10 de out. de 2011

65 Anos sem Catulo


Catulo da Paixão Cearense - Luar do Sertão

Seu nome é Cearense, mas ele nasceu em 8 de outubro de 1863 em São Luiz do Maranhão, onde viveu até aos 10 anos, quando sua família passou a residir no interior do Ceará, terra de seu pai (Amâncio José da Paixão Cearense).

Durante muito tempo, com ele já residindo aqui no Rio de Janeiro, pensava-se que fosse cearense. Parece-me que quem "destrinchou" a verdade sobre sua naturalidade foi Almirante (Henrique Foreis) um dos homens mais inteligentes do rádio brasileiro. Inteligente e pesquisador que ia "fundo". Não aceitava nada sem provas.

Aos 19 anos, Catulo, contra a vontade do pai, abandonou os estudos e passou a dedicar-se a tocar violão. O violão, naquela época, assim como outros instrumentos era considerado vulgar e "gente bem" não se aproximava de um.

Mas Catulo era teimoso e sendo um poeta e músico nato, dedicou-se ao instrumento e começou a compor serenatas, o que era, também, uma "ousadia". Por aí vê-se a dificuldade que deveria ser dedicar-se a coisas "reles" que as pessoas de família não apoiavam.

Catulo, enfrentando tudo, em 1908 apresentou-se com seu instrumento "infame" no Conservatório de Música e passou a ser aceito na sociedade . Afinal era um gênio !!!

Apesar disso, só em 1914, quando a pedido de Nair de Tefé, mulher do então Presidente da República (Marechal Hermes) apresentou-se no Palácio do Catete, é que foi mais bem recebido a ponto de ser convidado para saraus, "modismo" da época. Nair de Tefé, mesmo sendo quem era, também encontrou preconceito para se impor como caricaturista, com o nome de Rian (Nair invertido).

Reconhecido como gênio e freqüentando saraus em um deles uma mocinha metida a importante zombou de sua feiura. Para que? Na hora ele compôs "Talento e Formosura".

A música mais famosa de Catulo, que é cantada até por crianças atualmente ("Luar do Sertão") não é das mais bonitas nem das mais poéticas, embora seja uma ode ao sertão. Catulo faleceu em 10 de maio de 1946, no Rio de Janeiro e hoje, 65 anos após sua morte, ele morto, embora, nas canções está vivendo.
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Texto de Norma Hauer, da comunidade do Orkut "História e Música".

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