu arranjo para você’. Então a gente tem uma troca de amizade mesmo.

Sobre a cena curitibana, que inclusive você disse que foi muito bem recebida aqui, você acha que há incentivo para artistas locais?

A consciência musical em Curitiba por incrível que pareça está mudando para melhor. Eu sinto uma atmosfera maravilhosa aqui. Você pode até perceber, volta e meia está abrindo casa de shows. O John Bull acabou de abrir uma casa nova para shows. O Yankee que é também uma casa super interessante, tem dois palcos, um médio e um grande, com aparelhagem. Então o pessoal está investindo. Os cachês pelo que a gente vai vivendo aqui estão também aumentando. O povo curitibano está consumindo mais música. O único conselho que eu tenho para dar para todo mundo aqui, que é uma coisa que eu sigo sempre é prestigiar o que é nosso. É isso que Porto Alegre faz, é isso que São Paulo faz e é isso que o Rio faz. Curitiba passou da hora. A gente está precisando fazer isso, prestigiar o que é nosso. A nossa cidade é maravilhosa, tem uma infra-estrutura sensacional, parques lindíssimos. A gente precisa é mostrar o nosso lado artístico também. Nós temos e é muito rico.

Tem muitas bandas que acabam ficando apenas nos covers.

Exceto essas bandas que gostam de apostar no certo, mas na verdade, na minha opinião, é o incerto. O certo para mim é você investir em algo que você cria. As pessoas têm que começar a perder esse medo de falar que vão procurar algo lá fora. São Paulo, por exemplo, não me acolheu tão bem quanto a minha cidade. Hoje a repercussão do meu trabalho é muito maior sendo aqui. É por isso que eu sinto que a consciência musical de Curitiba está diferente.

Em que artista você se inspira ou vê como modelo?

Tem uma que eu gosto musicalmente falando, vou frisar bem isso, que é a Amy Winehouse. Eu gosto muito do vocal dela, ela maravilhosa, tem uma postura linda. Só que infelizmente tem uns outros probleminhas que a gente já sabe quais são. Tem outra que eu me inspirei muito, que foi uma das primeiras vozes que eu ouvi desde a adolescência, que foi a Elis. E também a Marisa Monte, gosto muito do trabalho dela. Não é nem questão vocal, é a questão de postura artística. Ambas são focadas, são direcionadas, sabem o que fazem. Trabalham com a música como uma empresa. Claro, quando sobre no palco tem aquela seriedade e aquele coração e emoção que só público sabe dizer.

Nesse trabalho que é independente, você usa a internet e o MySpace para divulgar. Isso tem ajudado os artistas hoje em dia?

É um site gratuito, onde você coloca as faixas do seu trabalho, e pessoas visitam online, o tempo inteiro. Artistas também se conhecem através do MySpace. Então é muito interessante, eu ouvi falar que iam dar um jeito de cobrar, mas eu espero que não porque isso iria fechar um pouco a acessibilidade. Para nós artistas, esse mundo não está muito fácil.

Hoje em dia, inclusive, tem alguns artistas maiores que estão deixando as gravadoras para seguir um caminho independente.

Eles estão encarando o trabalho como uma empresa. Cada um tem a sua produtora, montam uma equipe séria e vão trabalhar, botam a cara na rua. É mais ou menos por aí que a coisa está rolando.

No caso você consegue se manter como cantora?

Eu faço show no Santa Marta, já tem outros locais que eu já cheguei a fazer. Só que agora o meu foco é teatro. Eu estou montando um show com toda uma infra-estrutura, com todo um conceito visual.

Hoje você tem 27 anos. Qual balanço você faria da sua carreira como um todo?

Eu diria que tudo foi muito válido. Tudo que eu vivi, todas as experiências negativas e positivas foram válidas para que eu chegasse nesse amadurecimento atual. Eu me sinto preparada. Não que eu não estivesse no Faces e Fases, mas hoje eu me sinto mais amadurecida para lidar com a situação, que não é muito fácil.

Para o futuro, então, quais seriam os planos.

