9 de set. de 2009

Entrevista com Céu

Esta entrevista foi dada à revista Contigo, em 2008, para a entrevistadora Elisa Duarte, que eu coloco aqui para todos conhecerem mais um pouco sobre a cantora Céu.


Paulista da gema, Maria do Céu Whitaker Poças está trabalhando em seu segundo CD. ''Será diferente, sim, com toda certeza, porém vou procurar manter uma certa unidade com o primeiro.'' Para isso, ela continua trabalhando com o produtor e instrumentista Beto Villares.

No ano passado, gravou ao lado de músicos como Rica Amabis do Instituto, Pupillo e Dengue, ambos do Nação Zumbi. A idéia do projeto até parecia simples, juntar músicos extraordinários à cantoras talentosas. Da junção, nasceu o 3 na Massa, com disco lançado no exterior e promessa de chegada ao Brasil em 2009. Com seu primeiro CD, Céu, a cantora conquistou primeiro os bares descolados de São Paulo. Tranqüila, come-quieta, emplacou em 2007 seu álbum de estréia no ranking Heatseekers, da Billboard. A seleta lista indica revelações da música. Não à toa, a cantora tem sensibilidade em achar e harmonizar novos sons. Seu pai, Edgard Poças, é maestro e compositor multifacetado. São dele as canções Ursinho Pimpão e Superfantástico, sucessos de vinte anos atrás na voz do grupo Balão Mágico e atualíssimas em festas dos anos 80.

Segue a entrevista:

Algumas de suas letras são bem femininas, falam de amor, meninos... outras não, falam mais das influências das cidades, dos ritmos. Sobre o que você mais gosta de escrever?
Minhas letras são resultado de uma espécie de diário pessoal. Adoro escrever, desenhar, tenho muitos cadernos pra rabiscar mesmo. São impressões minhas, experiências próprias e às vezes histórias que crio, sem necessariamente tê-las vivido. A cidade, o dia-a-dia, o amor, são assuntos que me interessam sempre.

Você começou a pensar na carreira musical quando cantava Nana Caymmi dentro de casa, foi por aí?
Esse foi só um dos episódios que acabaram me levando a virar cantora. Eu imitava todas as favoritas, Betty Carter, Nana, homens também, João Gilberto, Ray Charles, etc. A história da Nana foi que um dia meu irmão me pediu pra testar um esquema de gravação de som, um home estúdio que ele tinha montado. Então gravamos juntos uma canção que ela cantou de Dolores Duran num cassete. Ele tocando piano e eu cantando. Aí a coisa começou a se formatar...

Seu pai é músico. Ele teve alguma influência em seus gostos musicais, na escolha da sua carreira?
Meu pai teve total influência na minha carreira. Ele sempre me motivou a cantar, nós sempre conversamos muito de música. Desde muito menina estou habituada a escutar preciosidades como Pixinguinha, Baden Powell, João Gilberto, etc. Foi sorte mesmo.

Você é paulistana, seu sotaque é até acentuado, mas sua música é bem cadenciada, africana, baiana até. O toque urbano vem do DJ, das suas misturas. Quais são suas maiores influências?
De casa eu trouxe essas referências da música brasileira, porém a gente cresce, fica adolescente e começa a procurar outros sons... Foi aí que passei a ouvir Erykah Badu, que é uma grande referência pra mim, sons da Jamaica, da África. Talvez venha daí essa cadência... E o lado urbano vem mesmo de quem não “suaviza” o sotaque e se inspira muito na cidade, em seus vários prós e contras, nas figuras que por aqui passam, na rua mesmo.

A que você atribui o sucesso do seu primeiro álbum?
Não sei direito, não penso muito nisso. Mas sinto que tem a ver com uma certa sinceridade com a música, "olhá-la" com respeito e fazer o que você gosta mesmo, sem fórmulas, o que vem do seu coração. Infelizmente, às vezes o difícil mesmo é escutar o que ele te diz.

O que podemos esperar do seu segundo álbum?
O segundo ainda não tem previsão exata, mas acredito que no segundo semestre do ano que vem devo lançar. Já iniciei o primeiro processo, mas está longe do resultado final, então não tenho como especificar mais. Será diferente, sim, com toda certeza, porém vou procurar manter uma certa unidade com o primeiro.

Você tem trabalhado junto com o pessoal da Nação Zumbi, do Três na Massa, certo? Qual é esse projeto?
Nós somos amigos, já fizemos algumas coisas juntos... O projeto mais recente é o Sonantes, uma banda que reúne eu, Dengue (baixista da Nação), Pupilo (baterista da Nação) e os produtores musicais e irmãos Gui e Rica Amabis. Ainda não lançamos o disco no Brasil, infelizmente, mas é questão de tempo. Em 2009 será lançado.

Você continua com a parceria com o Beto Villares?
Sim, estamos trabalhando juntos

E as viagens ao exterior, como está a carreira lá fora?
Viajei muito desde o lançamento do disco, em 2005. Fiz algumas turnês pela Europa, depois Canadá e finalmente Estados Unidos. Parei agora um tempo pra me dedicar à minha filha.

Você acabou de ter uma filhinha, como você está?
Pois é, estou apaixonada por ela e por essa nova fase da vida.

Como é esta sua nova fase?
É muito bom, um amor que se espalha cada dia mais e mais. É a fase mais rica que já passei, sem dúvida.

Você já compôs uma música pra ela? Pensa em compor?
Hmm... Posso dizer que já andei cantarolando umas letras pra ela, sim.




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