Dando sequência à divisão da música popular brasileira em áreas geográficas que vimos na última quinta-feira, segue a classificação feita por Luís Heitor Correia de Azevedo que ampliou o feito de Joaquim Ribeiro, passando a considerar nove áreas assim consideradas:
1ª) Área Amazônica - Na bacia amazônica, ainda escassamente estudada;
2ª) Área da Cantoria - Sertão nordestino e projeção pelo interior baiano, caracterizada pela prática dos desafios poético-musicais, canto dos "romances" tradicionais, das "louvações" improvisadas, emprego da técnica antifonal (cada estrofe confiada alternadamente a um dos cantadores), da rabeca e da viola como instrumentos acompanhantes, melodias de censo tonal debilitado ou inexistente (presença de escalas exóticas), ritmo livre, independente do tempo musical;
3ª) Área do Coco - No litoral nordestino, com predominância desse canto de dança e sua variante, a "embolada", emprego do ganzá (chocalho geralmente cilíndrico), percussão de palmas e intervenção de um refrão coral curto, bem ritmado, no fim e às vezes no meio da estrofe solista, que pode ser improvisada e tem sempre significação jocosa, ou mesmo satírica;
4ª) Área dos Autos - Tendo Alagoas e Sergipe como áreas principais, mas ramificando-se por quase todos os demais estados, abrigando o riquíssimo folclore dos folguedos populares dançados e cantados, de origem ibérica (cheganças, fandangos), de extração negra (congos, quilolombos), de temática ameríndia (caboclinhos, caiapós, danças de tapuios), ou de formação cabocla (bumba-meu-boi);
5ª) Área do Samba - Principia na zona agrícola da Bahia e cobrindo os estados do sul até São Paulo, com núcleos isolados em outros pontos de mais forte afluência negra, como Pernambuco, caracterizada pelo emprego abundante dos instrumentos de percussão e consequente complexidade rítmica, sistematização da síncope, refrão coral contrapondo-se à estrofe solista e predominância da forma coreográfica do samba de que são subsidiários o jongo e outros tipos de dança com os mais variados nomes, além de cantos rituais de macumba e candomblés;
6ª) Área da Moda de Viola - Projeta-se de São Paulo, onde confina com a Área do Samba, para o centro e o sul do país e é caracterizada pela constância do canto a duas vozes paralelas, frouxidão do ritmo musical e emprego da viola;
7ª) Área do Fandango - Acompanhando o litoral dos estados do sul, musicalmente dependente da área anterior, porém, definida pela preservação de velhas danças sapateadas e palmeadas, como o chimarrita, o anu, o quero-mana, etc.;
8ª) Área Gaúcha - Na região dos pampas, extremo sul do país, compredominância absoluta do acordeão, lá chamado de gaita, prática dos desafios ou cantos à porfia, importação de ritmos coreográficos e vocabulário platinos;
9ª) Área da Modinha - Dispersa pelos centros urbanos mais antigos e compreende tão somente esse tipo de canção tradicional, como também, música instrumental como os choros, e apresentando um tipo de melodia exageradamente sentimental, rebuscada, em que predomina o modo menor (ao contrário das demais áreas), alterada por excessivo cromatismo e abundantes artifícios harmônicos, e confiada à voz humana ou a instrumentos de sopro como a flauta ou o clarinete, com acompanhamento de violões e cavaquinhos.
Sobre todas essas áreas estende-se o Ciclo dos Cantos Infantis, de acalentar crianças ou para servir às suas rodas coreógrafas e jogos. Em sua maioria são cantos de pura importação européia, integralmente tradicionalizados e conservam, até hoje, com grande vitalidade.
1ª) Área Amazônica - Na bacia amazônica, ainda escassamente estudada;
2ª) Área da Cantoria - Sertão nordestino e projeção pelo interior baiano, caracterizada pela prática dos desafios poético-musicais, canto dos "romances" tradicionais, das "louvações" improvisadas, emprego da técnica antifonal (cada estrofe confiada alternadamente a um dos cantadores), da rabeca e da viola como instrumentos acompanhantes, melodias de censo tonal debilitado ou inexistente (presença de escalas exóticas), ritmo livre, independente do tempo musical;
3ª) Área do Coco - No litoral nordestino, com predominância desse canto de dança e sua variante, a "embolada", emprego do ganzá (chocalho geralmente cilíndrico), percussão de palmas e intervenção de um refrão coral curto, bem ritmado, no fim e às vezes no meio da estrofe solista, que pode ser improvisada e tem sempre significação jocosa, ou mesmo satírica;
4ª) Área dos Autos - Tendo Alagoas e Sergipe como áreas principais, mas ramificando-se por quase todos os demais estados, abrigando o riquíssimo folclore dos folguedos populares dançados e cantados, de origem ibérica (cheganças, fandangos), de extração negra (congos, quilolombos), de temática ameríndia (caboclinhos, caiapós, danças de tapuios), ou de formação cabocla (bumba-meu-boi);
5ª) Área do Samba - Principia na zona agrícola da Bahia e cobrindo os estados do sul até São Paulo, com núcleos isolados em outros pontos de mais forte afluência negra, como Pernambuco, caracterizada pelo emprego abundante dos instrumentos de percussão e consequente complexidade rítmica, sistematização da síncope, refrão coral contrapondo-se à estrofe solista e predominância da forma coreográfica do samba de que são subsidiários o jongo e outros tipos de dança com os mais variados nomes, além de cantos rituais de macumba e candomblés;
6ª) Área da Moda de Viola - Projeta-se de São Paulo, onde confina com a Área do Samba, para o centro e o sul do país e é caracterizada pela constância do canto a duas vozes paralelas, frouxidão do ritmo musical e emprego da viola;
7ª) Área do Fandango - Acompanhando o litoral dos estados do sul, musicalmente dependente da área anterior, porém, definida pela preservação de velhas danças sapateadas e palmeadas, como o chimarrita, o anu, o quero-mana, etc.;
8ª) Área Gaúcha - Na região dos pampas, extremo sul do país, compredominância absoluta do acordeão, lá chamado de gaita, prática dos desafios ou cantos à porfia, importação de ritmos coreográficos e vocabulário platinos;
9ª) Área da Modinha - Dispersa pelos centros urbanos mais antigos e compreende tão somente esse tipo de canção tradicional, como também, música instrumental como os choros, e apresentando um tipo de melodia exageradamente sentimental, rebuscada, em que predomina o modo menor (ao contrário das demais áreas), alterada por excessivo cromatismo e abundantes artifícios harmônicos, e confiada à voz humana ou a instrumentos de sopro como a flauta ou o clarinete, com acompanhamento de violões e cavaquinhos.
Sobre todas essas áreas estende-se o Ciclo dos Cantos Infantis, de acalentar crianças ou para servir às suas rodas coreógrafas e jogos. Em sua maioria são cantos de pura importação européia, integralmente tradicionalizados e conservam, até hoje, com grande vitalidade.
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