No futuro eu quero sempre estar levando ao meu público o que ele espera de mim. O melhor, canções bonitas, idéias boas de presença de palco, de iluminação, de estética. E de preferência que a pessoa compre o disco e não ouça apenas uma faixa, mas sim o álbum todo. É essa consciência que se perdeu um pouco com a Internet. O pessoal não tem mais o costume de ir a uma loja para comprar o álbum do artista e ouvir inteiro. Ele baixa as músicas que estão tocando na rádio e faz uma miscelânea de tudo aquilo. Isso, culturalmente falando, não é muito interessante. O público deixa de conhecer a essência do artista. Normalmente as músicas trabalhadas em rádio, as mais conhecidas, são canções de mercado mesmo. Elas têm 3 minutos e meio, criadas para vender o trabalho.
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Fonte: Entrevista concedida ao jornal paranaense Gazeta do Povo, em 21/06/2008.


10 de mar. de 2010

Márcia Castro - Frevo (Pecadinho)


Clipe com bastidores do cd Pecadinho, da cantora Márcia Castro.



Márcia Castro e sua carreira

Cantora e violonista, a baiana Marcia Castro iniciou sua carreira artística em 1995, aos 16 anos. Artista dedicada, estudou canto e violão com vários profissionais adquirindo grande conhecimento musical para dedicar-se a Música Popular Brasileira e ingressar na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Participou como violonista e cantora em diversos espetáculos teatrais, tais como: "Do Fino Véu ao Céu da Boca", "Prelúdios Intensos para os Desmemoriados do Amor" e "Mulheres". No campo da música, apresentou-se em diversos palcos da cidade do Salvador, abrindo shows de artistas como Elomar e Belchior, ainda no início da carreira.

Em 2003, realizou o show "No Arco da Lua, a Linha do Sol" no Teatro do Sesi, dirigido por Luciano Salvador Bahia, conquistando três Troféus Caymmi: cantora revelação, melhor composição ("Queda", de Luciano Bahia) e melhor direção artística (de Hebe Alves). Em 2004 e 2005, seguiu com a apresentação desse show em outros palcos da cidade. Em 2006, conquistou o Braskem de Cultura e Arte, maior prêmio do cenário independente da música baiana, iniciando assim a gravação do seu 1º CD, Pecadinho, com produção musical de Luciano Salvador Bahia, lançado em junho de 2007 no Museu de Arte Moderna da Bahia. Apresentou o show "Pecadinho" em Salvador nos Teatros Gamboa e Isba, encerrando o projeto O Tom da Bahia. Em agosto, venceu o edital "Produção de Conteúdo Digital em Música", da Fundação Cultural do Estado da Bahia, iniciando a gravação do vídeo-clipe da música "Frevo (Pecadinho)", de Tom Zé e Tuzé de Abreu, que conta com a participação especial de Tom Zé. Em dezembro, fez a abertura do show de Marina Lima, no Teatro Castro Alves, pelo projeto MPB Petrobrás de Música.

Em fevereiro de 2008, abriu o show da cantora paulista Céu, na Concha Acústica da Bahia, pelo projeto Sua Nota é um Show e participou do projeto Música no Porto, apresentando o show "Pecadinho" em palco aberto no Porto da Barra, em Salvador. No mês de março, às terças-feiras, fez o seu lançamento nacional em São Paulo, no teatro Crowne Plaza, recebendo criticas positivas do jornal O Estado de São Paulo (Lauro Lisboa), de Mauricio Kubrusly (blog Me Leva Brasil), da Carta Capital (Pedro Alexandre Sanches), dentre outras. Em maio, teve a música "Queda" inserida na trilha da novela "Ciranda de Pedra", da Rede Globo. Nesse mesmo mês, foi indicada ao Premio Tim/2008 como melhor cantora pop-rock com o CD Pecadinho, ao lado de Fernanda Takai e Vanessa da Mata. Em Junho, gravou com Tom Zé a música "Filho do Pato" no último CD do artista, Estudando a Bossa-Nova, lançado em 2008 pela Biscoito Fino. Em setembro, participa da gravação do CD Cartola - 100 Anos, lançado pela Sony Music, cantando a música "Catedral do Inferno". Em outubro, faz o lançamento do show "Pecadinho" no Rio de Janeiro, no bar Mistura Fina. Em novembro, lança o vídeo-clipe na musica "Frevo (Pecadinho)", que conta com participação de Tom Zé. Além disso, foi convidada pela cantora argentina Mercedes Sosa para participação em seus shows na Alemanha, Israel e Brasil, passando pelas principais capitais do país, totalizando 11 shows.

