1 de abr. de 2013

Trajetória de João Nogueira

João Nogueira - O Poder da Criação

O pontapé inicial da carreira de João Nogueira se deu com suas composições gravadas pelo grupo Nosso Samba e pela cantora Elizete Cardoso como "Espera, Ô Nega" e "Corrente de Aço" no final da década de 1960. A boa receptividade levou João a ser apresentado ao locutor Adelzan Alves, da Rádio Globo, que apostou nele e produziu o disco Quem Samba Fica, pela gravadora EMI, reunindo João e outros sambistas da época em 1971. Um ano depois, gravou seu primeiro LP João Nogueira, lançado pela gravadora Odeon.

A partir daí, consolida seu sucesso durante a década de 1970, firmando-se como um dos grandes compositores do samba brasileiro, tendo suas composições gravadas por vários cantores, além de parcerias de sucesso. Chegou a fazer parte da ala de compositores do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela. Em 1984, junto com Nésio Nascimento e demais dissidentes da Portela, a escola de samba Tradição. Fundou, ainda, o Clube do Samba (mais tarde o bloco homônimo), juntamente com Beth Carvalho, Zé Ketti e Paulinho da Viola, com intuito de resgatar o carnaval de rua do Rio de Janeiro.

Em sua trajetória musical, gravou 18 discos, marcado especialmente por sua voz e por suas grandes composições como "Espelho" (composta em homenagem a seu pai), "Além do Espelho", "As Forças da Natureza", "Nó na Madeira", "O Poder da Criação", "Guerreira", sendo boa parte de sua autoria e em parceria com Paulo César Pinheiro (com quem lançou o disco ao vivo Parceria, em 1994), Zé Catimba, Maurício Tapajós, entre outros.

A década de 1990 não foi bom para João que gravou poucos discos, realizou poucas apresentações, além de problemas de saúde até vir a sofrer um grave derrame no início de 1998, sendo internado. Após recuperar-se, ainda lançou seu último disco João de Todos os Sambas no mesmo ano e sair com seu bloco Clube do Samba no ano seguinte. Ainda sofreu um AVC em 1999 e, no dia 5 de junho de 2000, veio a falecer aos 58 anos de idade em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes no Rio de Janeiro, devido a um enfarte, quando estava prestes a lançar um novo disco ao vivo, reunindo seus grandes sucessos e que contaria com a participação dos cantores Emílio Santiago e Zeca Pagodinho.

Hoje, Diogo Nogueira, um de seus quatro filhos, segue carreira musical em homenagem a seu pai João.

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