Geraldo Vandré - Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores (ao vivo)
Além do programa da TV Record, Geraldo Vandré ainda comandou os programas "Canto Geral" (mudado depois para "Canto Permitido"), pela TV Bandeirantes em 1967.
Porém, ocorre uma baixa repercussão na sua carreira quando sua música "Ventania" (parceria com Hilton Acioli) foi desclassificada no III Festival de Música Popular Brasileira, em São Paulo; a outra composição "De Serra, De Terra e De Mar" (parceria sua com Théo de Barros e Hermeto Paschoal) também não foi classificada no II Festival Internacional da Canção, realizada pela TV Globo no Rio de Janeiro.
Em 1968 ocorre uma grande reviravolta na vida de Geraldo após o término de seu casamento com Nilce Tranjan. Compõe, a convite dos frades dominicanos de São Paulo, "A Paixão Segundo Cristino", uma alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino para a celebração da Semana Santa na Igreja de São Domingos das Perdizes, em São Paulo. Grava um dos seus grandes discos - Canto Geral - e inclui sua composição "Bonita" (parceria com Hilton Acioli) no IV Festival de MPB, onde Tom Zé foi vencedor com a música "São, São Paulo". Durante a apresentação, Vandré e Acioli se desentenderam e teve que apresentar a música duas vezes.
Já o III Festival Internacional da Canção Popular teve, em sua fase nacional, 5.508 inscrições, dentre as quais foram selecionadas 42 melodias, apresentadas nos espetáculos realizados nos dias 26, 28 e 29 de setembro de 1968. Neste festival em que houve recorde de público, a música "Sabiá", de autoria de Tom Jobim e Chico Buarque e interpretada pela dupla de irmãs Cinara & Cibele, concorria com a composição "Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" (mais conhecida como "Caminhando"), de Geraldo Vandré, defendida pelo mesmo acompanhado do Quarteto Livre, grupo formado pelo cantor e compositor Geraldo Azevedo (com quem iria compor também a música "Canção da Despedida").
A música de Geraldo já causara um grande impacto junto ao público, formado na maioria por estudantes que a elegeram como um hino de repressão à ditadura militar vigente no país e que logo viria a ter sua execução proibida meses depois. No fascículo 10 do livro "A Ditadura Militar no Brasil", da Coleção Caros Amigos, que trata do governo de Geisel, mostra que agentes do Serviço Nacional de Informação (SNI) pressionaram no sentido de que a canção não ganhasse o festival.
"Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" deu uma enorme projeção nacional a Geraldo Vandré que acabou ficando em segundo lugar no festival, mesmo sendo a preferida pelo público. Perdeu para a canção "Sabiá" que foi julgada vencedora pelo júri especial, que acabou sendo vaiada por grande parte dos presentes no ginásio do Maracanãzinho, apesar da defesa do autor em relação a Tom e Chico: "Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (…) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando(…). A vida não se resume em festivais". Apesar dos protestos do público, Geraldo tentou cantar sua música para acalmar os ânimos, mesmo se atrapalhando em sua interpretação devido ao barulho do local.
No dia 14 de dezembro de 1968, Geraldo Vandré ainda tinha uma apresentação a fazer no Iate Clube, em Brasília-DF junto com o Quarteto Novo, que acabou não ocorrendo. Sumiu dos palcos diante das perseguições e ameaças ocorridas após a instituição do Ato Institucional nº 5 pelos militares na véspera de sua apresentação (AI-5, sendo um decreto que dava poderes extraordinários ao Presidente da República Arthur da Costa e Silva e suspendia várias garantias constitucionais). Fugiu do país para o Chile e logo depois para a Europa, permanecendo escondido dos amigos por um bom tempo.
Porém, ocorre uma baixa repercussão na sua carreira quando sua música "Ventania" (parceria com Hilton Acioli) foi desclassificada no III Festival de Música Popular Brasileira, em São Paulo; a outra composição "De Serra, De Terra e De Mar" (parceria sua com Théo de Barros e Hermeto Paschoal) também não foi classificada no II Festival Internacional da Canção, realizada pela TV Globo no Rio de Janeiro.
Em 1968 ocorre uma grande reviravolta na vida de Geraldo após o término de seu casamento com Nilce Tranjan. Compõe, a convite dos frades dominicanos de São Paulo, "A Paixão Segundo Cristino", uma alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino para a celebração da Semana Santa na Igreja de São Domingos das Perdizes, em São Paulo. Grava um dos seus grandes discos - Canto Geral - e inclui sua composição "Bonita" (parceria com Hilton Acioli) no IV Festival de MPB, onde Tom Zé foi vencedor com a música "São, São Paulo". Durante a apresentação, Vandré e Acioli se desentenderam e teve que apresentar a música duas vezes.
Já o III Festival Internacional da Canção Popular teve, em sua fase nacional, 5.508 inscrições, dentre as quais foram selecionadas 42 melodias, apresentadas nos espetáculos realizados nos dias 26, 28 e 29 de setembro de 1968. Neste festival em que houve recorde de público, a música "Sabiá", de autoria de Tom Jobim e Chico Buarque e interpretada pela dupla de irmãs Cinara & Cibele, concorria com a composição "Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" (mais conhecida como "Caminhando"), de Geraldo Vandré, defendida pelo mesmo acompanhado do Quarteto Livre, grupo formado pelo cantor e compositor Geraldo Azevedo (com quem iria compor também a música "Canção da Despedida").
A música de Geraldo já causara um grande impacto junto ao público, formado na maioria por estudantes que a elegeram como um hino de repressão à ditadura militar vigente no país e que logo viria a ter sua execução proibida meses depois. No fascículo 10 do livro "A Ditadura Militar no Brasil", da Coleção Caros Amigos, que trata do governo de Geisel, mostra que agentes do Serviço Nacional de Informação (SNI) pressionaram no sentido de que a canção não ganhasse o festival.
"Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" deu uma enorme projeção nacional a Geraldo Vandré que acabou ficando em segundo lugar no festival, mesmo sendo a preferida pelo público. Perdeu para a canção "Sabiá" que foi julgada vencedora pelo júri especial, que acabou sendo vaiada por grande parte dos presentes no ginásio do Maracanãzinho, apesar da defesa do autor em relação a Tom e Chico: "Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (…) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando(…). A vida não se resume em festivais". Apesar dos protestos do público, Geraldo tentou cantar sua música para acalmar os ânimos, mesmo se atrapalhando em sua interpretação devido ao barulho do local.
No dia 14 de dezembro de 1968, Geraldo Vandré ainda tinha uma apresentação a fazer no Iate Clube, em Brasília-DF junto com o Quarteto Novo, que acabou não ocorrendo. Sumiu dos palcos diante das perseguições e ameaças ocorridas após a instituição do Ato Institucional nº 5 pelos militares na véspera de sua apresentação (AI-5, sendo um decreto que dava poderes extraordinários ao Presidente da República Arthur da Costa e Silva e suspendia várias garantias constitucionais). Fugiu do país para o Chile e logo depois para a Europa, permanecendo escondido dos amigos por um bom tempo.
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