21 de out. de 2011

Momento Flashback: Benny Mardones


Benny Mardones - Into the Night

Filho de pai chileno e mãe americana, o cantor e compositor norte-americano Benny Mardones é natural da cidade de Cleveland, estado de Ohio, vindo a morar depois no estado de Maryland ainda na infância.

Entrou na música já na adolescência ao formar seu primeiro grupo no colégio onde estudava. Mais tarde, morando em Nova York, conheceu Joel Diamond, presidente da gravadora CBS que descobriu seu talento como compositor. Benny compôs com Alan Miles, um de suas primeiras canções "Too Heavy To Carry", gravada por Brenda Lee.

Novos caminhos se abriram e Benny conheceu novos amigos que o ajudaram a seguir com sua carreira de cantor. Após conhecer Benny no festival de Woodstock, Richie Havens o convidou par participar de sua banda nas turnês em várias cidades dos EUA. Quando conheceu Andrew L. Oldham e Larry Utall, presidente da gravadora Private Stock, Benny Mardones teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco como cantor profissional intitulado Thank God For Girls, em 1978, mas sem muita divulgação comercial.

Com o segundo disco Never Run, Never Hide, pela gravadora Polydor, Benny conhece a fama e passa a se tornar conhecido graças à música "Into the Night". O sucesso, porém, não se repetiu com o disco seguinte Too Much To Lose, de 1981, quando Benny passa a enfrentar problemas com drogas e culpa a gravadora pelo fracasso nas vendas. Logo o cantor entra no hiato de quase 8 anos, voltando em 1989 com seu terceiro álbum Benny Mardones, relançando a música que o projetou mundialmente ("Into the Night") em nova versão.

A carreira de Benny foi marcada por altos e baixos. Voltou aos estúdios para gravar novos discos a partir de 1996. Seu último trabalho é um documentário produzido por ele mesmo chamado Into The Night: The Benny Mardones Story, lançado em dvd em 2008. Com 9 discos gravados, Benny Mardones continua em atividade.

20 de out. de 2011

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 81

Dulce Pontes - Fado Mãe

O fado é uma canção popular portuguesa, sendo a canção predileta de Lisboa e do meio estudantil de Coimbra, ao som da viola ou da guitarra portuguesa. Não se sabe ao certo quando surgiu, mas alguns historiadores buscam afirmar que o fado tenha originado na Idade Média com os poemas e trovas de amor; outros colocam o século XIX como marco do surgimento do fado a partir de Lisboa, capital de Portugal junto com a dança. Existe uma terceira corrente histórica defendendo que o fado tenha se originado do lundu, gênero musical difundido na época dos escravos. A evolução do fado ocorre no momento da vinda da Corte Portuguesa ao Brasil no início do século XIX.

Tem caráter dolente e fatalista, linha melódica simples, constando de 8 compassos binários, divididos em duas partes que se repetem. O acompanhamento de arpejos em semicolcheias é feito unicamente com acordes de tônica e dominante, alternados de dois em dois compassos.

Sendo uma canção emblemática, seu tema busca relacionar-se com o período histórico marcado pelas grandes navegações, pela vida aristocrática e nostálgica de Lisboa ou pela expressão de sentimentos associados à fatalidade do destino.

Entre os ilustres e importantes fadistas portugueses que foram responsáveis pela divulgação da canção popular foram Ercília Costa, Maria Amélia Proença, Carlos Ramos, Amália Rodrigues, Ana Moura, Dulce Pontes, entre outros.

19 de out. de 2011

Quem é Dani Gurgel?

Dani Gurgel - Samba do Jazz

Dani Gurgel é um pouco de tudo. Cantora, compositora, fotógrafa, instrumentista, enfim, uma multiartista que herdou seu talento de seus pais que são músicos. Nasceu em São Paulo e passou a frequentar a Universidade Livre de Música e fez parte de duas bandas (entre elas, a banda Quincas, junto com Vinícius Calderoni e To Brandileone). Ainda aprendeu a tocar flauta, piano, baixo, vindo, logo depois, a investir sua carreira como cantora, influenciada na músicas de Joyce, Elis Regina, entre outras influências.

Após se formar em Fotografia Avançada pela Escola Panamericana de Arte no final da década de 1990, passou a compor suas próprias canções. Inicia uma temporada de shows em 2007 com a turnê Dani Gurgel e Novos Compositores e grava o seu primeiro EP com quatro músicas. Junto com a pianista Débora Gurgel, sua mãe, criaram o projeto autoral "Da Pá Virada" que foi premiado pela Universidade de São Paulo (USP), onde Dani estudou.

Além de receber premiações pelo seu reconhecimento musical, Dani Gurgel foi além. Gravou mais dois discos (Nosso e Agora), sempre passeando por diversos ritmos que vão do samba ao rock. Conseguiu recursos para gravar seu dvd ao vivo através do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac), gravado no Edifício Viadutos (que deu nome ao seu trabalho), no centro de São Paulo, em 2010.

Além de se dedicar à música e à fotografia, ministrando cursos e realizando exposições, Dani cuida e desenvolve seu projeto virtual chamado Música de Graça, também com apoio do Proac, para produção e divulgação de entrevistas e músicas para download na internet.


Dani Gurgel - Diga Você


Clipe com crédito da própria cantora postado no Youtube. Nele, Dani Gurgel mostra uma sintonia perfeita com sua banda que gravaram o dvd ao vivo intitulado Viadutos, no edifício homônimo localizado no centro de São Paulo, em 2009.

REVELAÇÃO MPB: Dani Gurgel


Dani Gurgel - Dá Licença

Com a bagagem musical vinda de sua família, a cantora e compositora Dani Gurgel é mais um novo nome que desponta na nossa música popular brasileira e, por isso, vem a ser destaque desta quarta como a Revelação MPB deste blog.

