31 de mar. de 2013

Os primeiros anos de João Nogueira

João Nogueira - Mulher Valente É Minha Mãe

Nascido e criado na Rua Magalhães Couto, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro em 12 de novembro de 1941. Frequentador de tradicionais botequins cariocas como o antigo "Pé na Poça", situado no bairro onde cresceu. Sempre homenageou, em seus sambas, "as coisas simples das gentes".

Filho de músico profissional, nunca deixou de estar em contato com o samba e o choro devido às presenças de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Donga e João da Baiana, amigos de seu pai e frequentadores de sua casa. O pai chegou a tocar com Noel Rosa, segundo o livro "Noel, uma Biografia", de João Máximo.

Aprendeu a tocar violão acompanhando o próprio pai, que morreu quando ele tinha 10 anos. "Seu" João Nogueira  era violonista e chegou a tocar com o Conjunto Regional, de Rogério Guimarães, e com Jacob do Bandolim. Com a sua morte, a família passou por uma fase difícil. Assim, foi obrigado a trabalhar como vitrinista e vendedor. Trabalhou, também, como funcionário da Caixa Econômica.

Aos 15 anos, começou a fazer música junto com a irmã, a compositora Gisa Nogueira. Em 1958, passou a frequentar o Bloco Carnavalesco Labareda do Méier, do qual, mais tarde, veio a ser diretor. Foi na sua própria casa do Méier que nasceu o Clube do Samba, que funcionou durante anos a fio com noitadas animadas pelo "Pagodinho de Fundo de Quintal". 

O Clube mudou-se para o bairro do Flamengo, em seguida para a Associação dos Servidores Civis do Brasil - inaugurado por Clara Nunes - e para o Clube Municipal, antes de chegar à sede definitiva, na Barra da Tijuca. O local, onde funcionava um depósito de bebidas, foi totalmente reformado e decorado por João Nogueira - o fundador e presidente do Clube (1979). Além do salão, com capacidade para mais de 1000 pessoas, funcionava no Clube uma galeria de arte - Guilherme de Brito - e o jardim batizado com o nome de Clara Nunes. Neste, há uma escultura de um sabiá com a seguinte inscrição: "Voa meu sabiá/ Canta meu sabiá/ Adeus, meu sabiá/ Até um dia.. .", estribilho de um samba do compositor (parceria com Paulo César Pinheiro), gravado por Alcione. O primeiro disco, um compacto simples, trazia as músicas "Alô Madureira" e "Mulher Valente É Minha Mãe", ambas de sua autoria.

Participou, como ator, do filme Quilombo, de Cacá Diegues, no qual fez o papel de Rufino. O Bloco Carnavalesco Clube do Samba desfila todos os anos pela Avenida Rio Branco e traz entre seus integrantes: Alcione, Beth Carvalho, Dalmo Castello, Dona Ivone Lara, Gisa Nogueira, Martinho da Vila, Paulinho Tapajós e Paulo César Pinheiro.
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Extraído do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (com adaptações)

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