1 de out. de 2009

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 6

Ao falarmos da música no Brasil, devemos acompanhar a evolução da música erudita depois de 1850. Carlos Gomes, um dos grandes nomes da ópera do Brasil, ocupou musicalmente a 2ª metade do século XIX e foi a grande afirmação do movimento romântico. Marcado pelo italianismo dominante na arte internacional da época, sua obra já revela, por vezes, certas coincidências com a melodia e o ritmo nacionais e são assim com as modinhas, os bailados do 3° ato de "O Guarani" (conhecida como tema de abertura do programa radiofônico A Voz do Brasil), o prelúdio orquestral da 4ª cena do 3° ato de "Lo Schiavo", e a Dança dos Tamoios desta mesma ópera, com seu ritmo de batuque e o emprego de instrumentos típicos brasileiros.


Durante o 2° Império, o contato do meio musical brasileiro com artistas de renome internacional (Artur Napoleão, Thalberg, Pablo Sarasate, etc.), as sucessivas temporadas líricas italianas e francesas, a criação de sociedades musicais de larga ação cultural para a divulgação da música européia (Clube Mozart, Clube Beethoven, Sociedade dos Concertos Clássicos, Sociedade Musical Porto Alegre, Sociedade Euterpe, etc.) fizeram da criação musical no Brasil um reflexo da cultura européia, sobretudo germânica e francesa.


Leopoldo Miguez inspirou-se no romantismo de Liszt, introduzindo no Brasil o poema sinfônico com "Parisina" (1888) e desenvolveu constante atividade em prol da cultura musical no país, dirigindo o antigo Conservatório, fundado por Francisco Manuel da Silva e transformado no Instituto Nacional de Música, em 1890, além de contribuir na fundação do Centro Artístico, em 1893. A mesma função artística dentro do quadro musical brasileiro teve Henrique Oswald, compositor de fina sensibilidade e de exclusiva formação européia, com influência em G. Fauré e foi autor de obra eminentemente lírica e subjetiva, sem excessos, dentro de estruturas clássicas.


Francisco Braga foi outro compositor marcado pelafluência francesa, mas alguma coisa da sensibilidade brasileira já transparece por vezes em sua obra como em "Trio" (em sol menor para piano, celo e violino, cuja parte central é um lundu), "Variações Sobre um Tema Brasileiro", "Hino à Bandeira" (com versos de Olavo Bilac), entre outras.


Na próxima semana continuarei falando sobre a música no Brasil. Até lá.



Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom! Otimo texto...

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