20 de nov. de 2009

Dia da Consciência Negra

"(...) Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor." (Mauro Duarte / Paulo C. Pinheiro)

Dia da Consciência Negra. Seria realmente um dia para cantarmos de alegria ou para cantarmos de dor, de tristeza, de revolta? Ouvindo esta música de Clara Nunes, feita por Paulo Cesar Pinheiro, um dos maiores letristas da nossa mpb, me fez parar para refletir sobre a nossa sociedade diante de um dia como este.

O Brasil talvez seja um dos raros países do mundo em que a miscigenação racial é mais forte e evidente, fruto de seu passado histórico de dominações européias e influências africanas e até asiáticas. Isso nos dá um retrato do que seja o brasileiro hoje, após olharmos o passado histórico da nossa população e o negro que, antigamente vindo na condição de escravo para trabalhar aqui no lugar dos índios nativos, ainda sofre com o preconceito em relação ao meio social, ao mercado de trabalho e às suas próprias conquistas pessoais.

A conscientização do povo brasileiro hoje é uma realidade distante, independente do objeto e dos meios que se pretende alcançar. O legado dos escravos negros, nos tempos coloniais, nos trouxe grandes presentes para a vida cultural em quase todo o país com suas contribuições. E mesmo assim se encontra injustiçado, esperando por um reconhecimento de igualdade de direitos que nem nossa CF/88 e suas mudanças legislativas foram capazes de sanar completamente e vemos hoje um povo distinto no nosso meio social. Consciência é buscar despertar a visão do mundo de forma coletiva, conjunta.

A conscientização deve ser buscada nos 365 dias do ano e não resumirmos em apenas um dia. É muito pouco para um povo, cuja educação e saúde encontram-se bastante limitados e quase inacessíveis para todos e o negro é quem mais sofre com isso tudo. Só nos resta lamentarmos de dor por todo esse mal histórico que se submeteu ao nosso pobre povo negro brasileiro e torcermos para que a conscientização parta de cada um de nós.


Junior Silva



Momento Flashback: Foreigner

Foreigner - Waiting For a Girl Like You


Banda norte-americana formada, inicialmente, pelos fundadores Mick Jones e Ian MacDonald que, juntamente com Ed Gagliardi, Lou Gramm, Al Greenwood e Dennis Elliot, fizeram sucesso na década de 1970 e 1980.

O primeiro disco de 1977 deu início à carreira do grupo, com destaque para "Cold As Ice". Quando lançou o disco 4, em 1981, o Foreigner passou por mudanças em sua formação, mas, ainda assim, conseguiu grande sucesso com a música "Waiting For a Girl Like You".

Repetiria o sucesso com o sexto disco Agent Provocateur, em 1984, que obteve grandes vendagens emplacado pelo single "I Want To Know What Love Is". Ainda nesta década, a banda veio a encerrar suas atividades e alguns músicos partiram para carreira solo. Tentou a volta em 1993, embora com algumas ausências, vindo a lançar novo disco em 1995 com Mr. Moonlight, mas logo dissolve-se tempos depois.

Em 2005, Mick Jones volta com nova formação na banda com Jeff Jacobs (teclados) e Tom Gimbel (guitarra), além de anunciar a entrada de mais três integrantes: o vocalista Kelly Hansen (ex-Hurricance), o baixista Jeff Pilson (ex-Dokken e Dio) e o baterista Jason Bonham (ex-UFO).

19 de nov. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 13

As Origens do Rock Brasileiro: Pré-Jovem Guarda

Na década de 1950 a televisão ainda era desconhecida para a grande maioria dos brasileiros. Brasília estava sendo construída e os artistas brasileiros, com raras exceções, faziam versões para os rocks de Elvis Preley, Bill Halley e outros artistas geralmente norte-americanos como Neil Sedaka. Dele era a música "Stupid Cupid", que virou "Estúpido Cupido" na voz de Celly Campello.

"Lacinhos Cor-de-Rosa"
, "Banho de Lua", "Túnel do Amor" e "Broto Legal", quase todas versões de Fred George, foram outros sucessos na voz da adolescente Celly. Outros Intérpretes se destacavam em segundo plano como Carlos Gonzaga, Rinnie Cord e George Friedman. Note que quase não haviam compositores, apenas cantores, cantoras e autores de versões; O fenômeno do rock, vivido na época nos Estados Unidos chegava ao Brasil copiado e imitado, sem a menor criatividade.

"Estúpido Cupido"
foi para o primeiro lugar nas paradas de sucesso. Junto de Celly aparecia, no cenário roqueiro brasileiro da época, seu irmão Tony Campello. Mais uma vez, perceba os nomes dos artistas, todos "americanizados". Celly nasceu na cidade de Taubaté, começou a cantar aos 13 anos e aos 15 lançou seu primeiro compacto. Sua carreira foi rápida: de 1958 a 1962.

