21 de abr. de 2013

O perfeccionista João Gilberto

João Gilberto - Samba de uma Nota Só

Em 1960, grava o LP O Amor, o Sorriso e a Flor, consolidando-se no gênero e popularizando a bossa nova em todo o país, com destaque para "Samba de uma Nota Só", composição de Tom Jobim e Newton Mendonça. Em 1962, João Gilberto participa do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York, nos Estados Unidos, ganhando prestígio internacional e grava um LP com o músico Stan Getz que é lançado dois anos depois: Getz/Gilberto. O disco, que também contou com a participação de Astrud Gilberto (irmã de João) e Tom Jobim, rende a João seis Prêmios Grammy, considerado o mais cobiçado prêmio musical norte-americano, se tornando um dos mais vendidos de 1964 nos EUA. A influência do jazz no ritmo da bossa nova de João o colocou como um dos artistas mais respeitados naquele país.

A partir daí, fixa residência nos EUA, voltando esporadicamente ao Brasil para shows e gravações. Em 1965, o cantor casa-se com a cantora Miúcha, irmã de Chico Buarque, com quem terá a filha Isabel ("Bebel") Gilberto em 1966, mesmo ano em que é gravado o segundo volume do disco Getz/Gilberto. Depois de longos anos no exterior, volta ao Brasil em 1979, definitivamente, realizando shows no Rio de Janeiro.

Em 1980, grava um especial para a TV Globo e lança o disco Brasil, com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia no ano seguinte, sendo bem recebido pela crítica. Em 1985, participa do 19° Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça, onde o show foi registrado em álbum duplo ao vivo lançado em 1986, recebendo indicação ao Grammy, na categoria Melhor Performance Vocal de Jazz.

Depois de 10 anos sem gravar no Brasil, lançou em 1991 o álbum João, com repertório eclético e o já tradicional perfeccionismo nos arranjos e na interpretação, apresentando velhos sambas nacionais de Herivelto Martins e Noel Rosa,além de sucessos de cantores estrangeiros.

Desde o último show com Tom Jobim em 1962, na boate Au Bon Gourmet, em Copacabana, no Rio de Janeiro, que João não se apresentava junto com o maestro compositor. Em 1992, completando 30 anos deste último encontro, os dois se reuniram em um evento promovido pela Brahma, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e foi amplamente divulgado na mídia, sendo o show exibido pela TV Globo.

No ano seguinte realiza um show no Teatro Castro Alves, em Salvador, ao lado das cantoras Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1994, grava o disco Eu Sei Que Vou Te Amar. Realiza novos shows nos anos seguintes, apresentando-se no Brasil, na Argentina, Europa e EUA, onde volta a a cantar no Carnegie Hall, em Nova York. Em 2000, grava o elogiadíssimo disco João, Voz e Violão, no Rio de Janeiro, apresentando novos arranjos para gravações de antigos sucessos.

No ano de 2003, se apresenta pela primeira no Japão. Em 2008, por ocasião da comemoração dos 50 anos da bossa nova, foram realizados vários shows pelo Brasil, passando por Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Nova York, e João Gilberto, no auge dos seus 77 anos de idade, continuou a se apresentar com a mesma desenvoltura nos palcos.

Em 2009, a revista DownBeat, tratada como uma das publicações de jazz mais respeitadas do mundo, elege João como um dos 75 melhores guitarristas da história do jazz e como um dos cinco maiores cantores de jazz. Em 2011, anuncia o show 80 Anos – Uma Vida Bossa Nova, realizado nas principais capitais brasileiras, sendo gravado em dois dvds. Com um repertório de antigos sucessos recriados em seu estilo inconfundível, passeando pelas composições de Tom Jobim, Dorival Caymmi, Geraldo Pereira, Ary Barroso, Noel Rosa, Herivelto Martins, Roberto Menescal e outros, e interpretações de músicas da bossa nova que se tornaram clássicas, João Gilberto consagrou-se como um dos principais intérpretes da música popular brasileira.





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