Em fevereiro de 2009, participa de uma residência artística no Timor Leste, realizando trocas musicais com artistas locais e internacionais, o que culminou no show "Mulheres pela Paz", na capital Dili. Em março, participou no Parque Ibirapuera (SP) da homenagem ao Dia Internacional da Mulher, em show com Mariana Aydar, Andréia Dias, Silvia Machete, Luisa Maita e Giana Viscardi. Nesse mesmo mês, apresenta o show "Pecadinho" no Bourbon Street (SP), no projeto Terça por Elas. Em Abril, foi convidada por Mart’nália para participação em sua temporada no Espaço Laranjas (RJ), onde, em maio, apresentou também o show "Pecadinho", recebendo Thais Gulin, Milton Guedes e Mart’nália como convidados. Nesse mesmo mês, gravou a música "Ai que Saudades da Amélia", em CD homenageando o centenário do compositor Ataulfo Alves. No mês de Junho, em performance com Donatinho, participa do aniversário do programa Sexo e MPB, da rádio MPB FM (RJ). Em julho, participa do show "Cruel – Uma Homenagem a Sérgio Sampaio", no SESC Pinheiros (SP), com Luiz Melodia, Jards Macalé e Zeca Baleiro.

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Fonte: MPBNet

Márcia Castro - Em Nome de Deus


Márcia Castro atuando como intérprete cantando, no Estúdio da Rádio UOL, um dos grandes sucessos do cantor e compositor Sérgio Sampaio.


REVELAÇÃO MPB: Márcia Castro


Márcia Castro - Queda



A cantora, compositora e violonista baiana Márcia Castro é mais um dos nomes que entra para o seleto de novos talentos surgidos na música popular brasileira e que hoje é radicada em São Paulo. É mais uma Revelação MPB que trago nesta quarta para todos conhecerem o seu trabalho.



7 de mar. de 2010

Entrevista de Joyce na UOL Música

Entrevista com Joyce na UOL Música (Deutsche Welle), concedida no dia 12/07/2009, pouco antes do lançamento de seu novo cd Slow Music para que todos possam conferir um pouco sobre sua carreira e seu talento.

Cantora brasileira Joyce lança álbum com "big band" alemã

(Felipe Tadeu)


Antonio Carlos Jobim é o compositor brasileiro mais celebrado internacionalmente. São inúmeros os tributos publicados nos quatro cantos do mundo desde seu precoce falecimento nos Estados Unidos, em dezembro de 1994, aos 67 anos. A genialidade do carioca da Tijuca vem sendo redescoberta até por músicos como Iggy Pop, precursor do punk rock, que gravou recentemente "Insensatez", clássico da safra de 1961, feito em parceria com Vinicius de Moraes.

Nas próximas semanas, chega ao mercado alemão mais um disco que vem enriquecer o acervo dos intérpretes do compositor: Joyce with WDR Big Band Celebrating Jobim, do selo Caracalla. O álbum, que foi lançado primeiramente no Japão, traz arranjos de Gilson Peranzzetta, Jacques Morelembaum e Nailor Proveta para canções como "A Felicidade", "Desafinado" e "Água de Beber".

Mas a voz de Joyce e as roupagens orquestrais dos três arranjadores livram o tributo de qualquer resquício de previsibilidade. A artista falou com exclusividade à Deutsche Welle para falar de seu trabalho.

Deutsche Welle: Como surgiu a possibilidade de gravar um disco com a WDR Big Band?

Joyce: A primeira temporada de shows que fiz com eles foi em 2002. Lucas Schmid, seu diretor artístico, tinha convidado Gilson Peranzzetta para participar, que então me chamou. Me dei super bem com a orquestra e depois seguiram outras duas temporadas, em 2004 e 2007.