Depois do sucesso do programa da TV Record "Celly e Tony em Hi-Fi" ao lado do irmão, se casou e parou de cantar. Reapareceu com a nostalgia criada pela novela também chamada "Estúpido Cupido", em 1976, pela Rede Globo, ainda que tenha feito reaparições a partir de 1972 quando a moda de reviver a Jovem Guarda apareceu pela primeira vez.

Ainda na década de 1950, é também a balada "Diana" de Carlos Gonzaga, original de Paul Anka. Em Lins de Vasconcelos, subúrbio do Rio de Janeiro, Roberto Carlos e Tim Maia formavam o conjunto Os Sputniks, em 1957. O rádio ainda era o canal para a divulgação de música e no programa de Carlos Imperial na Rádio Tupi, o "rei" cantava pela primeira vez sozinho a sua versão de "Jailhouse Rock", original de Presley.

Próxima semana veremos o surgimento das bandas de guitarras.



18 de nov. de 2009

Mariene e o Santo de Casa


Mariene de Castro e Maria Bethânia - A Força Que Vem da Raiz


Celebrando 15 anos de carreira, Mariene de Castro lançou, neste ano, seu segundo cd e primeiro dvd denominado Santo de Casa, baseado no repertório de seus shows recentes do "Projeto Santo de Casa", gravado ao vivo no Teatro Castro Alves e que inclui músicas do primeiro disco e algumas novas, mas com a mesma receita do seu trabalho anterior com uma mistura de sambas populares.

Com produção da própria cantora, o novo cd traz músicas de Roque Ferreira, Dorival Caymmi, Geraldo Pereira, entre outros que, para Mariene, é mais uma homenagem que faz à cultura popular.



Quem é Mariene?


Mariene de Castro - Ilha de Maré


Natural de Salvador, estado da Bahia, Mariene iniciou seu curso de canto aos 12 anos. Quando a Timbalada surgiu no início da década de 1990, criada por Carlinhos Brown, Mariene iniciou sua carreira profissional como backing vocal da banda até 1996 quando teve oportunidade de fazer sua primeira apresentação como cantora no Projeto Pelourinho Dia e Noite.

Descoberta por alguns empresários franceses, foi para a França realizar alguns shows, passando um bom período por lá. De volta ao Brasil, foi vocalista do Bloco Cortejo Afro (agremiação voltada à cultura negra) por 6 anos, até vir a lançar, em 2005, seu primeiro disco: Abre Caminho

Com influências no samba tradicional, samba-de-roda, maracatu, ijexá e outros elementos rítmicos de origem negra, seu trabalho teve como destaque algumas regravações de sucesso como "Ilha de Maré", "Cantiga de Cangaceiro", "Raiz", além da faixa-titulo e um dos sucessos de Guilherme Arantes ("Planeta Água"). O disco lhe rendeu indicação ao Prêmio Tim de Música, vindo a ganhar na categoria "Melhor Disco Regional" no mesmo ano, além de outras premiações.

REVELAÇÃO MPB: Mariene de Castro



Mariene de Castro - Abre Caminho

De ex-timbaleira, revelada por Carlinhos Brown a um dos novos talentos da música baiana e da música popular brasileira, a baiana Mariene de Castro é a Revelação MPB desta quarta-feira.



17 de nov. de 2009

O Samba da Minha Terra


Novos Baianos - O Samba da Minha Terra

Dorival Caymmi é mestre em criar ou popularizar expressões, como os balangandãs de "O Que É Que a Baiana Tem?" ou “eu vou pra Maracangalha”. Em uma entrevista ao apresentador Tárik de Souza, disse que seu sonho era “ser autor de uma ciranda-cirandinha, uma coisa que se perca no meio do povo”. Com "O Samba da Minha Terra" conseguiu mais uma vez o feito: “Quem não gosta de samba/ Bom sujeito não é/ É ruim da cabeça/ Ou doente do pé” são exemplos de versos que ficaram marcados na memória popular.

A primeira gravação de "O Samba da Minha Terra" foi feita pelo Bando da Lua, grupo liderado por Aloysio de Oliveira nos anos 30 e 40. Depois de embarcar com Carmen Miranda para uma série de shows nos EUA, o grupo retornou ao Brasil em 1940 para cumprir um contrato com a Columbia e lançar dois discos. O bando já estava familiarizado com o repertório de Caymmi – havia acompanhado Carmen em "O Que É Que a Baiana Tem?" no ano anterior. Assim como o outro sucesso, "O Samba da Minha Terra" trazia aos cariocas uma estilização do samba de roda baiano, inclusive na letra, com expressões típicas como “todo mundo bole”.

