Clementina de Jesus e Clara Nunes - Partido Alto
Após o sucesso da apresentação do musical Rosa de Ouro ao lado de Araci Cortes e do conjunto Rosa de Ouro, dirigido por Hermínio Bello em todo o país, veio o registro do show em disco em 1965, destacando as primeiras faixas gravadas por Clementina como "Benguelê" e "Sementes do Samba", além da música "Clementina, Cadê Você?", de Elton Medeiros, dedicada à cantora.
Em 1966, viajou para o continente africano ao lado de Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Elizeth Cardoso para participar do Festival de Arte Negra em Dacar e Senegal. E foi neste mesmo ano que Clementina de Jesus gravou seu primeiro disco homônimo, contendo músicas folclóricas e recheado de sambas, pela gravadora Odeon. No ano seguinte, volta a se reunir com Araci Cortes e o conjunto Rosa de Ouro para a gravação do disco Rosa de Ouro Volume II. Clementina de Jesus só voltaria a gravar seu novo trabalho solo em 1970 com Clementina, Cadê Você?, segundo disco da carreira.
O auge do sucesso vem em 1973 com o lançamento do disco Marinheiro Só, produzido por Caetano Veloso, considerado seu melhor disco pela crítica, mesmo tendo passado por problemas de saúde que quase levaram Clementina a abandonar sua carreira. Além da faixa-título, a cantora emplacou com as músicas "Na Linha do Mar" (de Paulinho da Viola), "Eu Moro na Roça" e "Essa Nega Pede Mais". O cantor e compositor Milton Nascimento a convidou para participar de seu disco Milagre dos Peixes, na faixa "Escravo de Jó".
Sempre participando dos álbuns de outros artistas que também retribuíram com homenagens, lhe dedicando canções ou realizando shows pelo país, Clementina de Jesus tinha a admiração de cantores como Clara Nunes, João Bosco, Candeia, entre outros, pelo seu trabalho. A cantora já gravou 5 discos e alguns compactos, embora não tivessem grandes vendagens. Em 1982, foi homenageada com o samba-enredo "Clementina - Uma Rainha Negra" pela escola de samba carioca Lins Imperial.
Clementina ainda se apresentou em diversos programas de tv e em seus shows, sempre sendo ovacionada pelo público presente. Sua última apresentação foi em 1987 no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, já fragilizada por problemas de saúde, vindo a falecer no dia 19 de julho do mesmo ano. Em 2001, foi comemorado o centenário de seu nascimento com várias homenagens e com o relançamento de todos os seus discos em cd em um box produzido por Hermínio Bello de Carvalho, com patrocínio da Petrobrás.
Embora tenha sido esquecida pela mídia, Clementina de Jesus ainda é lembrada como uma das maiores cantoras brasileiras que o Brasil já conheceu.
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