A ideia era gravar um disco de Celebrating Jobim, o projeto de 2007, mas, como em 2002 já tínhamos gravado algumas músicas do Tom que ficaram muito boas, resolvemos aproveitar algumas faixas daquela temporada neste álbum.

Você já tinha lançado no Brasil em 1987 um disco todo dedicado ao repertório de Tom Jobim. Há outras semelhanças entre esse álbum de agora e o anterior?

Na verdade, ainda há um terceiro disco com músicas do Tom, chamado Sem Você, que fiz com Toninho Horta logo depois que o Tom morreu. O disco foi gravado em 1995 e saiu primeiro no Japão e só depois no Brasil, em 2006, pela gravadora Biscoito Fino.

Nunca parei para pensar se essa ou aquela música já estavam num disco, porque tenho esse lado jazzístico da improvisação, da criação. Nunca uma gravação vai ser igual à outra. Tem uma música que com toda segurança está nos três discos, "Ela é Carioca", que adoro. Cada vez que canto é uma leitura diferente, um outro ambiente.

Um dos integrantes da WDR Big Band é seu genro, o trombonista sueco Mattis Cederberg. O fato de uma de tuas filhas viver em Colônia, na Alemanha, representou algum estreitamento musical com o país?

Musicalmente falando, não houve esse estreitamento. Eles estiveram em abril aqui no Rio de Janeiro, onde passaram umas pequenas férias, e o Mattis participou de uma faixa como solista convidado do meu disco com João Donato. Minhas idas profissionais à Alemanha são independentes da família, mas minha relação com o país mudou.

Colônia é uma cidade da qual eu já gostava e gosto cada vez mais. Toda vez que tenho oportunidade de estar lá, aproveito. Em setembro, por exemplo, quando irei ao Japão, passarei pela Europa e não pelos Estados Unidos, para dar uma paradinha em Colônia e ficar um pouquinho com eles. No ano passado, fui fazer um festival de jazz na Espanha e passei de novo por Colônia.

A relação sólida que tenho com a big band inclui também outros futuros projetos. Eles têm um diretor musical que adoro, o Michael Abene, um arranjador americano que já trabalhou com Sinatra. Temos projetos para fazer outro trabalho com ele daqui a um ou dois anos.

Em 2009, você vai ter lançado ao todo quatro álbuns. Fale um pouco dos outros três.

O Visions of Dawn saiu em março, pela Far Out, de Londres. É uma coisa muito antiga, uma sessão gravada em 1976 em Paris, com Naná Vasconcelos e Maurício Maestro. O material estava numa fita analógica inédita. O Maurício trouxe essa fita para o Brasil, que ficou guardada com ele durante anos e anos. Joe Davis, o dono da gravadora, ficou sabendo, pediu ao Maurício para ouvi-la e ficou doido pela música.

Inclusive há canções ali que gravei posteriormente em outros discos meus, como "Clareana", que tinha acabado de fazer naquela época. Era a primeira gravação dessa música. Também "Banana", que saiu no disco Feminina [1980], além de músicas do Naná e do Maurício. São três amigos num estúdio em Paris na década de 70. A resposta a esse trabalho está sendo absurda, eu nem esperava por isso. A imprensa da Inglaterra, dos Estados Unidos e do Canadá tem falado bastante, parece até a volta dos Beatles (risos). A volta dos que não foram.

Já a Biscoito Fino vai lançar em julho o disco Slow Music, um projeto de baladas e canções de amor meio ácidas, reflexivas, nada de amor com muito açúcar. Gravamos eu e um trio em três dias: o pianista Hélio Alves, que mora em Nova York, o baixista Jorge Hélder e o baterista Tutty Moreno. Estou completamente apaixonada por este disco. E o outro é o Aquarius, com João Donato, que sai no Japão em julho. É uma encomenda deles.

Você foi muito influenciada pela Bossa Nova. Concorda que os brasileiros hoje em dia nutrem uma admiração muito maior por esse estilo do que nas décadas passadas?