16 de out. de 2011

Sintonia::: Especial Clementina de Jesus



Playlist com Top 15 contendo os maiores sucessos de Clementina de Jesus.

Clementina de Jesus e sua carreira

Clementina de Jesus e Clara Nunes - Partido Alto

Após o sucesso da apresentação do musical Rosa de Ouro ao lado de Araci Cortes e do conjunto Rosa de Ouro, dirigido por Hermínio Bello em todo o país, veio o registro do show em disco em 1965, destacando as primeiras faixas gravadas por Clementina como "Benguelê" e "Sementes do Samba", além da música "Clementina, Cadê Você?", de Elton Medeiros, dedicada à cantora.

Em 1966, viajou para o continente africano ao lado de Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Elizeth Cardoso para participar do Festival de Arte Negra em Dacar e Senegal. E foi neste mesmo ano que Clementina de Jesus gravou seu primeiro disco homônimo, contendo músicas folclóricas e recheado de sambas, pela gravadora Odeon. No ano seguinte, volta a se reunir com Araci Cortes e o conjunto Rosa de Ouro para a gravação do disco Rosa de Ouro Volume II. Clementina de Jesus só voltaria a gravar seu novo trabalho solo em 1970 com Clementina, Cadê Você?, segundo disco da carreira.

O auge do sucesso vem em 1973 com o lançamento do disco Marinheiro Só, produzido por Caetano Veloso, considerado seu melhor disco pela crítica, mesmo tendo passado por problemas de saúde que quase levaram Clementina a abandonar sua carreira. Além da faixa-título, a cantora emplacou com as músicas "Na Linha do Mar" (de Paulinho da Viola), "Eu Moro na Roça" e "Essa Nega Pede Mais". O cantor e compositor Milton Nascimento a convidou para participar de seu disco Milagre dos Peixes, na faixa "Escravo de Jó".

Sempre participando dos álbuns de outros artistas que também retribuíram com homenagens, lhe dedicando canções ou realizando shows pelo país, Clementina de Jesus tinha a admiração de cantores como Clara Nunes, João Bosco, Candeia, entre outros, pelo seu trabalho. A cantora já gravou 5 discos e alguns compactos, embora não tivessem grandes vendagens. Em 1982, foi homenageada com o samba-enredo "Clementina - Uma Rainha Negra" pela escola de samba carioca Lins Imperial.

Clementina ainda se apresentou em diversos programas de tv e em seus shows, sempre sendo ovacionada pelo público presente. Sua última apresentação foi em 1987 no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, já fragilizada por problemas de saúde, vindo a falecer no dia 19 de julho do mesmo ano. Em 2001, foi comemorado o centenário de seu nascimento com várias homenagens e com o relançamento de todos os seus discos em cd em um box produzido por Hermínio Bello de Carvalho, com patrocínio da Petrobrás.

Embora tenha sido esquecida pela mídia, Clementina de Jesus ainda é lembrada como uma das maiores cantoras brasileiras que o Brasil já conheceu.

Os primeiros anos de Clementina de Jesus

Clementina de Jesus - Eu Moro na Roça

Conhecida como a Rainha Quelé, Clementina de Jesus foi uma grande cantora brasileira que nasceu na cidade de Valença, estado do Rio de Janeiro e, embora ainda suscitam dúvidas em torno da data de nascimento da cantora, credita-se a informação de que teria nascido no dia 07 de fevereiro de 1901, de acordo com a jornalista Lena Frias, responsável por um ensaio biográfico da cantora feito para o livro "Rainha Quelé - Clementina de Jesus", organizado por Heron Coelho. Quanto ao seu nome completo, ainda questiona-se a sua origem nos seus documentos.

Sendo filha de pai pedreiro e carpinteiro e de mãe lavadeira e parteira da época dos escravos, aos 8 anos de idade Clementina se mudou com sua família para a cidade do Rio de Janeiro. Foi criada no bairro carioca de Oswaldo Cruz, reduto da futura escola de samba Portela, ouvindo estórias e canções de origem africana e frequentando, desde menina, os blocos e ranchos de carnaval e ainda cantou em coro de igreja.

Já adulta, passou a frequentar rodas de samba, terreiros e a participar como diretora de algumas escolas de samba que estavam iniciando na época. Mesmo trabalhando como empregada doméstica por 20 anos, conheceu novos amigos ligados à música como Donga, Pixinguinha, entre outros.

Mas foi numa festa na Igreja de Nossa Senhora da Glória, aos 63 anos de idade, que Clementina de Jesus foi descoberta e convidada pelo compositor e produtor Hermínio Bello de Carvalho para participar do musical Rosa de Ouro, no Teatro Jovem, em 1965. A partir do êxito deste espetáculo que Clementina de Jesus consagrou-se, com seu timbre grave e áspero, como grande intérprete de jongos, lundus, modas e sambas de partido alto.

Clementina de Jesus - Sei Lá, Mangueira


Uma das composições de Paulinho da Viola em parceria com Hermínio Bello de Carvalho, a música "Sei Lá Mangueira" é interpretada neste clipe pela cantora Clementina de Jesus.

Homenageada do Dia: Clementina de Jesus


Clementina de Jesus - Marinheiro Só

Um dos clássicos do samba brasileiro, sendo responsável pela afirmação da identidade afro-brasileira na música, esta artista, que é pouco lembrada pela mídia e pelo público, deixou sua marca na nossa música popular brasileira. Hoje, trago um pouco da vida e da obra de Clementina de Jesus, nossa Homenageada do Dia.