A regravação mais célebre viria apenas 21 anos depois, com João Gilberto, sem dúvida o maior admirador de Dorival na bossa nova. No auge do sucesso do movimento, João abriu seu terceiro álbum, João Gilberto (1961), com "O Samba da Minha Terra", que entrava na categoria que Dorival chamava de “samba sacudido”, depois de “joãogilbertizada”, ganhou um andamento bem mais tranqüilo, sem abrir mão do balanço e de um providencial tamborim no acompanhamento. Antes de "O Samba da Minha Terra", "Rosa Morena" já fazia parte do repertório de João Gilberto, que depois gravou "Doralice", "Acontece que Sou Baiano" e muitas outras.

importante frisar que essa admiração é mútua. Caymmi afirmou diversas vezes que não se entusiasma com as interpretações de suas músicas. Abriu apenas uma exceção: para João Gilberto. Aliás, Dorival não apenas equipara suas gravações com as de João como também as considera melhores que as próprias. Ambos, por sinal, entraram para o folclore pela meticulosidade dedicada a seus ofícios – um na composição, outro na interpretação.

Em 1973, "O Samba da Minha Terra" fez sucesso pela terceira vez. No caso, os responsáveis são os Novos Baianos, com o solo vocal de Moraes Moreira. João Gilberto tem seu dedo nisso: Depois de conhecer o grupo recém-chegado ao Rio, em 1971, o expoente da bossa nova aconselhou-os a se aproximar do samba e do choro. Recado dado e aceito: em 1972, viria Acabou Chorare, disco que consagrou a fusão MPB-rock do grupo, e no ano seguinte, Novos Baianos F.C., com a versão para o clássico de Caymmi.
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Fonte:
Revista Bravo - 100 Canções Essenciais da Música Popular Brasileira
Colaboração: Fabio Eça.




15 de nov. de 2009

Sintonia::: Especial Zélia Duncan



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e sucessos de Zélia Duncan.

Zélia, ontem e hoje


Zélia Duncan - Alma


Em 1996, Zélia Duncan lança seu disco Intimidade e passa a fazer shows no Japão e na Europa. Em 2002, grava seu primeiro disco e dvd ao vivo a partir do show do álbum Sortimento, lançado um ano antes, com destaque para os sucessos "Alma", composta por Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes, e "Me Revelar".

Em 2006, foi apresentada por Arnaldo Baptista e Sérgio Dias como a nova vocalista do grupo Os Mutantes, substituindo Rita Lee e que estava voltando a fazer shows pelo Brasil, mas ficando pouco tempo na banda. Em 2008, se apresenta pelo país ao lado da cantora Simone no espetáculo "Amigo É Casa" , registrado em cd. Já neste ano, acaba de lançar seu novo disco Pelo Sabor do Gesto, sendo seu 11° trabalho de sua carreira.


Nota do blog (atualização em 14/07/2012):  Em maio de 2011, Zélia gravou o disco Pelo Sabor do Gesto Em Cena, ao vivo no Teatro Municipal de Niterói-RJ, com músicas do seu disco anterior, além de 4 inéditas.

O Início da Carreira de Zélia


Zélia Duncan - Sentidos

Natural de Niterói, estado do Rio de Janeiro, Zélia Cristina Gonçalves Moreira mudou para Brasília junto com sua família, onde passou a cantar profissionalmente, em 1981. Em suas apresentações, cantava mpb e música internacional, quando ainda era conhecida como Zélia Cristina.

Com 22 anos, voltou para o Rio de Janeiro onde conheceu Ticiana Studart, diretora de teatro, que viria a ajudar a cantora na produção de seus shows e repertório, no final de 1989. Logo depois viria o primeiro disco Outra Luz que receberia duas indicações para o Prêmio Sharp de Música, nas categorias de "Revelação" e "Melhor Cantora Pop-Rock", dando início à sua carreira artística.

Em 1992, passa a adotar o sobrenome de sua mãe Duncan, continuando a fazer novas apresentações. Conheceu o produtor musical Guto Graça Mello que abriria seu caminho para lançar, dois anos depois, o cd Zélia Duncan, que emplacaria seu primeiro grande sucesso nacional com a música "Catedral" (versão da música "Cathedral Song", de Tanita Tirakam) e incluiria Zélia no rol de grandes cantoras surgidas na década de 1990, ao lado de Adriana Calcanhotto e Cássia Eller. Do mesmo disco também destacaram os sucessos "Sentidos" e "Não Vá Ainda".


Zélia Duncan - Catedral



Versão da música "Catedral Song" em português que se tornou um dos primeiros sucessos da carreira de Zélia Duncan.



Zélia Duncan: Homenageada do Dia


Zélia Duncan - Enquanto Durmo

Cantora e compositora, vinda da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, Zélia Duncan é a Homenageada do Dia neste domingo.