23 de mai. de 2012

Tudo vai no Cascabulho

Cascabulho - Das Coisas da Meia Quadra

1995 - Numa época em que a música pernambucana roubava a cena nacional e internacional, com a explosão de Chico Science e Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, uma banda chamada Cascabulho surgia em Carpina, Zona da Mata. O grupo formou sua identidade centrando-se nos elementos folclóricos rurais, típico de seu lugar de origem, além de ter como principal influente o paraibano Jackson do Pandeiro, pioneiro na inovação da música nordestina, e de quem a banda recriou inúmeras músicas. A idéia de uma música tradicional inovada, para o grupo, significou misturar o rural com o urbano, e tão marcante quanto o próprio nome “Cascabulho”, era um som que fundia folclore com jazz, passando pela cultura pop e levando a música de Jackson do Pandeiro com mais ousadia do que o próprio mestre do coco propôs.

O nome da banda faz referência ao cascabulho, que nada mais é que uma mistura com cascas e restos de frutas, com a qual a avó do primeiro vocalista, Silvério Pessoa, alimentava os animais.

Com a formação inicial, composta por Silvério Pessoa (percussão e voz), Jorge Martins (percussão e vocal), Marcos Lopes (percussão, guitarra e vocal), Wison Farias (percussão, bateria e vocal), Kléber Magrão (percussão, teclado e vocal) e Lito Viana (baixo, cavaquinho e vocal), o grupo foi revelação no Abril Pro Rock de 1997, e, neste mesmo ano, participou do Free Jazz Festival no Rio de Janeiro. Em Nova York, os integrantes fazem show no Summer Stage Festival, no Central Park, recebendo elogios no New York Times. O Cascabulho ainda não tinha gravado nenhum Cd, e foi em 1998 que lançou Fome Dá Dor de Cabeça, que trouxe o coco, forró e maracatu misturados ao pop. O trabalho rendeu ao grupo o Prêmio Sharp em duas categorias, o de melhor grupo regional e o de melhor música regional, com a faixa "Quando Sonhei Que Era Santo".

Em 1999, o grupo parte em turnê pelo Canadá. Participou de muitos eventos e festivais como o Montreal Jazz Festival, em Montreal; Folk Festival, em Vancouver e World Music Exposition - WOMEX, em Berlim.

A idéia principal do Cascabulho era revelar o mestre Jackson do Pandeiro em todas as suas dimensões, mas o vocalista Silvério Pessoa, compositor de oito das 14 faixas do disco, sentia-se limitado, alegando, inclusive, que foi difícil conquistar um espaço como compositor no primeiro trabalho da banda. Com isso, em 2000, Silvério Pessoa sai do grupo para dedicar-se à carreira solo. Neste mesmo ano, o disco Fome Dá Dor de Cabeça foi lançado na Europa e no Japão.

O percussionista Kléber Magrão assume os vocais e com nova formação - Marcos Lopes (guitarra e viola), Jorge Martins (percussão), Alexandre Ferreisa (voz, baixo, flauta, sax lto e pífanos), Emanuel Santana (voz , flauta e pífano) e Guga Santos (percussão), o Cascabulho grava o segundo CD, É Caco de Vidro Puro, em 2004. Este novo trabalho trouxe, além dos arranjos de jazz e dos elementos pop, coco e maracatu, comuns ao conceito da banda, o cavalo-marinho, o candomblé e sons indígenas, e participações de Tom Zé, Fred 04, Marcos Suzano e Naná Vasconcelos.

Em 2000, o grupo participou do New Orleans Jazz Festival, em New Orleans e do Louisiana International Festival, em Lafayette. No ano seguinte, apresentou-se no Circuito Cultural Banco do Brasil, em Recife, e em duas edições do Jacksons Paraibanos – Encontro de Música Popular da Paraíba, em João Pessoa. Em 2004, o grupo foi indicado ao Grammy Latino como melhor CD de música de raízes brasileiras, com o disco É Caco de Vidro Puro.

Em 2008, com Kléber Magrão (voz), Alexandre Ferreira (sax, pífanos, violões e vocais), Ebel Perrelli (bateria), Léo Lira (violão, guitarras e vocais), Jackson Rocha Jr (baixo e vocais) e João Alencar (percussões), o Cascabulho grava o terceiro trabalho,Brincando de Coisa Séria, com participações especiais de Zeca Baleiro, Júnior Tostoi, Carlos Malta e novamente Tom Zé, que faz o texto de apresentação do Cd. Segundo Kléber Magrão, “Brincar de Coisa Séria é mostrar essa música para o mundo, interagir com referências, falar das contradições em que vive o povo do Nordeste, mas de forma leve”. Na faixa 1, o jovem poeta Antônio Marinho, natural de São José do Egito, recita o texto “Tudo Vai no Cascabulho”, de Bráulio Tavares.

O grupo considera o disco Brincando de Coisa Séria como o fim de uma trilogia, que resultará em um registro visual – o primeiro DVD do Cascabulho.
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Fonte: http://novopernambucolismo.blogspot.com.br/2011/11/tudo-vai-no-cascabulho.html

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