27 de abr. de 2014

Cazuza e Barão Vermelho - Parte 2 (O "barão" Cazuza)

Barão Vermelho - Bete Balanço

Agenor de Miranda Araújo Neto era o nome de batismo de Cazuza (apelido tirado de um personagem infantil da literatura), nascido no dia 04 de abril de 1958, no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro. De classe média alta, Cazuza nunca foi disciplinado e era boêmio, além de gostar de escrever e ouvir músicas.

Quando conheceu Roberto Frejat através da indicação de Léo Jaime, se tornou letrista e vocalista da banda Barão Vermelho em 1981. A voz rouca de Cazuza  e seu talento como letrista fizeram dele um dos mais talentosos artistas da década.

E no auge do rock brasileiro com o surgimento de vários grupos novos, o som do Barão Vermelho não chegou a agradar a pequena platéia do condomínio de Maurício Barros, onde a banda realizava seus ensaios. Um dia, o produtor e crítico musical Ezequiel Neves ouviu os garotos e resolveu investir neles, levando-os para a Som Livre. Curiosamente, o presidente da gravadora era pai de Cazuza, para a surpresa dos membros da banda.

Em 1982, veio a gravação do primeiro disco Barão Vermelho. Em 1983, gravou o segundo disco homônimo que emplacou o seu primeiro grande sucesso "Pro Dia Nascer Feliz", regravado pelo cantor Ney Matogrosso. Neste mesmo ano, o cantor e compositor Caetano Veloso regravou a música "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", do primeiro disco da banda e a projetou nacionalmente.

Em 1984, veio o disco Maior Abandonado com destaque para "Por Que a Gente É Assim?", "Bete Balanço" (que virou música-tema do filme homônimo estrelado pelos atores Lauro Corona e Débora Bloch), além da faixa-título. A parceria Frejat/Cazuza conquistou a crítica, o público e um grande número de admiradores. Os integrantes do Barão Vermelho realizaram vários shows pelo país e uma excelente e aplaudida apresentação no festival Rock In Rio em 1985.

Apesar do sucesso, haviam desentendimentos entre os integrantes e, meses depois, Cazuza anunciou sua saída do grupo. E foi nessa época que surgiu a primeira internação hospitalar do cantor e que logo teve alta. Cazuza, então, gravou seu primeiro disco pela Som Livre, iniciando uma promissora carreira solo. De contrato com a gravadora Universal, seguiram os discos Só Se For a Dois (de 1987), Ideologia e O Tempo Não Pára (ambos de 1988), sendo elogiado pela crítica e premiado como um dos melhores letristas da mpb, emplacando vários sucessos como "Exagerado", "Brasil", "Faz Parte do Meu Show", "Codinome Beija-Flor" e, ao mesmo tempo, convivendo com a rotina de internamentos devido ao seu estado de saúde que se agravava em decorrência do vírus HIV que o deixava cada vez mais debilitado.

Em 1989, mesmo fragilizado pela doença, gravou o LP duplo Burguesia. Meses depois voltou a se internar e revela a todo o país que está com Aids. No dia 07 de julho de 1990, Cazuza faleceu no Rio de Janeiro, deixando várias músicas (algumas sem gravar) e o Brasil perdeu um dos seus mais criativos poetas do rock. Após sua morte, seus pais criaram a Sociedade Viva Cazuza em sua homenagem, visando proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer.


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