15 de jun. de 2011

Sobre Virgínia Rosa

Virgínia Rosa - Amado Samba

Embora muitos não saibam, Virgínia Rosa é paulistana nascida no bairro da Casa Verde Alta, zona norte de São Paulo.

Filha de pais mineiros, da mistura de negro e índio herdou este tipo físico e este jeito espontâneo e festivo de cantar que tem emocionado pessoas e conquistado respeito junto à crítica. Um canto que vai além dos estilos musicais e dos rótulos de que às vezes precisamos para identificar um artista. Na sua casa, sua mãe sempre cantarolou e seu pai quando jovem, após o trabalho, tocava instrumento de sopro em banda de coreto no interior de Minas.

Já casado, sempre teve um violão por perto e gostava de brincar com as filhas cantando músicas sertanejas: "Elvira Escuta" era a preferida. Foi ele também que apresentou discos de artistas que marcaram Virgínia, como os Beatles e Secos & Molhados.

Virgínia diz que desde pequena, embora um pouco tímida por ser gordinha, tinha uma atração muito forte por espelhos e vivia fazendo cenas, ora dançando, ora representando e, como não podia deixar de ser, cantando também! Esta "brincadeira" sempre a colocou próxima da música ao se imaginar em um palco.

Na adolescência convivendo muito com os primos, com quem escutava música (Elis Regina, Beto Guedes, Alceu Valença, Milton Nascimento e outros mais). Juntos, resolveram montar um grupo que participou de festivais estudantis e fez algumas apresentações, o "Grupo Lógica". O tempo passou e cada um escolheu seu rumo. Virgínia ficou com a música e foi atrás dela.

Começou a estudar violão para ter mais autonomia. Seu primeiro professor foi Luís Rondó. Nas aulas de violão também se cantava, e Rondó acabara de gravar com Itamar Assumpção o disco Beleléu Via Embratel.

Ele apresentou Virgínia a Itamar, e ela foi a primeira vocalista a entrar na banda Isca de Polícia. Durante três meses, ensaiou com Itamar para pegar aquelas incríveis frases vocais e mudar radicalmente o jeito como cantava até então. Foram cinco anos de convivência junto de pessoas talentosas que hoje se destacam no meio musical.

Depois fez vocal para Tetê Espíndola divulgando o disco Gaiola e participando do Festival dos Festivais (Rede Globo), em que Tetê conquistou o primeiro lugar com a música "Escrito nas Estrelas".

No ano de 85, em férias em Trindade (perto de Parati), num papo com Ná Ozzetti surge o convite para substituí-la numa banda que fazia um som bem brasileiro para dançar. Virgínia começa a cantar pela primeira vez à frente de uma banda como solista: foi um marco importante que trouxe muita experiência de repertório e sobretudo confiança em cantar. Assim pôde começar a ensaiar os primeiros passos para uma carreira solo. A banda chamava-se Mexe Com Tudo. Foram 7 anos que incluíram viagens à Europa, um disco produzido na França e muitos domingos regados a muita música boa de ouvir e também de dançar no bar Avenida. Em 92 a banda se desfaz e Virgínia retoma sua carreira solo que, paralelamente à Mexe, timidamente já existia. Ao lado de Swami Jr. começa a pesquisar um repertório próprio, com obras de compositores consagrados mas também de contemporâneos.
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Extraído do site MPBNet.

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