De maneira geral, sim. Espero que esse reconhecimento dure, porque no Brasil as pessoas têm memória muito curta. O ano passado [ano de comemoração dos 50 anos da Bossa Nova] foi muito bacana. Participei de muitos eventos. Teve um grande concerto na praia de Ipanema, com um público enorme, participei também de eventos em Brasília e em São Paulo, e fui curadora de um evento lindo no Barbican Hall, em Londres, para duas mil pessoas. Levamos três gerações da Bossa Nova, com Donato, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Dori Caymmi, Marcos Valle, e ainda Celso Fonseca, Clara Moreno e Vinícius Cantuária.

Dos anos 80 até o final dos 90, a Bossa Nova viveu na clandestinidade. Quando fiz aquele disco para o Tom em 1987, ele ficou tão, mas tão feliz. Ele estava fazendo 60 anos e a música dele no Brasil era vista como uma coisa ultrapassada. Isso fez com que eu me desse conta de o quanto a gente estava escondendo essa música que é a maior riqueza do nosso país. Acho que a Bossa deveria ser patrimônio imaterial do Brasil. Ela é uma identidade cultural brasileira muito forte, é a música que botou o Brasil no mapa.

No seu livro "Fotografei Você na Minha Rolleyflex" [Editora Multimais, 1997], você afirma que Tom Jobim foi a mais perfeita tradução do Brasil na segunda metade do século 20. Qual seria a mulher mais representativa?

Se você não se importa, vou dizer uma pessoa que não é da música, mas que considero uma mulher espetacular, de uma dignidade incrível, que é a Fernanda Montenegro. É uma personagem que dignifica muito o país até hoje. Ela está completando 80 anos em 2009, está em plena atividade, acabou de perder seu companheiro (Fernando Torres) de 60 anos de vida em comum…Fernanda pensa o Brasil.



Um pouco sobre Joyce


Joyce (part. de Gilberto Gil) - Monsieur Binot

Começou sua carreira de cantora, violonista e compositora em 1968, com o lançamento de seu primeiro disco, Joyce. Nos anos 70 fez algumas gravações e participou de festivais, mas o sucesso veio verdadeiramente em 1980, com a música "Clareana" (com Maurício Maestro) no festival de MPB. 

O LP Feminina teve êxito numa época em que não havia na música brasileira muitas mulheres compositoras que cantassem e se acompanhassem ao violão. No início da década de 80 lançou seus discos de maior sucesso, como Água e Luz e Tardes Cariocas

Nos anos 90 sua música estourou nas pistas de dança da Europa, principalmente Inglaterra, desencadeando um ressurgimento da música brasileira no exterior, agora voltada para um novo público, algo vagamente batizado de "new bossa" ou "drum'n'bossa". Com isso, seus discos dos anos 70 e 80 foram reeditados em CD, mas alguns deles não são distribuídos no Brasil. 

Atualmente faz turnês mundiais bem-sucedidas, e tem lançado discos com músicas inéditas e coletâneas. Algumas de suas músicas mais famosas são "Feminina", "Monsieur Binot" e "Mistérios" (com Maurício Maestro).
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Fonte: Cliquemusic


Joyce - Feminina


Sucesso do disco homônimo de 1980, onde Joyce canta em apresentação ao vivo.

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"Feminina"
(Joyce)

- Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
- Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
- Então me ilumina, me diz como é que termina?
- Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

Costura o fio da vida só pra poder cortar
Depois se larga no mundo pra nunca mais voltar

- Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
- Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
- Então me ilumina, me diz como é que termina?
- Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

Prepara e bota na mesa com todo o paladar
Depois, acende outro fogo, deixa tudo queimar

- Ô mãe, me explica, me ensina, me diz o que é feminina?
- Não é no cabelo, no dengo ou no olhar, é ser menina por todo lugar.
- Então me ilumina, me diz como é que termina?
- Termina na hora de recomeçar, dobra uma esquina no mesmo lugar.

E esse mistério estará sempre lá
Feminina menina no mesmo lugar



Homenageada do Dia: Joyce


Joyce - Clareana


A cantora, compositora e instrumentista carioca Joyce Silveira Moreno faz parte do seleto de artistas respeitáveis na nossa música popular brasileira. São mais de 30 discos e 42 anos de carreira iniciada com o lançamento de seu primeiro disco em 1968. Simplesmente conhecida como Joyce, é a homenageada do dia.