Segundo o Manifesto 1946, a Música Viva, admitindo o nacionalismo substancial como estágio na evolução artística de um povo, combate o falso nacionalismo em música, isto é, aquele que exalta as tendências egocêntricas e individualistas que separam os homens.
Mas o grupo não veio a tomar direções de um movimento de vanguarda anti-nacionalista. Muito pelo contrário, pois defendia um novo nacionalismo: o nacionalismo de vanguarda, rompendo com as tradições que existiam.
Em 1948, esse engajamento no movimento levou vários dos seus integrantes à Europa, para cursos no Centro Internazionale di Musica Contemporanea, em Milão, na Itália, e para participar do XI Festival Internacional de Música Contemporânea da Bienal de Veneza, quando Koellreutter atuou como assistente de seu ex-professor, o regente e músico alemão Hermann Scherchen (responsável pela denominação oficial da Música Viva).
Mesmo tendo sido representado como o primeiro movimento contra o nacionalismo musical tradicional, os principais componentes da Música Viva (Santoro e Guerra Peixe) se afastaram de Koellreutter, influenciados por uma forte corrente nacionalista e passaram a usar a linguagem aleatória (Santoro) ou tentado uma síntese entre as técnicas modernas de composição e a inspiração folclórica (Guerra Peixe).
Este assunto não se esgota por aqui. Na próxima semana iniciarei uma introdução sobre a música no Brasil e a Música Viva voltará a ser tema durante as discussões que se sucederem. Até lá.
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