O panorama musical do arquipélago contém várias peculiaridades e expressões locais além dos géneros mais conhecidos. Algumas já desapareceram, como é o caso do galope - que alguns estudiosos apontam como um ancestral da coladeira - e da taca - uma dança sapateada que existiu no passado.
Por influência de modas musicais europeias, chegaram a Cabo Verde ritmos como a polca, a mazurca, o schotish, que acabaram por ser incorporados ao património cultural cabo-verdiano, ganhando um sotaque local.
O talaia-baixo, tocado na ilha do Fogo, e que teve em Minó di Mamá o seu expoente, é um exemplo de crioulização, assim como os temas interpretados ao violino por Travadinha, Nho Kzik e Bau.
O landu, tradição antiga da ilha da Boa Vista é apontado por alguns como tendo origem no lundum brasileiro, enquanto sambas e marchas são compostos por autores cabo-verdianos para os grupos de Carnaval das ilhas onde esta festa tem maior impacto, como S. Vicente e S. Nicolau.
Ainda para além dos géneros musicais citados acima, merece destaque a produção de compositores e intérpretes cabo-verdianos nos países de acolhimento da emigração, em particular os Estados Unidos e na Europa (Holanda, França e Portugal). É nesse contexto da diáspora que é produzida grande parte da música consumida pela juventude cabo-verdiana.
Uma produção eclética, em que coexistem os gêneros tradicionalmente aceites como cabo-verdianos - como o funaná, a coladeira e eventuais incursões pelo batuque - por vezes mesclados a músicas de outras origens - como o zouk das Antilhas e o rap. Novas designações surgem então, como colazouk e cabo love. Outros artistas enveredam, pura e simplesmente, por sonoridades sem qualquer vinculação com Cabo Verde - rap, reggae, R&B - guardando quase sempre, contudo, a língua cabo-verdiana como elo de ligação à terra. Mas há também artistas residentes a praticar gêneros musicais sem origem em Cabo Verde.
--------------------------------------------------------Fonte: Cabo Verde Digital
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